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BAGGIO, Maria Aparecida.O
SIGNIFICADO DE CUIDADO PARA PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM. Revista Eletrônica de Enfermagem,
v. 08, n. 01, p. 09 – 16, 2006. Disponível em
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen |
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O SIGNIFICADO DE CUIDADO PARA PROFISSIONAIS
DA EQUIPE DE ENFERMAGEM 1
THE MEANING OF CARE FOR PROFESSIONALS’ NURSING
TEAM
EL SIGNIFICADO DEL CUIDADO PARA LOS PROFESIONALES DEL EQUIPO
DE ENFERMERÍA
Maria Aparecida Baggio2
RESUMO: Trata-se de um estudo exploratório
descritivo de abordagem qualitativa que objetivou compreender
o significado de cuidado para profissionais da equipe de enfermagem.
Os sujeitos participantes são auxiliares e técnicos em enfermagem
e enfermeiros da rede de saúde. Os dados foram coletados por
meio de entrevista estruturada e semi-estruturada. A análise
de conteúdo foi o método utilizado para análise dos dados. Os
resultados permitiram identificar as seguintes categorias de
cuidado do outro: o cuidado verbal e não-verbal; a minimização
da dor física no cuidado; cuidar com empatia para atender o
todo; o envolvimento e o processo de cuidar.
PALAVRAS CHAVES: Assistência ao Paciente;
Autocuidado; Equipe de Enfermagem.
ABSTRACT: This is an exploratory and descriptive
study grounded in a qualitative approach that aimed to know
the meaning of care for professionals’ nursing team. The participant
subjects are nursing auxiliary and technicians, and health services
nurses. The data were collected by structured and semi-structured
interview. The analysis of content was the method used to the
data analysis. It was possible to identify from the results
the following categories of caring the other: the verbal and
non-verbal care, the minimization of the physical pain, care
with the empathy for to tend the whole, the involvement and
the process of care.
KEY WORDS: Patient Care; Self Care; Nursing
Team.
RESUMEN: Se trata de un estudio exploratorio
descriptivo de abordaje cualitativo con el objetivo de comprender
el significado del cuidado para los profesionales del equipo
de enfermería. Las personas participantes son auxiliares y técnicos
en enfermería y enfermeros de la red de atención en salud. Los
datos fueron colectados por medio de entrevista estructurada
y semi-estructurada. El análisis del contenido fue el método
utilizado para analizar los datos. Por medio de los resultados
fuera posible identificar las siguientes categorías de cuidado
del otro: el cuidado verbal y no verbal; la minimización del
dolor físico en el cuidado; cuidar con empatia para atender
el todo; el envolvimiento y el proceso de cuidar.
PALABRAS CLAVES: Atención al Paciente; Auto
cuidado; Grupo de Enfermería. |
INTRODUÇÃO O
ensino de enfermagem busca capacitar o profissional à prestação
de cuidado de saúde ao ser humano-paciente-cliente, à realização
e aperfeiçoamento de tecnologias e procedimentos que promovam
a saúde, previnam doenças e recuperem lesões; na impossibilidade
de cura ou recuperação, favoreça uma morte digna e com o menor
sofrimento possível. A este futuro profissional está assegurado
um embasamento científico e o desenvolvimento de habilidades
técnicas para atender às necessidades do outro, inerentes ao
exercício da profissão. O cuidado profissional oferecido está
alicerçado na aprendizagem obtida na escola e no exercício da
profissão.
Algumas vezes, a educação profissional em nossa sociedade coíbe
a criatividade e a individualidade dos alunos, por oferecer-lhes,
como alternativa formal, a aquisição passiva de conhecimentos.
O processo de formação e capacitação de recursos humanos necessita
estar ligado ao desenvolvimento da criticidade do aluno para
a habilitação de um profissional ativo e capaz de articular
seus pensamentos e idéias. Tal formação deveria estar, igualmente,
voltada às necessidades do sujeito enquanto ser humano e, não
apenas à técnica, à cientificidade, à competitividade ou a excelência
do cuidado prestado.
As
propostas pedagógicas das instituições de ensino, particularmente
do ensino de enfermagem, são mencionadas como facilitadoras
para a aprendizagem sobre o cuidado humano, bastando, para isso,
uma reflexão sobre a importância do assunto e adequadas formas
de abordagem. Isso porque as pessoas envolvidas nesse processo
aprendem e crescem umas com as outras e o processo de cuidar
é produto desta interação que, por sua vez, resulta em auto-realização
de ambos.
Segundo WALDOW (1998), os docentes das instituições formadoras
de profissionais da área de enfermagem até discorrem sobre o
cuidado holístico. Porém, tendem a informar aos estudantes conteúdos
e conceitos já prontos, enfocando as patologias e os procedimentos
técnicos a serem desenvolvidos nas ações de enfermagem e limitando
e fragmentando o cuidado, a simples intervenções. Em que momento
este aluno é estimulado a refletir sobre o cuidar/cuidado?
Tomando por base uma investigação anterior (dissertação de
Mestrado), o presente artigo tem como objetivo compreender o
significado de cuidado para os profissionais da equipe de enfermagem
que cuida do ‘outro’ em seu cotidiano. Neste artigo apresentarei
alguns significados de cuidado do outro, elucidados pelos profissionais
do estudo em questão, indispensáveis para uma prática de cuidado
de si mesmo e do outro.
Cabe ressaltar, no entanto, que a discussão sobre a temática
não será aprofundada neste artigo, visto que não se constitui
no tema central do estudo realizado. Neste momento, a intenção
é apresentar alguns resultados obtidos que permitam a reflexão
por parte dos leitores.
METODOLOGIA
Para atender a proposta do estudo foi utilizado o método exploratório
descritivo de abordagem qualitativa. Participaram doze profissionais
(quatro auxiliares de enfermagem, três técnicos de enfermagem
e cinco enfermeiros) que atuam na rede pública e na rede particular
no interior do Estado do Rio Grande do Sul e que atuam em diferentes
locais como: CAIS (Centro de Atendimento Integrado à Saúde),
Postos de Saúde, Hospitais filantrópicos e particulares. Estes
foram selecionados aleatoriamente. Para garantir o anonimato
os sujeitos foram denominados por nome de flores.
A
coleta de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada
utilizada para caracterizar os sujeitos da pesquisa e, semi-estruturada
para conhecer os diferentes posicionamentos individuais sobre
o tema de estudo.
As
entrevistas foram realizadas após o consentimento dos sujeitos
de acordo com a Resolução 196/96. Para o registro dos dados
procedeu-se a entrevistas audiogravadas conforme autorização
dos entrevistados, posteriormente transcritas e submetidas ao
processo de conferência de transcrição.
Os
dados coletados foram analisados qualitativamente por meio da
leitura e releitura das entrevistas de acordo com a análise
de conteúdo, segundo MINAYO (1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O cuidador
de enfermagem inserido em uma organização que presta serviço
ao ‘outro’ é responsável pela qualidade do atendimento que é
dispensado ao ser cuidado e, para tal, deve empenhar-se e oferecer
o melhor de si para assegurar um cuidado humanizado (COSTENARO
& LACERDA, 2001).
Indubitavelmente, o exercício do cuidado é uma tarefa difícil
e desafiadora. Cuidar, segundo SILVA & GIMENES (2000, p.
307), “é servir, é oferecer ao outro como forma de serviço,
o resultado de nossos talentos, preparos e escolhas”, esses
adquiridos em nossa vivência de cuidador, demonstrando ao ser
cuidado atitudes de cuidado oriundas do nosso conhecimento,
afeto e habilidades, as quais, na direção do outro, se transformam
em ações que refletem o ser humano que somos e a forma como
nos cuidamos.
O
ser cuidador, para exercer o cuidado, de acordo com SlLVA &
GIMENES (2000), precisa perceber o 'outro' como ele se mostra,
nos seus gestos e falas, na sua dor e limitação, pois, por trás
de cada situação física de doença, há uma história de vida que
pode ser percebida em muitos detalhes. Certamente, o corpo físico
revela, mesmo que timidamente, muitas informações saudáveis
e doentias ali armazenadas.
O
ambiente hospitalar é possuidor de características que deixam
as pessoas vulneráveis, por ser tenso, sombrio, triste e, às
vezes, desalentado. Por sua vez, as pessoas enfermas são submetidas
a procedimentos, exames, manipulações que desgastam a si próprios,
familiares, amigos e, por que não, a própria equipe que presta
os cuidados, principalmente a equipe de enfermagem, que é diretamente
responsável pelos cuidados deste ser.
Ao
buscar o significado de cuidado, identificado a partir dos discursos
dos sujeitos, foi possível identificar os seguintes significados
de cuidado do outro.
O cuidado verbal e não-verbal
Na perspectiva da enfermagem,
cuidar do 'outro' significa atender às suas necessidades com sensibilidade,
presteza e solidariedade, mediante ações e atitudes de cuidado
realizadas para promover o conforto e o bem-estar. O cuidado manifestado
conjuga a integridade física e emocional num processo de troca
entre cuidador e ser cuidado.
É
possível perceber o cuidado de enfermagem verbal e não-verbal,
quando se manifesta por meio da conversa, do toque, com a intencionalidade
de transmitir tranqüilidade, carinho, conforto, segurança, atenção
e bem-estar, como apontam os depoimentos a seguir: |
...Prestar atendimento, tratar muito bem as pessoas que já
estão lá, que estão doentes, estão sensíveis elas querem um
pouco de atenção ali, que converse [...] não atender assim,
mal, sabe [...] (Violeta).
...Tem que atender quando
o paciente chama [...] atender bem, de preferência com um
sorriso [...] conversar e dar atenção (Camélia).
...É eu transmitir segurança,
conforto, bem-estar [...] carinho pro paciente [...] (Jasmim).
...Conforto, ta mal deitado,
deitar ele direitinho, a posição que ele quer, que fica bem
[...] tranqüilizá-lo, conversar (Girassol).
|
O
toque é uma manifestação de cuidado não-verbal e demonstra preocupação
com o 'outro', o cliente. O ato de tocar aproxima os seres humanos;
neste caso, aproxima o cuidador e o ser cuidado. Tulipa,
que trabalha em bloco cirúrgico, percebe que o cuidado, por
meio do toque, permite sua aproximação com o cliente podendo,
neste momento, transmitir-lhe segurança e conforto, principalmente
para os mais idosos, conforme salienta a seguir.
Ao
entrar no bloco cirúrgico, o cliente aguarda em uma maca até
ser encaminhado à sala cirúrgica para o ato operatório. Percebe,
o sujeito, que o cliente que está aguardando até ser encaminhado
à referida sala, quando tocado e abordado com carinho e atenção,
demonstra sua gratidão pelo olhar e, segundo seu relato, “os
olhos deles olham diferente”.
|
...Ah, uma coisa que eu acho muito importante é tocar. Tocar
às vezes, assim, tu tem um paciente numa maca ali esperando,
pra ir pra sala. Você passa e puxa a coberta e tapa ele, tapa
o ombro que está destapado. Como é que você está? Principalmente
as pessoas de mais idade. Eu noto assim, parece que o olho
deles olha diferente, sabe. Eu acho assim, que às vezes um
simples toque dá uma sensação de conforto e de segurança [...]
(Tulipa).
|
A
tal respeito, BETTINELLI (1998) aponta que o toque, enquanto
cuidado, é uma forma de aproximação humana que estimula a sensibilidade
e desperta, nas pessoas envolvidas, a possibilidade de troca,
reciprocidade e solidariedade na assistência.
Indubitavelmente, Tulipa apresenta sensibilidade e
solidariedade em suas atitudes; atitudes estas, que solidificam
o sentido do cuidado em enfermagem. Nesse mesmo sentido, COSTA
(1998) lembra que uma das características de proximidade física
entre o cliente e o cuidador no exercício do cuidado é o toque
que, por sua proximidade, favorece o calor humano e o cuidado
humanizado.
Minimizando a dor física pelo cuidado
Ao expressarem os seus
valores sobre o cuidado humano, os sujeitos desta pesquisa demonstraram
a preocupação em minimizar a dor física apresentada pelo cliente,
entendendo tal movimento como manifestação do cuidado. A intenção
de aliviar o sofrimento do ser humano que está sob seus cuidados,
manter sua dignidade e seus direitos de cidadão nos momentos de
fragilidade e dor, denotam o significado do cuidado ao 'outro'.
A
administração de drogas para minimizar a dor física, prescrita
pelo médico assistente, é uma das funções da enfermagem e, ao
mesmo tempo permite, a partir da aproximação do cuidador durante
o ato de medicar, confortar o paciente que está emocionalmente
fragilizado, amenizando suas angústias e medos.
O
sofrimento do paciente, causado pela manifestação de algum tipo
de dor, provoca desconforto aos profissionais de enfermagem.
Contudo, a tecnologia ora existente e a variedade de medicamentos
disponíveis tornam possível a minimização do sofrimento, quando
a causa é a dor. Os relatos a seguir enfatizam tal situação: |
...Fazer técnicas, como a administração de medicamentos,
prescritos no caso, pra que ele não sinta dor [...] fazer
com que ele não sinta dor, que ele se sinta melhor do que
ele está se sentindo no momento que ele tá internado, que
ele melhore de saúde (Jasmim).
Em primeiro lugar aliviar
a dor [...] claro que depois vem outros cuidados, exames,
coisa e tal...Mas em primeiro lugar é aliviar a dor (Girassol).
Eu acho que tem que atender
quando o paciente chama, se pede um calmante, uma coisa assim.
Tem que atender rápido e ter os cuidados, necessários para
o paciente (Camélia).
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Cuidar com empatia
para atender o todo
Há uma grande preocupação
dos profissionais de enfermagem em “se colocar no lugar do outro”,
transmitindo-lhe o que gostariam de receber se a situação fosse
invertida, numa clara atitude de empatia.
Cuidar com empatia, neste estudo, significa entender e compreender
o outro como gostaria de ser, também, compreendido, cuidado.
Além disso, os cuidadores assumem o cuidado do outro como se
fosse o seu próprio cuidado, como apontam os seguintes depoimentos: |
...Eu cuido do paciente como eu gostaria que cuidassem de
mim, se eu precisasse. Então eu acho que é muito importante
a gente cuidar do paciente. Que eu cuido dele como eu gostaria
que cuidassem de mim, se eu precisasse (Camélia).
...Acho assim que o que eu tô fazendo ali, o que eu faço
pro paciente [...] o que eu tô fazendo pra pessoa eu tô fazendo
pra mim mesmo. Eu me sinto bem fazendo isso [...] eu acho
o que eu faço pra eles, pra mim é uma coisa boa também [...]
(Margarida).
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Segundo COSTA (1998), priorizar o cuidado do outro como cuidar
de si mesmo implica sentir-se cuidado enquanto cuida, entendendo
e compreendendo o outro com empatia; priorizar o outro é um
ato de dedicação afetiva. Cuidar com empatia é entender a situação
do outro, ver-se no lugar dele e sentir-se em proximidade e
igualdade; envolve também atenção às necessidades físicas e
psíquicas do ser cuidado. |
...É como cuidar, tentar cuidar de si mesmo, né [...] acho
que vai cuidar dele pensando como gostaria de ser cuidado,
[...] acho que a parte física, a parte psíquica dele, sentimentos,
Eu acho que é isso. Ter cuidado da pessoa como se tu tivesse
pensando em ti também. Se colocando no lugar dele, entendendo,
compreendendo, a empatia. Acho que é isso. Tu se colocar no
lugar, daí a empatia em si acho que daí tu vai poder cuidar
dessa pessoa (Orquídea).
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A
relação de empatia é desenvolvida a partir da capacidade de
colocar-se no lugar do outro, seja em situações gratificantes
ou de frustração. Os seres humanos são singulares e possuem
histórias de vida peculiares a si, por isso, nem sempre será
possível perceber do mesmo modo. No entanto, a empatia pode
ser percebida de modo semelhante, não idêntica, mas próximo,
muito próximo do que o outro percebe para si. |
...Se colocar no lugar [...] eu imagino assim, tá indo
pra um lugar [bloco cirúrgico], tá estressado, porque se tá
aí porque está com algum problema de saúde e enxerga todas
aquelas pessoas. Aí aquelas pessoas que não estão nem aí pra
ti, te botaram pra cima de uma maca e te puxaram pra uma sala,
conversando entre eles, rindo e contando piadinhas [...] e
tu não sabe quem é quem, é todo mundo igual, com toca, com
roupa azul. Eu imagino assim que deve ser uma situação muito
desagradável. Como eu trabalho em bloco, Ah! pra nós pegar
um paciente, passar pelo corredor e entrar numa sala é uma
coisa que a gente faz oitenta vezes por dia [...] agora pra
ele [...] (Tulipa).
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Em
seu relato, Tulipa elucida que se o paciente foi encaminhado
até o bloco cirúrgico é porque possui algum problema de saúde
e precisa passar por um processo cirúrgico, sendo este um motivo
gerador de ansiedade e apreensão. E, ainda, estar inserido neste
ambiente é um fator estressante para o paciente uma vez que,
tal espaço, é compreendido como um ambiente hostil.
Alguns procedimentos rotineiros do setor exigem manipulação,
como colocar o cliente sobre uma maca e transferi-lo para uma
sala cirúrgica, desconhecida e fria, com várias pessoas distintas
do seu cotidiano, sem saber quem é quem e, tal situação assusta
o paciente que a vivencia. Essas pessoas são médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem que formam uma equipe multiprofissional
e que irá intervir para realizar o procedimento cirúrgico necessário.
Trata-se de um setor diferenciado dos demais e nele se encontram
pessoas distintas e, ao mesmo tempo, semelhantes por estarem
paramentadas com roupas e toucas iguais e da mesma cor - azul.
Saber quem é quem é tarefa difícil ao paciente.
O
profissional que trabalha em bloco cirúrgico realiza atividades
rotineiras, como, por exemplo, transportar os pacientes da entrada
do setor até a sala cirúrgica e, desta, para a sala de recuperação.
Assim, pelo depoimento do sujeito: Ah! pra nós pegar um
paciente, passar pelo corredor e entrar numa sala é uma coisa
que a gente faz oitenta vezes por dia [...] agora pra ele [...],
percebe-se a sua sensibilidade em se importar com o possível
desconforto do cliente nesta situação, atentando para a possibilidade
de tornar a experiência vivida menos desagradável.
É
também uma preocupação do sujeito deste estudo a conversa entre
os profissionais da equipe que contam piadas e riem entre si
neste ambiente ocasionando, talvez, uma situação desagradável
para o paciente nele inserido.
Sabe-se que o bloco cirúrgico é caracterizado como um ambiente
sobremaneira estressante para quem nele se encontra, e não é
diferente para os profissionais que ali trabalham, pois o nível
de tensão é muito grande. Em função disso, tem-se observado
a utilização de mecanismos de defesa pelo trabalhador - individuais
e coletivos - para evitar a manifestação ou instalação do estresse
individual, desencadeado pelas atividades. A descontração, a
piada, o riso são utilizados em determinados momentos para relaxar
e liberar a tensão emocional, tanto dos profissionais quanto
do paciente que, indubitavelmente, encontra-se ansioso e tenso
neste meio.
É
importante a preocupação expressa no depoimento do sujeito com
o 'colocar-se no lugar do outro', imaginando o quanto pode ser
desagradável ao paciente enfrentar um ambiente com tais características
e atitudes dos profissionais que atuam neste contexto.
A
preocupação do profissional de enfermagem estende-se, também,
ao distanciamento físico entre o paciente e o seu familiar,
pois a estes não é permitido o acesso no bloco cirúrgico. Neste
caso, o cuidado é estendido para além das paredes que separam
os ambientes interno e externo de tal bloco, por meio da ação
cuidativa do profissional de enfermagem que se torna o elo entre
o paciente e seu familiar, como se pode observar no relato a
seguir: |
...A família já não pode entrar, tem que ficar no lado de
fora [...] às vezes também, chega alguém [familiar do paciente]
na janela [do bloco cirúrgico] e diz assim: Ah! eu gostaria
de saber como tá o fulano de tal, ele veio fazer uma cirurgia.
Aí, ah! ele já tá na sala, mas você não pode mais ver ele
[profissional de enfermagem]. Bah!, mas é que eu não pude
chegar a tempo de ver ele antes da cirurgia, [familiar do
paciente]. Então eu vejo assim, ó seu Antonio, [paciente],
sua esposa chegou agora, gostaria de ver o senhor, mas o senhor
não tem como sair da sala [sala cirúrgica], fica tranqüilo,
ela tá aí fora, ela perguntou como o senhor tá e ela vai ficar
aguardando aí [profissional de enfermagem informa o paciente].
Eu sei que é coisa minha assim, mas eu sinto que o paciente,
que o cliente, ele, dá uma sensação de segurança, assim, de
não estar abandonado. Eu acho legal [...] (Tulipa).
|
A
atitude de cuidado de enfermagem demonstra solidariedade e sensibilidade
ao outro; denota preocupação com a integridade moral e dignidade
do paciente como ser humano que é; demonstra consideração pelos
aspectos não somente físicos, mas também os aspectos psíquicos
do ser humano. O profissional de enfermagem, durante a realização
do cuidado, busca um atendimento mais humano, considerando,
igualmente, que o outro é um ser individual e único, como lembra
o sujeito: |
O que é cuidar do outro? É ver essa pessoa, esse cliente,
como uma pessoa, como alguém que tá precisando não só de um
cuidado físico, mas também o lado psicológico, né. Eu imagino
assim: ir num lugar que tu nunca foi antes, ser atendido por
pessoas que tu não conhece e aquela coisa, que tu às vezes
eu comento, mas olha pro paciente, diz bom dia, chama pelo
nome, é porque pra nós é uma coisa natural. Às vezes eu imagino
assim, que nem esses dias numa reunião eu disse assim: digamos
que vocês vão pra um país estranho, aonde você não sabe se
vai pela direita, pela esquerda, tu não sabe como se dirigir,
e tu fica perdido e as pessoas passam por ti e ninguém te
dá bola, passa por ti e assim... [...] então deve dar uma
sensação de desespero, né, de insegurança. Eu acho que cuidar
do outro, é se preocupar com o físico e também com o psicológico
das pessoas. Então eu acho que cuidar é se preocupar com um
todo, ver o paciente como um todo, né? (Tulipa).
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O
cuidado está vinculado ao cuidar também com ação de prevenção.
A preocupação do profissional de enfermagem necessita abranger
não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado
holístico. Conforme COSTENARO & LACERDA (2001), o profissional
de enfermagem não pode limitar a sua atenção ao atendimento
daquilo que é visível no corpo. Ampliar a sua visão para o todo
é uma necessidade.
O
cuidado assumido pelos profissionais não deve focalizar a atenção
somente no procedimento que está sendo realizado mas, sobretudo,
precisa buscar toda e qualquer possibilidade de inserir o cuidado
para promover uma melhor qualidade de sua vida ao outro, uma
vez que o princípio norteador das ações de enfermagem é a educação
do cliente e a sua compreensão sobre a importância da prevenção.
A
orientação prestada pelo profissional de enfermagem visa adequá-la
às necessidades do cliente, manifestadas ou não, pois cuidar
envolve atender as carências do outro, percebidas pelo profissional
de enfermagem, além daquelas referidas pelo paciente no momento
da ação cuidativa. Para BETTINELLI (1998, p. 39) “o profissional
de enfermagem deve ter a capacidade de utilizar a intuição e
ter uma percepção bastante acurada para poder envolver-se mais
durante o cuidado [...]”.
Um
cuidado adequado às necessidades do cliente exige do profissional,
como já apontado, a capacidade de perceber e identificar as
necessidades do outro, sendo estes atributos advindos da experiência
e prática constante no exercício da enfermagem. Quanto mais
acurada for a percepção do profissional tanto mais poderá prestar
o cuidado de acordo com as peculiaridades e singularidades de
cada indivíduo. A interação é o elo entre o cuidador e o ser
cuidado e que permite, ao primeiro, a percepção e a identificação
das necessidades do segundo. É o que sugere o relato a seguir: |
Cuidar do outro eu penso assim que é cuidar de uma forma
integral, né [...] no sentido de prevenção. E aqui no setor
onde eu trabalho, a gente trabalha com vacinas... Desde uma
criança recém-nascida com o teste do pezinho, as primeiras
vacinas até [...] não tem limite de idade. Então a gente vê
a importância de prevenir a doença e não tratar [...] é mais
a nível de consultas de rotina. Mas a gente percebe assim
a questão do atendimento integral. Então aquela coisa, não
só chegar e aplicar uma vacina, mas tu vê a pessoa assim como
ser humano, né. Tu vê todas as condições dela, tu dá orientação.
Tem que perguntar se a mãe tá amamentando direitinho, se o
bebê tá mamando bem, se ela tá tendo alguma dificuldade, daí
tu vai orientar a amamentação. Tu vê a questão da higiene,
se aquela criança tá sendo bem cuidada, bem alimentada, cuidados
com a desnutrição. Às vezes a gente percebe que a mãe não
sabe o que fazer com a criança. Então a gente já aproveita
e orienta, né. Porque não é somente tu aplicar uma vacina,
tu vê, acho, o todo, né. Então eu acho que é principalmente
tu não vê, assim, o recém-nascido só doente na tua frente,
mas tu vê a pessoa como um todo. Tu vê todas as coisas que
possam, que tu possa orientar pra ela [...] pra melhorar a
qualidade de vida (Helicônia).
|
O
cuidado de enfermagem é uma continuidade e deve ter envolvimento
e ajuda de toda equipe para concretizar um trabalho conjunto
entre os profissionais. Para tanto, é imprescindível transmitir
ao colega que sucede no atendimento algo percebido como importante
e que não foi possível realizar pelo paciente no momento anterior.
Assim, entendo que todos os profissionais da enfermagem precisam
contribuir com informações para a implementação dos cuidados,
realizando um verdadeiro cuidado em equipe, como lembra Lírio: |
Cuidar do cliente é atender todas as necessidades que eu
percebo ou que ele me refere. Porque, às vezes, o cliente
não pode falar ou gesticular o que ele tá precisando, mas
eu tenho que observar e tenho que perceber o mínimo que ele
tá precisando e tentar ajudar, cuidar [...] dirigir uma palavra
ou uma higiene [...] tentar ajudar. Ajudar a cuidar o outro
é atender as necessidades que ele tá sentindo naquele momento
que eu tô presente [...] no meu turno de trabalho, por exemplo,
ou até passar pra alguma colega alguma coisa que eu percebo
e que eu não posso fazer no momento.
|
Cuidar é suprir necessidades do outro de acordo com o seu estágio
de desenvolvimento e a situação que se encontra. Cuidar de uma
criança hospitalizada num setor cuja permanência da mãe e do
pai é, ainda, restrita devido ao controle de infecção hospitalar,
sensibiliza os profissionais que tentam oferecer a essas crianças
um cuidado integral. O profissional identifica as necessidades
de cuidado do outro e verifica os meios disponíveis para supri-los
com afetividade, conforme aponta o sujeito a seguir: |
...Bom eu percebo que no meu setor [CTI pediátrica]
são desde o entretenimento, uma TV que faça uma diferença
para as crianças, brinquedos, carinho, atenção, toda dedicação,
até em dar a dieta, o banho, tudo isso. Eu entendo que faz
parte do cuidado. Acho bem mais importante essa atenção de
suprir essas necessidades, tipo a falta da mãe, a diferença
do ambiente que eles estranham bastante, assim, pessoas desconhecidas.
Tentar ficar mais próxima das crianças que já tenham entendimento
disso, né? Eu entendo que de certa forma, suprir todas as
necessidades do outro tanto em todos os aspectos biopsicosocial.
Pra mim é isso (Bromélia).
|
O
profissional de enfermagem busca, nas suas ações, auxiliar o
ser humano que está hospitalizado a superar as dificuldades
encontradas, promovendo a presença, o bem-estar e a recuperação
da sua saúde e utiliza-se de recursos disponíveis para suprir
as necessidades biopsicossociais deste ser, como lembra Ipê: |
Ajudar nos cuidados que eles não têm, que eles não têm condições
de fazer por eles mesmos, né. Isso é cuidado [...] cuidado,
orientação, pra que ele aprenda se cuidar também. Cuidar dele
no que ele não tem condições de fazer por ele mesmo, ajudar
ele na auto-estima, educar ele pra que ele aprenda também
a se cuidar.
|
Cuidar é também ajudar o outro a cuidar-se, orientar, educar,
ajudar na melhora da auto-estima do cliente que se encontra
em uma situação de fragilidade; é ajudar o outro a satisfazer
as suas necessidades e cuidados próprios; é assegurar que o
ser cuidado obtenha o máximo de bem-estar possível, de acordo
com as suas condições/possibilidades, já que, segundo Rosa, |
...Cuidar do outro eu acho que é dar atenção, escutar,
orientar, ouvir. O cuidado propriamente dito. Que seria, esse
paciente vem te procurar pra quê? Pra um curativo? Então você
faz o curativo, pode conversar com ele. Muitas coisas se resolvem
ali. Orientar [...] uma mãe que vem fazer uma vacina no filho,
pergunta mil e uma coisa. Você vai orientando, vai conversando.
Quantos filhos ainda tem? Se eles são vacinados? Tu vai perguntando.
É cuidar do outro. Pra mim é um cuidado.
|
Cuidar solidariamente, segundo BETTINELLI (1998), significa
ter atitudes, executar técnicas e procedimentos, mantendo um
diálogo educativo de forma a intensificar a relação entre o
ser cuidado e o cuidador.
O envolvimento e o processo de cuidar
Violeta que é
cuidadora e pôde experienciar uma situação, em que precisou ser
cuidada pelo colega e profissional de enfermagem, afirma que cuidado
é mais do que administrar uma medicação, é presença, atenção,
diálogo, é fazer sentir-se bem; cuidar é ter paciência e confortar
o outro, pois nenhuma medicação tem o efeito de confortar, acarinhar
ou dar atenção. Contudo, a confiança entre os sujeitos envolvidos
(cliente e profissional) é um imperativo essencial para a consolidação
do cuidado, como lembra Violeta:
|
...Eu já fiquei doente [...] tava ruim, me senti sozinha,
mal assim sabe. Ninguém foi lá me ver. E tinha as gurias,
a Fulana [auxiliar de enfermagem e colega] me atendeu super
bem, foi lá conversou comigo. Aquilo lá foi além da medicação,
sabe, além da medicação, foi lá conversou comigo que eu tava
ruim. Ficou lá e fez eu me sentir bem. Eu acho que é isso
o cuidado da pessoa. Além de dar a medicação, tem que, sei
lá, tem que ter um [pausa] ah! [pausa] como é que eu vou te
explicar [pausa] tem que tratar bem, tem que tratar bem. Eu
tava ruim aquele dia, tava ruim, era tudo junto. Eu tava com
um medo, um medo, de medicação na veia. A Fulana veio e disse:
calma Violeta, calma, tu vai se sentir melhor, não sei o que
e conversando, sabe, eu já fui me esquecendo daquilo. Tem
que ter paciência. Na hora tu não tem paciência, quer que
passe, tava com uma dor de cabeça horrível, uma náusea horrível,
tava ruim, tava me sentindo ruim, mal-estar. Ela foi lá conversou
comigo, disse: ó, tu dorme, tu descansa, qualquer coisa que
tu não tiver se sentindo bem tu pega e tu me chama, sabe.
Chega e já conversa contigo sabe, faz tu se sentir à vontade,
bem, se sentir bem.
|
Num passado não muito distante, o envolvimento da enfermagem
com o paciente era evitado, contra-indicado, não estimulado.
O profissional não deveria se envolver com o paciente, sendo
que, os próprios colegas alertavam: ‘olha o envolvimento!’.
Atualmente se questiona a atitude de ‘não envolvimento’, pois
se preconiza que, para haver um cuidado humanizado e adequado
ao outro ser é necessário que ocorra a empatia, a afetividade,
o envolvimento, a aproximação entre o cuidador e o ser cuidado
com a finalidade terapêutica, não limitada à simples execução
de técnicas ou cumprimento das atividades concernentes à enfermagem.
WALDOW (1998) considera o cuidar não apenas como uma tarefa
a ser executada no sentido de tratar uma ferida ou auxiliar
na cura de uma doença e, sim, num sentido mais amplo como um
cuidado por meio do ‘relacionamento com o outro, como uma expressão
de interesse e carinho’.
Quem cuida do outro em seu cotidiano está susceptível a vivenciar
também sentimentos desagradáveis que lhe causam sofrimento,
principalmente, quando o vivenciado é a morte. A enfermagem
é uma das profissões em que ocorre um grande desgaste emocional
do trabalhador devido à constante interação com seres enfermos,
muitas vezes, acompanhando o sofrimento, como a dor, a doença
e a morte do ser cuidado.
É
possível cuidar sem envolvimento? É possível não se apegar,
não se envolver, principalmente quando o ser cuidado é uma criança?
Margarida afirma que tenta não se apegar porque lhe
faz mal experienciar a perda do outro, seja na alta hospitalar
seja na própria morte. Mas é possível evitar o apego e a dor
da perda quando cuidamos?
Alguns profissionais interpõem barreiras na relação de cuidado,
alegando o não envolvimento como necessário para evitar o sofrimento
limitando, dessa forma, a atitude de cuidar. Devido a situações
de sofrimento, frente ao sentimento de perda do outro, o profissional
busca alguns mecanismos de defesa individual para não sofrer
constantemente a cada situação vivenciada. Em muitos casos,
se esses mecanismos não forem utilizados, o profissional se
tornará incapaz de desenvolver suas atividades.
Em
seus estudos, PITTA (1999), assinala alguns mecanismos de defesa,
sendo a fragmentação da relação técnico-paciente uma relação
na qual o profissional evita um contato muito próximo ao ser
cuidado como meio de se defender da própria dor e sofrimento
diante de situações críticas, pois o não envolvimento afetivo
nessa relação evita o sofrimento com a dor ou a perda do outro.
Será possível cuidar do outro sem se envolver? Vejamos o que
aponta Margarida: |
...No sentido de doença [...] eu não procuro me apegar.
Que assim, claro que tu acostuma com o paciente ali, daí tu
fica. Mas eu não costumo me apegar assim, porque eu acho que
isso não faz bem pra gente [...]. O B., aquele menino que
morreu. Aquele ali tu sente, né? Eu senti assim na hora. Só
que eu não posso, porque eu acho que isso faz mal pra ti.
Eu penso assim, que tu tá aqui pra ajudar, já fazendo o que
precisa ajuda, não pode ter pena.
|
Entre a equipe multiprofissional, os membros da equipe de enfermagem
são os que ficam mais próximos do paciente, pois trabalham mais
diretamente na sua prestação de cuidados. Alguns pacientes ficam
vários dias, vários meses internados na mesma unidade. É possível
não se apegar, não se envolver durante a convivência?
BETTINELLI (1998) aponta que alguns profissionais de enfermagem
na relação de cuidado demonstram um envolvimento com o paciente
bastante superficial, supervalorizando os aspectos científicos,
as rotinas, os problemas burocrático-administrativos, as normatizações
de técnicas e de procedimentos. Estas atitudes denotam a impessoalidade
do cuidador, sendo a intuição, o envolvimento, a sensibilidade
e a solidariedade substituída pelo mero cumprimento de tarefas
rotineiras, fazendo com que a relação com o paciente se torne
fragmentada, fria, simplificada e, às vezes, distante, transformando
o ser humano em um objeto do cuidado.
O
autor considera que a visão tecnicista do profissional de enfermagem
pode afastá-lo cada vez mais do ser cuidado e ainda, impedir
as reflexões sobre sua postura e conduta profissional, podendo
tornar-se antiética.
CONCLUSÃO
A prática
do cuidado pelo profissional de enfermagem, objetiva prioritariamente
cuidar do outro, direcionando a atitude cuidativa para o ser
que está sob os seus cuidados. O cuidar do outro, pelas trocas
que proporciona, traz para o cuidador sentimentos de prazer
e satisfação, ou seja, cuidar do outro é também cuidar de si
mesmo.
Evidencia-se o cuidado do outro pelo profissional de enfermagem
de maneira verbal e não-verbal, atendendo os aspectos físico
e emocional, de modo a preservar a dignidade de ser humano que
é. A dor manifestada pelo outro sensibiliza o profissional,
que busca em suas ações o seu alívio, mediante atitudes de empatia
na prática cuidativa.
O
‘envolvimento’ no cuidado de enfermagem é apontado como indispensável
para cuidar como medida de aproximação entre o cuidador e o
ser cuidado com finalidade terapêutica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
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BETTINELLI,
L.A. Cuidado Solidário. Passo Fundo-RS: Pe. Berthier,
1998.
COSTA, A.L.R.C. O cuidado como trabalho e o cuidado de
si no trabalho de enfermagem. 1998. 150p. Dissertação (Mestrado).
Pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina / Universidade Federal do Mato Grosso. Florianópolis
(SC).
COSTENARO, R.G.S.; LACERDA, M.R. Quem cuida de quem cuida?
Quem cuida do cuidador? Santa Maria: Unifra, 2001.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa
qualitativa em saúde. 4. ed. São Paulo: Hucitec/Abrasco, 1996.
PITTA, A. Hospital dor e morte como oficio. 4. ed.
São Paulo: Hucitec, 1999.
SILVA, M.J.P.; GIMENES,
O.M.P.V. Eu – o cuidador. Rev. O mundo da saúde, São
Paulo, ano 24, v. 24, n. 4, p. 307-309, 2000.
WALDOW, V.R. Cuidado
humano: o resgate necessário. Porto Alegre: Sagra Luzzatto,
1998. WALDOW, V.R. Cogitando sobre o cuidado humano. Cogitare
Enferm., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 7-10. 1998.
Texto recebido em 07/03/2006
Aprovado para publicação em 30/04/2006
1Artigo construído a partir da dissertação
de mestrado apresentada à Universidade do Contestado – UnC,
Concórdia (SC) intitulada: “O (des)cuidado de si do profissional
de enfermagem”.
2Enfermeira, Mestre em Ciências da
Saúde Humana pela Universidade do Contestado – UnC, Concórdia
(SC). E-mail: mariabaggio@annex.com.br
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