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Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 04, Num. 01,
2002 - ISSN 1518-1944
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO
- Brasil). |
SOROPREVALÊNCIA
DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE EM PACIENTES DE INSTITUIÇÕES PSIQUIÁTRICAS
E EM INDIVÍDUOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS COM SÍNDROME DE DOWN DE GOIÂNIA-GOIÁS
Marcia Maria de Souza
SOUZA, M. M. Soroprevalência da infecção pelo
vírus da hepatite em pacientes de instituições psiquiátricas e em indivíduos
não institucionalizados com síndrome de down de goiânia-goiás. Revista Eletrônica
de Enfermagem (on-line), v. 4, n.1, p. 59, 2002. Disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen
RESUMO: O vírus da hepatite B é responsável por altos índices
de morbidade e mortalidade na população humana mundial. Este estudo objetivou
a determinação da soroprevalência da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB)
em pacientes internados em hospitais psiquiátricos e em indivíduos não institucionalizados
com retardo mental (Síndrome de Down) em Goiânia-Go, bem como a detecção
do DNA viral além dos subtipos do HBsAg circulantes nessa população. Para a
determinação dessa prevalência investigou-se no soro de 433 indivíduos a presença
dos marcadores sorológicos HBsAg, anti-HBs e anti-HBc total. Para as amostras
positivas para HBsAg pesquisou-se também anti-HBcIgM, HBeAg e anti-HBe utilizando
como metodologia o ensaio imunoenzimático. Observou-se que dos 433 indivíduos
pesquisados, 22,4% eram soropositivos ao vírus. A análise considerando o tipo
populacional estudado mostrou índices de soroprevalência de 24,3%, 16,9% e12,0%
para os pacientes que apresentam problema mental, problema mental associado
a dependência química e em indivíduos com Síndrome de Down, respectivamente.
Os resultados em relação a faixa etária, mostrou que a soroprevalência foi distribuída
em todas as faixas etárias e que o AgHBs só foi detectado a partir de 21 anos
de idade. Em relação ao sexo os resultados mostraram uma soroprevalência maior
em indivíduos do sexo masculino embora não estatisticamente significativo. Não
houve diferença estatística para a soropositividade entre os diferentes hospitais
do estudo mas a análise considerando os fatores de risco mostrou que para os
indivíduos com problema mental e dependência química associada, as condições
de reinternação e a promiscuidade sexual foram significativos para aquisição
da infecção. Cinco amostras HBsAg positivas foram subtipáveis pela metodologia
de imunodifusão radial sendo estas adw2 (60%), adw4 (20%) e ayw3
(20%). Foi detectado o DNA viral, pela metodologia da PCR, em três amostras
HBsAg positivas e também em 11 amostras positivas para anti-HBc total/anti-HBs.
Os resultados deste estudo corroboram dados mundiais e reforçam a opinião a
respeito do controle do VHB no sentido da prevenção da hepatite B aguda, crônica
ou mesmo o carcinoma hepatocelular primário. Assim sendo consideramos serem
necessárias a adoção de medidas preventivas de rotina no ambiente hospitalar
psiquiátrico além da implantação do processo de vacinação para todos envolvidos.
Estes dados indicam importante índice de ocorrência da infecção pelo VHB nesta
população específica e reforça estudos anteriores sobre a importante circulação
do vírus na Região.