Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 04, Num. 01, 2002 - ISSN 1518-1944
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO - Brasil).
 

ESTUDO DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE B (VHB) E AVALIAÇÃO DA SOROCONVERSÃO À VACINA RECOMBINANTE EUVAX-B NA POPULAÇÃO DE HEMODIÁLISE EM GOIÂNIA – GO. 1

Sheila de Araújo Teles2


TELES, S. A. Estudo da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) e avaliação da soroconversão à vacina recombinante Euvax-B na população de hemodiálise em Goiânia – GO. Revista Eletrônica de Enfermagem (on-line), v.4, n.1, p. 60, 2002. Disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen

RESUMO: Os pacientes em hemodiálise apresentam um risco elevado de infecção pelo vírus da hepatite B (VHB), sendo a vacina contra o mesmo a medida mais efetiva para sua prevenção. Neste estudo, investigou-se os índices de positividade para o marcador sorológico AgHBs em hemodialisados em Goiânia-Goiás, no período de 1995 (n=282) a 1999 (n=536), detectando-se, ainda, a presença dos marcadores AgHBe/anti-HBe pelo ensaio imunoenzimático (EIE) e do DNA viral pela reação da polimerase em cadeia (PCR) nas amostras AgHBs reagentes. Além disso, determinou-se os subtipos do AgHBs pelo EIE e, os genótipos do VHB através dos métodos: “Line Probe Assay” (LiPA) e análise do polimorfismo de fragmentos de restrição (RFLP). Ainda, vacinou-se pacientes (n=42; 40 mg nos meses 0, 1, 2 e 6) e profissionais (n=60; 20 mg nos meses 0, 1 e 6) das unidades de hemodiálise, avaliando a soroconversão à vacina recombinante Euvax-B. Observou-se um declínio na prevalência do AgHBs de 12% em 1995 para 5,8% em 1999 (p<0,05). Dentre os pacientes AgHBs reagentes (n=43), 23 (53,5%) apresentaram reatividade ao AgHBe e, 18 (41,9%) ao anti-HBe. Dois pacientes foram negativos para ambos os marcadores. O DNA do VHB foi detectado em todas as amostras AgHBe reagentes, em seis anti-HBe-positivas, e em uma amostra AgHBe/anti-HBe não reagente. Em 1995, foram encontrados os genótipos A (50%), D (46,2%) e F(3,8%) e, os subtipos adw2 (44,1%), ayw3 (41,2%), ayw2 (2,9%) e adw4 (2,9%), havendo uma correlação na distribuição dos mesmos por unidade de diálise. Ao final da investigação (1999), notou-se uma mudança na endemicidade dos genótipos/subtipos circulantes, sendo amostras D/ayw3 (65,2%) predominantes, seguidas das identificadas como A/adw2 (30,4%) e F/adw4 (4,4%). Ainda, seis padrões de RFLP foram determinados: A1 (seis amostras), A3 (duas amostras), D3 (10 amostras), D4 (uma amostra), D7 (sete amostras) e F1 (uma amostra). Os padrões D3 e D7 foram mais freqüentes nas Unidades I e II, respectivamente, em relação as demais unidades (p<0,05). Verificou-se, ainda, nos pacientes e profissionais vacinados, títulos de anti-HBs acima de 10 UI/L em 89,5% e 93,3%,  respectivamente. Os resultados deste estudo mostraram que, apesar da importância do ambiente dialítico na disseminação do VHB, houve uma diminuição no índice de portadores do vírus B nas unidades de hemodiálise de Goiânia-GO e, uma boa resposta à vacina Euvax-B foi observada.

1 Tese (Doutorado)defendida em 06 de junho de 2002. Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ Curso Biologia Parasitária, sob orientação de  Dra.Clara F. T. Yoshida e Profa. Dra. Regina Maria Bringel Martins;

2 Enfermeira, Doutor em Ciências, Professora Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. sheila@fen.ufg.br