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Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 04, Num. 01,
2002 - ISSN 1518-1944
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO
- Brasil). |
MICRORGANISMOS
ISOLADOS DE BARATAS (Periplaneta americana) EM UM HOSPITAL PÚBLICO
DE GRANDE PORTE DA REGIÃO CENTRO OESTE.
Marinésia Aparecida do Prado
PRADO, M. A. Microorganismos isolados
de baratas (Periplaneta americana) em um hospital público de grande porte
da região Centro Oeste. Revista Eletrônica de Enfermagem (on-line), v.
4, n.1, p. 61, 2002. Disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen
RESUMO: As baratas são carreadoras em potencial de microrganismos
levando-os na superfície do seu corpo para os materiais esterilizados, equipamentos
e alimentos não-contaminados, seja no ambiente, hospitalar ou domiciliar. Epidemiologicamente,
as baratas devem ser consideradas um importante vetor de infecções. O objetivo
deste estudo foi isolar e a identificar os microrganismos da superfície
de baratas em um hospital, assim como determinar o perfil de suscetibilidade
antimicrobiana das bactérias isoladas da superfície das baratas. As baratas
foram capturadas no ambiente hospitalar, nos períodos matutino e noturno, sendo
as mesmas colocadas em frascos previamente limpos e desinfetados com álcool
a 70%, em seguida transferidas para um frasco estéril e levadas ao laboratório.
Consideraram-se, para o estudo, as baratas que se encontravam íntegras e vivas,
as quais foram imobilizadas a uma temperatura de 0o C por um período
de 5 a 20 minutos. As baratas foram retiradas dos frascos com o auxílio de pinça
hemostática Kelly estrerilizada, colocadas em solução salina estéril 0,8% e
homogenizadas. Esta solução foi semeada em placas de Petri contendo meios de
cultura: ágar Macconkey, ágar Naito, infusão de cérebro e coração (ágar BHI),
ágar Saboraud, ágar Manitol, e incubadas a uma temperatura de 370 C,
por um período de 24 a 48 hs, sendo o ágar Saboraud incubado à uma temperatura
ambiente por 7 dias, em seguida, examinadas em um estereomicroscópio para a
contagem das unidades formadoras de colônia (ufc) de acordo com Westergreen
& Krasse (1978), a seguir identificadas segundo à taxonomia padrão descrita
por KONEMAN et al. (1993). O isolamento dos microrganismos, foi realizado de
acordo com o método preconizado por FOTEDAR et al. (1991). Para a determinação
do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos utilizou-se o teste de difusão
de disco, recomendado pela National Committe for Clinical Laboratory Standards
(2000). A análise estatística foi realizada no programa EPI-INFO, V.6.04. O
estudo revelou: a prevalência de fungos 97,0%; de enterobactérias 56,0% e estafilococos
coagulase negativo (ECN) 25,4%. Identificaram-se 15 espécies de enterobactérias
com predomínio de K.pneumoneae 12,7%; E. aerogenes 10,3%; Serratia marcescens
9,5%; de Hafínia alvei 8,7%; de E. gergoveae e E. cloacae 6,3%; de Serratia
sp 4,7% e outras. Detectou-se uma resistência significativa das espécies de
enterobactérias e dos ECN aos antimicrobianos, inclusive à oxacilina. Concluiu-se
que as baratas são carreadoras de microrganismos de interesse para as IH e que
os resultados apresentados na pesquisa podem estar associados às condições de
saneamento ambiental da instituição, ao uso inadequado de antimicrobianos e
à oferta aleatória de alimentos, propiciando a proliferação desses insetos.