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Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 04, Num. 01,
2002 - ISSN 1518-1944
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO
- Brasil). |
PREVALÊNCIA
DE ESTAFILOCOCOS RESISTENTES À METICILINA EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UMA
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE GOIÂNIA - GOIÁS.
Ana Luiza Neto Junqueira
JUNQUEIRA, A. L. N. Prevalência de estafilococos
resistentes a meticilina em profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia
Intensiva de Goiânia – Goiás. Revista Eletrônica de Enfermagem
(on-line), v. 4, n.1, p. 63, 2002. Disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen
RESUMO: Os estafilococos resistentes à
meticilina (MRS) são importantes patógenos nosocomiais. Os profissionais
de saúde têm um alto risco de exposição a este microrganismo. A unidade
de terapia intensiva (UTI) é local de risco para as infecções por MRS.
Este trabalho tem como objetivo isolar e identificar cepas de estafilococos
de amostras de saliva e da narina de profissionais de saúde da UTI do Hospital
de Urgências de Goiânia - Goiás, detectar cepas resistentes à meticilina/oxacilina,
o gene mecA e propor medidas para controle de MRS em profissionais de
saúde da UTI. Foram isoladas 132 cepas de estafilococos de 52 profissionais,
106 (80,3%) identificadas como Staphylococcus aureus, e 26 (19,7%) como
estafilococos coagulase negativa (ECN). De acordo com sítio anatômico,
as taxas de prevalência para S. aureus e ECN na saliva foram
de 61,0% e 39,0% e na narina de 77,0% e 23,0% respectivamente. O perfil
de suscetibilidade dos estafilococos isolados dos dois sítios aos antimicrobianos
testados foi semelhante. Os Staphylococcus aureus apresentaram semelhança
na resistência à eritromicina, ceftriaxona, penicilina à oxacilina, nos
isolados da narina e saliva respectivamente. Todas as cepas foram sensíveis
à vancomicina. Porém houve uma diferença de suscetibilidade em relação a tetraciclina,
mostrando uma resistência nas cepas da narina de 35,8% enquanto que nos isolados
da saliva o percentual de resistência foi de 27,5% (p<0,05). Quando observados
os ECN, a suscetibilidade foi semelhante nos isolados da saliva e narina
para todos os antibióticos testados. Em relação à vancomicina, assim como
observado para cepas de S. aureus, não foram detectados ECN resistentes.
A prevalência de portadores de MRS foi de 53,8%. Dentre os profissionais
analisados os de enfermagem representaram 82,7% da população, e destes, 63,1%
foram identificados como portadores de MRS, como também 33% dos
médicos portavam este microrganismo na saliva ou narinas. A presença
do gene mecA foi pesquisada pela reação em cadeia de polimerase (PCR)
em 68 cepas de estafilococos sendo 38 MRS e 30 sensíveis à meticilina.
Das 38 cepas de MRS o gene foi detectado em 22 (57,9%). Além disso, o
mecA foi detectado em 7 (23,3%) cepas identificadas como meticilina sensíveis.
Desta forma, observando a alta prevalência de MRS em profissionais de saúde
de UTI enfatiza a necessidade da implementação do controle dos MRS, com a descolonização
dos portadores, lavagem efetiva das mãos e o cumprimento das medidas de precauções
padrão para portadores de microrganismos multirresistentes à antibióticos.