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Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 04, Num. 01,
2002 - ISSN 1518-1944
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO
- Brasil). |
PERFIL
EPIDEMIOLÓGICO DA CLIENTELA DOS CENTROS DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO
PARA O HIV EM GOIÁS – BRASIL, 1998
Sandra Maria Brunini de Souza
SOUZA, S. M. B. Perfil epidemiológico
da clientela dos centros de testagem e aconselhamento para o HIV em Goiás –
Brasil, 1998. Revista Eletrônica de Enfermagem (on-line), v. 4, n. 1,
p. 68, 2002. Resumo. Disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen
RESUMO Objetivos: Determinar e comparar o perfil sócio-demográfico,
a prevalência da infecção pelo HIV e os fatores de risco da clientela dos Centros
de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Goiânia e de Rio Verde, Goiás. Metodologia:
Trata-se de estudo de corte transversal com amostra de população voluntária,
que procurou o serviço para testagem anônima, confidencial e gratuita, no período
de janeiro a outubro de 1998. A detecção de anticorpos anti-HIV consistiu na
realização de duplo teste de ELISA (Enzyme Linked Immunossorbent Assay) e confirmação
sorológica por Imunofluorescência Indireta, obedecendo às recomendações do Ministério
da Saúde. Os dados epidemiológicos e os resultados de laboratório foram extraídos
de questionários aplicados pelos profissionais do serviço, durante o aconselhamento
pré-teste. A soroprevalência para o HIV foi calculada entre os indivíduos atendidos
nos CTA de Goiânia e de Rio Verde e, a razão de prevalência (RP), com respectivos
intervalos de confiança de 95% (IC 95%), foi estimada para os potenciais fatores
de risco associados com a infecção. Resultados: Foram analisados
1784 registros da demanda espontânea, sendo 1156 (64,8%) de Goiânia e 628 (35,2%)
de Rio Verde. Quando comparada com Rio Verde, a população do CTA de Goiânia
mostrou maior proporção de mulheres, de desempregados, de indivíduos que preferiram
o teste anônimo e de pessoas com história de testagem anterior. Em Rio Verde
a exposição ao risco sexual, destacou-se entre os motivos da testagem quando
comparado com Goiânia (67,5% vs. 33,2%; p < 0,01). A proporção de indivíduos
que procuraram o serviço para conhecer seu status sorológico ou por indicação
médica foi maior entre os clientes de Goiânia que de Rio Verde (28,3% vs. 10,8%;
p < 0,01). A soroprevalência em Goiânia e em Rio Verde foi, respectivamente,
2,6% e 2,8% (p > 0,05). Indivíduos com escolaridade até o 1º grau apresentaram
risco 2,2 (IC 95% 1,1 - 4,8) vezes maior de ser infectados quando comparados
com os de maior escolaridade. Tanto para pessoas que referiram testagem prévia
(RP = 6,2%; IC 95% 3,3 - 11,8) como para as que procuraram anteriormente o banco
de sangue (RP = 3,8; IC 95% 1,8 - 7,9) houve associação com alto risco de
infecção pelo HIV. Conclusões: Os resultados deste trabalho mostraram
que há diferenças epidemiológicas entre indivíduos de Goiânia e de Rio
Verde atendidos nos CTA. Essas informações podem contribuir no planejamento
de intervenções de prevenção e vigilância do HIV, de forma regionalizada.
Dissertação de Mestrado apresentada em setembro de 2000
ao curso de Pós-Graduação do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
da Universidade Federal de Goiás, área de concentração em Epidemiologia, sob
orientação da Profa. Dra. Ana Lúcia S. Sgambatti de Andrade; Enfermeira, Mestre em Epidemiologia, Professora Assistente da Faculdade de Enfermagem
da Universidade Federal de Goiás.