Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 02, Num. 01,
2000 - ISSN 1518-1944 Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO - Brasil). |
Editorial |
Às vésperas do terceiro milênio vemos eclodir em todo o mundo o movimento da globalização e esta nos impõe a necessidade de repensar as relações do homem no mundo. Com isso os profissionais da área da saúde, necessariamente, precisam revisar o seu modo de assistir ao ser humano, de lidar com a saúde e a doença; enfim dimensionar suas ações a partir de outro paradigma que não aquele amplamente difundido e fundamentado, exclusivamente, no modelo biológico.
Nesse sentido as orientações do Relatório da 10ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1998 trazem na sua essência os princípios da atenção integral à saúde que indicam a necessidade de desenvolvermos ações que superem ações fragmentadas, voltadas para órgãos e sistemas. É imprescindível para o planejamento da assistência em saúde, considerarmos os aspectos sociais, psicológicos, culturais e políticos que permeiam suas ações.
Por outro lado, sabemos que para desenvolver esse tipo de trabalho é necessário mudarmos nossa atitude frente à pessoa que atendemos esteja ela em serviços hospitalares ou extra hospitalares. Alguns estudos mostram as dificuldades dos enfermeiros em assumirem uma postura que favoreça a assistência integral do paciente. Geralmente, os profissionais da saúde assumem atitude e linguagem que tornam suas ações pouco integradoras, impositivas e pouco reflexivas.
Consideramos que é um grande desafio desenvolvermos atitudes mais empáticas e humanizadoras, diante da realidade em que vivemos, em especial, no setor saúde.
No nosso ponto de vista, esse aspecto tem relação direta com a formação de profissionais de saúde dentro ou fora da academia. Baseados em nossa experiência no ensino de enfermagem, podemos afirmar que isso é possível e esperado, porém, deve fazer parte do projeto pedagógico das instituições formadoras, caso contrário pode se tornar uma ação isolada, que se perde no tempo se não devidamente alimentada.
Como aguardamos as novas diretrizes para o ensino de enfermagem, aguardamos também boas mudanças, e que a pessoa (do profissional e do cliente) seja valorizada como o maior bem da humanidade !
Prof ª Drª Denize Bouttelet Munari
Professora Titular e Vice-Diretora da Faculdade de Enfermagem
Universidade Federal de Goiás