Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 02, Num. 01, 2000 - ISSN 1518-1944
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO - Brasil).
 
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ENFERMEIROS E ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE A PERCEPÇÃO DOS RISCOS LABORAIS A QUE ESTÃO EXPOSTOS EM UNIDADES DE ATENÇÃO Á SAÚDE

 Cristina ARREGUY- SENA, Azucena del Valle ROJAS, Adenícia Custódia Silva e SOUZA*


ARREGUY-SENA, C. ; ROJAS, A. V.; SOUZA, A. C. S. - Representação social de enfermeiros e acadêmicos de enfermagem sobre a percepção dos riscos laborais a que estão expostos em unidades de atenção á saúde. Revista Eletrônica de Enfermagem (online), Goiânia, v.2, n.1, jan/jun. 2000. Disponível: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen


 RESUMO: Ao analisar a percepção de 18 pessoas entre enfermeiros e acadêmicos de enfermagem sobre os riscos a que estão expostos no ambiente hospitalar e nos serviços de atendimento primário à saúde, utilizamos as representações sociais como referencial metodológico.  Empregamos a análise de conteúdo proposta por Bardin e gravamos as entrevistas a partir de uma questão norteadora. A técnica de gibi e de desenhos livres instrumentalizaram a coleta de dados e o percurso metodológico é explicitado em sete passos. Apresentaram-se como riscos as relações institucionais, profissionais, interpessoais. As condições de trabalho são agravadas pelo convívio profissional em situações críticas e de proximidade com a morte. Os participantes consideraram-se pouco valorizados em suas potencialidades, já que reconhecem-se numa relação de poder com hierarquia muito rígida. A hegemonia médica e as condições financeiras foram percebidas como a base das decisões institucionais.
UNITERMOS: riscos laborais, enfermeiros, acadêmicos de enfermagem

SUMMARY: Social representation of nurses and academics of nursing about the perception of the work’s risks in which they are exposed in units of health care attendance services. Analyzing 18 people's perception among nurses and academics of nursing on the risks in which they are exposed in the hospital environment and in primary attendance services to the health, we used the social representations as a methodological referential. We used the analysis of content proposed by Bardin and we recorded the interviews starting from an specific question. "Cartoon" technique and the free drawings technique were used to collect data, and the methodological course is explicit in seven steps. It could be noticed as risks, the institutional relationships, professional and personal relationships. The work conditions worsened by the professional acquaintance in serious situations and of proximity with the death. The participants were considered not very valued in its potentiality, since the relationships of power and a very strict hierarchy prevail. The medical hegemony and the financial conditions were noticed as the base of the institutional decisions.
KEY WORDS: Labor risks, nurses, nursing academics

01 - INTRODUÇÃO

A enfermagem, ao inserir-se no mercado de trabalho, utiliza mecanismos adaptativos diante de instituições que adotam filosofias centradas no modelo biomédico e hospitalocêntrico. No processo de ajustamento profissional o enfermeiro, para atender a demanda do perfil profissional traçado para ele pelas instituições nas quais se insere, centraliza sua atuação na coordenação da equipe de enfermagem e na gerência da assistência, ficando a cargo dos técnicos, auxiliares e atendentes de enfermagem (essa última categoria em fase de reenquadramento segundo resolução do Conselho Federal de Enfermagem número 185 de 20/Julho/1995) o cuidado direto à clientela. Fato semelhante ocorre na composição da equipe de enfermagem que atua nas instituições de atenção primária à saúde, na qual o atendente de enfermagem surge no cenário assistencial sob a denominação de agente de saúde.

Os trabalhadores de enfermagem podem ser caracterizados como sendo um grupo de formação e qualificação profissional distintos, apesar de, na prática quotidiana, nem sempre essa distinção de formação seja utilizada na organização e execução das atividades profissionais. Entre tais profissionais há o predomínio do gênero feminino.

Em nossa experiência profissional de mais de uma década, tivemos a oportunidade de observar situações vivenciadas pelos trabalhadores da equipe de enfermagem e pelos estudantes do curso de graduação em enfermagem no processo laboral e de estudo respectivamente, que se configuram como fatores de riscos externos, internos ou mistos. Eles são desgastantes e geradores de insatisfação, dentre os quais podemos citar: 1) sobrecarga de tarefas (o gênero feminino, por si, constitui uma das variáveis que reforçam tal sobrecarga, uma vez que ele culturalmente está vinculado a um acréscimo de atividades complementares a serem desenvolvidas no lar e nas relações familiares), 2) jornadas prolongadas (devido a dobra de plantão ou pelo acúmulo de empregos), 3) turnos alternantes, 4) falta de tempo destinados ao descanso- pausas de trabalho previstas em lei (mas nem sempre obedecidos na prática profissional devido as peculiaridades do tipo de atividades envolvidas, 5) alta rotatividade dos profissionais em diferentes especialidades (exigindo conhecimentos e ajustamentos a situações específicas), 6) trabalho noturno (pessoas que não se adaptam às mudanças em seu círculo circadiano), 7) longos trajetos percorrido para a realização de visitas/ atendimentos domiciliares ou deslocamentos dentro da própria instituição de trabalho, 8) contato com clima e temperaturas variáveis e/ou extremadas durante acompanhamento de ensino extra institucional, atendimentos “in locus” ou setores fechados, 9) falta de expectativa para ascensão e/ou promoção profissional, 10) baixos salários e falta de prestígio profissional, 11) inadaptação ao ambiente de saúde e/ou aos instrumentos de trabalho: luminosidade, ventilação, esforços físicos, arquitetura hospitalar, disposição de mobiliários, altura das bancadas, camas, macas, cadeiras e outros instrumentais utilizados no quotidiano, 12) possibilidade de remanejamento entre os locais de atendimento de uma própria instituição, inclusive dentro de uma mesma jornada de trabalho, 13) contato com irradiações, 14) possibilidade de acidentes de trabalho (percursos para os atendimentos e deslocamento para o local de trabalho/ domicílio) ou com o próprio instrumental de trabalho (uma vez que as mudanças tecnológicas de instrumentais é muito grande e o período para o trabalhador se adaptar ou receber instruções de manuseio dos mesmos é pouco valorizado), 15) contato com aerossóis, soluções químicas, microorganismos resistentes, medicamentos, princípios ativos de vacinas e alergenos, 16) contato com microbiota hospitalar e comunitária resistentes, 17) contato com fluidos corporais, 18) situações conflitantes entre as relações interpessoais, relações de poder entre sua própria filosofia de vida, cultura, princípios religiosos, políticos e morais e  as exigências administrativas, 19) convívio com a morte, a dor e o sofrimento humano nos atendimentos, 20) compartilhamento de problemas de saúde vivenciadas pelos membros da equipe de enfermagem e outros trabalhadores de saúde em suas vidas pessoais e familiares, 21) o uso de comunicação autoritária empregada nos ambientes de trabalho, 22) contenção de despesas, gerando redução de recursos humanos, materiais e financeiros associado a uma deterioração da saúde da população e conseqüente aumento da demanda nos locais de serviço, 23) impacto das mudanças da política nacional, estaduais e municipais sobre as condições de trabalho, 24) negação do auxílio doença em casos de acidente de trabalho que não foram devidamente registrados.

Alguns desses fatores são mencionados, por LAURELL (1993), AGUDELO (1995), MARZIALE & ROZESTRATEN (1995), BEDRICON (1996), IIDA (1997), MARZIALE (1998), MARZIALE & CAMPOS (1998), MARZIALE & ROBAZZI (1998), ROJAS (1999) e outros estudiosos, quando referem-se às situações peculiares ao perfil profissional da enfermagem e de outros profissionais de saúde. Entre os estudiosos do assunto não há um consenso sobre a classificação dos tipos de riscos a que tais profissionais estão expostos, sendo que a divergência entre tais autores envolve o grau de detalhamento que as classificações apresentam. Consideramos que estes riscos mencionados são: químicos, biológicos, físicos, ergonômicos, psicológicos ou emocionais e sociais que criam condições desfavoráveis de trabalho.

A concepção do hospital como um ambiente insalubre é relevante, não só pelo fato de haver nesse ambiente agentes biológicos e químicos destacados em algumas argumentações reducionistas. Existem outros fatores que tornam tal ambiente insalubre como aqueles que foram mencionados anteriormente, sendo que o mesmo raciocínio pode ser empregado ao analisarmos as atividades de saúde desenvolvidas por esses profissionais e pelos estudantes da área quando atuam junto à comunidade.

Diante do exposto, consideramos que captar formas de riscos ocupacionais ocorridos e/ou percebidos pelos trabalhadores da equipe de enfermagem e de futuros profissionais (acadêmicos da área), mesmo quando num recorte da realidade, pode constituir numa estratégia norteadora para redimensionar formas de ensino e de processos educativos continuados junto às instituições hospitalares e de atenção primária, visando tornar mais agradável e seguro o desenvolvimento das atividades do trabalhador.

Para tanto objetivamos analisar a representação social dos enfermeiros de instituições hospitalares e de saúde pública e de acadêmicos de enfermagem sobre a percepção dos riscos a que estão expostos no seu ambiente laboral e de estudo.


02 - REFERENCIAL METODOLÓGICO

Pesquisa qualitativa de delineamento na linha da representação social. Nessa abordagem pretendemos obter a variedade das percepções de riscos no imaginário de um grupo de profissionais enfermeiros e de acadêmicos de enfermagem, mesmo que restrito, visando a captar as possibilidades de riscos a que esse grupo sente-se ameaçado no desenvolvimento das atividades de trabalho e de estudo respectivamente.

A representação social segundo Jodelet (1989) apud ARRUDA (1992, p.123), é “uma forma de conhecimento específico ou saber do senso comum, cujos conteúdos se constróem a partir de processos socialmente marcados”. A representação social “não é uma copia da realidade, um reflexo do mundo exterior, ela é a sua tradução, a sua representação pelo sujeito que é um sujeito ativo ARRUDA (1992, p.124).

Os dados foram coletados no período de setembro a novembro de 1998 e o início foi precedido pela solicitação da assinatura dos participantes no “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”, conforme resolução 196/96 sobre pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 1997).

            A população investigada foi composta por enfermeiros e acadêmicos de enfermagem. Participaram enfermeiros dos Países: Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, que atuavam em unidades de atenção primária à saúde, secundária ou terciária (quer sejam instituições hospitalares, ambulatorias ou de atenção primária à saúde), no ensino de graduação ou pós graduação de enfermagem e acadêmicos do curso de graduação em enfermagem do interior de São Paulo e de Minas Gerais que possuíam contato com instituições de saúde ou desenvolviam ações junto a comunidade que fossem capazes de se comunicarem através das técnicas propostas sobre suas percepções de riscos a que estão sujeitos na prática profissional ou de formação. A faixa etária variou de 22 a 50 anos, sendo entrevistados pessoas de ambos os sexos.

Os informantes, foram definidos por amostra intencional: 3 colombianos, 2 peruanos, 1 argentino e 12 brasileiros. Dos enfermeiros colombianos, peruanos e argentinos 3 são docentes e 3 são assistentes. Dos brasileiros 2 são enfermeiros assistentes, 6 são docentes e 4 são acadêmicos de enfermagem.

A coleta dos dados foi realizada através de entrevistas gravadas e desencadeadas a partir da seguinte questão norteadora: “em sua prática profissional quais as situações que poderiam ser ameaçadoras para você?”.

A entrevista foi composta por duas etapas. Na primeira foi solicitado ao entrevistado que representasse a questão proposta através de recortes e colagem de gibis e/ou desenhos livres, conforme proposta de ARREGUY-SENA et. al. (1999). Na segunda etapa foi gravada a explicação do que havia sido representado na primeira fase e as falas emitidas pelo entrevistado sobre a pergunta norteadora.

A avaliação do instrumento de coleta de dados foi feita com um argentino e um brasileiro, visando: a) avaliar a pertinência da pergunta desencadeadora, b) adequar o tempo à técnica utilizada, c) fazer adequação da linguagem e d) verificar o nível de compreensão dos informantes para o fenômeno em estudo.

Os desenhos e colagens dos 18 entrevistados desencadearam as falas gravadas, utilizando-se os seguintes materiais: cola, corretivo, pincéis coloridos, lápis de cor, caneta, folha de papel A4 em branco, tesoura, prancheta e revistas tipo gibi; relógio, gravador e fita de gravador.


03 - ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DAS CATEGORIAS

A análise de conteúdo constituiu a estratégia para tratamento das comunicações gravadas, utilizando o referencial de MINAYO (1998) e sendo operacionalizada em sete passos. O primeiro passo compreendeu: 1) compartilhamento das impressões sobre o material colhido e 2) transcrição das entrevistas gravadas na íntegra. No segundo passo ocorreu a leitura panorâmica das entrevistas e no terceiro passo procedemos: 1) leitura detalhada das entrevistas; 2) busca dos fragmentos das falas por tema; 3) distinção das falas significativas, grifando-as e 4) recorte das falas. Já no quarto passo foi feita: 1) leitura de cada fragmento recortado e 2) classificação de cada fala dentro das questões norteadoras. No quinto passo houve a definição das unidades temáticas (possibilidades de exposição e tipos de riscos e ameaça para si nas relações interpessoais) e no sexto passo realizamos a: 1) definição das estruturas relevantes (classificação das falas por tema: riscos ergonômicos, físicos e psicoemocionais, relações interpessoais e de poder, falta de reconhecimento, não ter tempo para se alimentar e políticas instituídas/ sub-entendidas). Finalizando o último passo consistiu na elaboração do material escrito.

Os dados estão sendo apresentados em categorias provenientes da análise dos conteúdos das entrevistas, segundo os passos anteriormente mencionados, denominadas “unidades temáticas”. Elas possuem detalhamentos que são as “estruturas relevantes”. Para fins publicação, solicitamos um tradutor que fizesse a versão dos trechos do espanhol para o português. A nomenclatura utilizada é coerente com o referencial teórico adotado. Usaremos, também, suporte literário sobre os aspectos mencionados nos fragmentos das falas citadas para dar consistência à análise das categorias obtidas.

 

UNIDADE TEMÁTICA I- POSSIBILIDADES DE EXPOSIÇÕES E TIPOS DE RISCOS.

Para apresentar os dados categorizados na primeira unidade temática foram selecionadas algumas falas dos enfermeiros e dos acadêmicos de enfermagem entrevistados sobre os tipos de riscos a que estão expostos nas atividades profissionais e de estudo. As mesmas serão apresentadas de forma sintéticas na Figura 1. Para exemplificar a riqueza dos dados obtidos selecionamos uma representação pela técnica de “colagem de gibi” para cada estrutura relevante apresentada e algumas falas explicativas correspondentes as respectivas unidades temáticas. Ao final de cada transcrição usaremos de um código contendo duas letras e dois número para explicitar as falas dos entrevistados, garantindo-lhes o anonimato.

Figura 1: Relatos dos enfermeiros e acadêmicos de enfermagem sobre a concepção de riscos sobre a ameaça para si na unidade temática possibilidades de exposições e tipos de riscos. Ribeirão Preto 1998

ESTRUTURAS RELEVANTES
1: RISCOS ERGONÔMICOS 2: RISCOS FÍSICOS 3: RISCOS PSICO- EMOCIONAIS
Figura 1
     © Maurício de Souza Produções

“...problemas físicos e posturais...” AV05

“...cuidando dos pacientes estou exposta a alterações circulatórias...”AV03

 

“...pessoa que fica em pé, é uma situação comum em todo o mundo entre as enfermeiras...”AV03

 

“”...quando era aluna me sentia esgotada ao final das aulas por que todo o dia eu ficava muito tempo de pé...” AV03

 

“... a necessidade de caminhar muito... caminha-se duas ou três horas, podendo chegar a um estado de extenuação...”AV03

 

“... a questão ambiental, a temperatura. As vezes você está trabalhando e está tão quente que você não se concentra no que está fazendo...”AS06

 

“... como trabalho em educação continuada, fico muitas horas no computador. Então chega no final do dia, os meus olhos estão cansados e bem vermelhos...” AS05

 

“estamos submetidos a múltiplos ruídos de alarme...”AV04

 

“.. temos o constante descumprimento das normas de proteção de radiologia, principalmente com o uso de aparelhos portáteis de raio X, sem o devido manuseio e sem proteção da equipe de enfermagem...” AV04

“... lidar com situações de sofrimento, com a dor, com o morrer... acho que interfere na saúde...” CA04

 

“... o que cada paciente está significando para o próprio sentimento da gente, não deixa de ser uma questão que mexe com o psicológico...”AS06

 

“.após o acidente fazer o teste do HIV todo mês; estressa. Acaba descompensando emocionalmente e profissionalmente...” CA03

 

 

Destaca MARZIALE (1998, p.2) que as cargas pesadas freqüentemente manuseadas nas atividades de enfermagem são:

“... objetos e instrumentos pesados, transporte e movimentação de pacientes, arrumação de cama, banho de pacientes obesos e incapacitados de movimentação e ainda deve-se computar a deambulação efetuada pelos trabalhadores a cada jornada de trabalho...”

 A sobrecarga e os turnos alternantes foram mencionados pelos entrevistados como fatores ameaçadores para a saúde laboral dos profissionais da equipe de enfermagem, corroborando com dados de MARZIALE & ROZENSTRATEN (1995).

Estryn- Behar apud MARZIALE (1998), ao estudar as condições de trabalho da equipe de enfermagem, concluiu que tais profissionais deambulam em média 10 Km por jornada de trabalho.

Desenvolvendo atividades profissionais em ambientes fechados (áreas institucionais) ou ambientes abertos (junto à comunidade), os profissionais de enfermagem e os acadêmicos ficam expostos à temperatura e à iluminação locais tendo sido esses fatores mencionados pelos entrevistados e também analisados por WEERDMEESTER & DUL (1991). Esclarece IIDA (1997, p. 236) que

“a sensação térmica é produto da combinação da temperatura ambiental, da umidade relativa do ar e da velocidade dos ventos”,

Tal fato proporciona a sensação de bem estar, quando a temperatura está compreendida entre 20 a 24ºC, a umidade relativa está entre 40% a 60% e a velocidade do ar está moderada ou seja na faixa de 0,2 m/seg. Para que seja mantida a sensação de bem estar, a variabilidade da temperatura ambiente não deverá exceder de 4ºC.

Nos ambientes fechados e abertos, durante o período noturno, a iluminação artificial é feita com lâmpadas incandescentes de tungstênio ou seja possuem fluxo luminoso contínuo e/ou fluorescentes que são aquelas de fluxo intermitente, piscando com a ciclagem da rede elétrica. A oscilação, muitas vezes imperceptível ao olho humano e desfavorável a saúde do trabalhador, uma vez que esta compreendida entre 400nm a 750nm ABRAHÃO (1993) e IIDA (1997).

Outro risco abordado foi as vibrações, sendo que IIDA (1997, p.242) considera que elas são o resultado da interação de três fatores a saber: 1) a freqüência- medida em ciclos/seg ou Herstz; 2) a intensidade do deslocamento (em cm ou mm) ou aceleração máxima sofrida pelo corpo medida em g) e 3) a direção do movimento definida por três eixos triortogonais (do sentido póstero- anterior, látero-lateral da direita para a esquerda e podo cefálico), X,Y,Z respectivamente. Dentre as atividades desenvolvidas pela enfermagem que incluem a(s) vibração(es) estão: aparelhos de retirada de gesso, manuseio com cadeiras de rodas e macas e veículos (quer sejam encaminhando para higiene, exames, atendendo em resgates ou emergência). Elas variam de intensidade, sendo as de baixa freqüência consideradas mais danosas à saúde.

São muitos os materiais manuseados pelos profissionais de enfermagem que possuem carga elétrica. Dentre eles foram mencionados aqueles associados ou não aos alarmes luminosos e sonoros, uma vez que a introdução de equipamentos de tecnologia de ponta é um tendência crescente no setor de saúde. São exemplo: os monitores cardíacos, as bombas infusoras, os respiradores dentre outros aparelhos. Outras atividades quotidianas como o encaminhamento de pacientes para o banho no chuveiro elétrico e o preparo de bolsas de água quente estão presentes e foram percebidos como riscos para os entrevistados. Dependendo do local, onde essas atividades são executadas, há risco de sobrecarga tensional na rede elétrica e de acidentes que podem ser desencadeados pela falta de identificação e padronização da voltagem dos aparelhos utilizados (110 ou 220w).

A sobreposição de rotinas foi outro agravante mencionado ao referirem-se a atuação de múltiplos profissionais ocorrendo num mesmo cenário. Uma situação citada foi o processo de limpeza do chão, ocorrendo simultaneamente com o atendimento ininterrupto, e as vezes, previsto para ocorrerem em momento de maior fluxo de pessoal. O risco de incêndio, nos relatos dos entrevistados foi lembrado através de rotinas como a realização de glicosúria por método de Benedict, ainda existente na realidade de alguns entrevistados e que envolveu o contato direto com chamas.

Os riscos radiológicos ou de radiação foram destacados como ocorrendo em locais que realizam exames de radio imagem. Entretanto eles não passaram desapercebidos do grupo que ressaltou aqueles ocorridos nas unidades de terapias intensivas e nos centros cirúrgicos. Nestes locais, a realização de exames radiológicos de rotina com pacientes acamados ocorreu simultaneamente com a rotina de trabalho da equipe e foi percebida por ela como um fator de risco. Esse risco pode ser identificado através do relato de elementos da equipe de enfermagem procurarem proteção atrás das paredes (que não apresentam proteção de chumbo) no momento da realização de tais exames. Ficou evidenciado que, muitas vezes, receber doses acumulativas de irradiação, embora em pequenas doses, possa ser considerado, de forma errônea, um fato corriqueiro e sem agravantes na prática profissional. O uso do computador por tempo prolongado, como é o caso da implantação da informatização das prescrições e outros serviços desenvolvidos pela equipe de enfermagem já são riscos conhecidos na literatura pelos usuários. Cabe destacar que, em nossa prática profissional, ao contrário do detectado nas falas dos entrevistados, constatamos que não é habitual haver uma conscientização dos profissionais de enfermagem para os efeitos deletérios de tal exposição, principalmente quando consideramos os danos e malefícios que se instalam a médio e longo prazo.

A enfermagem possui o maior período de permanência junto as pessoas adoecidas institucionalizadas no sistema saúde quando comparada a outras categorias profissionais da área. Esse fato, faz com que tais profissionais participem mais diretamente do impacto que as alterações das condições de saúde podem ter sobre as pessoas doentes. Profissionalmente é esperado da equipe de enfermagem e dos trabalhadores de saúde que estejam tranqüilos e que não sinalizem para os clientes o impacto que situações simultâneas tenham sobre eles, ou seja é esperado de cada profissional aquilo que eles como pessoas nem sempre possuem. Foram mencionadas as agressões verbais e físicas que os profissionais de enfermagem defrontam-se e que é corroborado pelos relatos de DEJOURS (1992) em outro contexto. O efeito dessas agressões, de acordo com IIDA (1997, p. 304) podem manifestar-se por duas maneiras:

“... Em primeiro lugar, há uma perda da auto estima e da auto confiança, que levam as pessoas a se relaxarem dos cuidados com a higiene pessoal. Ao mesmo tempo, sofre de insônias, tornam-se agressivas e passam a beber ou fumar exageradamente. Em segundo lugar as transformações neuro endocrinológicas interferem nas funções fisiológicas e inibem as defesas naturais do organismo, tornando-as  mais vulneráveis às doenças como dores musculares, problemas gastro intestinais e doenças cardiovasculares.”

UNIDADE TEMÁTICA II- AMEAÇA PARA SI NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Na segunda unidade temática, os relatos dos entrevistados contidos na Figura 2 foram escolhidos para ilustrarem cada uma das estruturas relevantes, sendo seguido de comentários pertinentes à essa categoria.

Nos ambientes institucionais de saúde, quer sejam hospitalares ou unidades de atendimento primário à saúde, as relações interpessoais são influenciadas por fatores como: o número de pessoas envolvidas, o grau de resolubilidade que cada pessoa possui, o cargo que ocupa, a filosofia da instituição, as políticas nacionais, locais e institucionais (legalizadas ou subentendidas), o nível de poder exercido pelas chefias, o grau de flexibilidade permitida entre as pessoas (DEJOURS, 1992 e BEDRICOW, 1996).

Tendo por base as entrevistas transcritas dos enfermeiros e acadêmicos de enfermagem participantes do presente estudo, foi possível classificar as relações interpessoais de trabalho em dois grupos: os profissionais e aqueles que envolvem os clientes. Os registros classificados no primeiro grupo referem-se as relações multiprofissionais (as relações de poder representadas pelos cargos), as relações multidisciplinares (representadas pelas atividades desenvolvidas pelas pessoas e suas articulações) e as relações que envolvem as ideologias (das instituições- chamadas de políticas institucionais; das pessoas- chamadas de filosofia de vida e dos profissionais- chamada de referencial teórico).

Acrescenta LEOPARDI (1994, p.180) que a invisibilidade do trabalho do enfermeiro, enquanto produto final dentro do processo saúde- doença, tem levado à perda do sentido humano para o trabalho, para o prazer, para a vitalidade, para a ética e para a liberdade.

 

Figura 2: Relatos dos enfermeiros e acadêmicos de enfermagem sobre a concepção de riscos sobre a ameaça para si na  unidade temática ameaça para si nas relações interpessoais. Ribeirão Preto 1998.

ESTRUTURAS RELEVANTES
 

1: RELAÇÕES INTERPESSOAIS E DE PODER

2: FALTA DE RECONHECIMENTO

Figura 2

© Walt Disney Produções  

“... a coisa que é muito séria e que, as vezes, fica velada e escondida é a competição entre os profissionais...”CA02

 

“... o acadêmico tem que achar um espaço; ele tem que ocupar um espaço para ele. É diferente do profissional que já está mais tempo e tem as coisas um pouco mais delineadas...”CA04

 

“... situações que são conflituosas dentro do trabalho comunitário é conciliar os diferentes interesses da unidade formadora com a comunidade e os estudantes. Você se defronta com situações estressantes e comprometedoras...”AV05

 

“... existe essa competição abertamente. A gente consegue perceber que existe claramente...” CA02

“os profissionais que entendem da questão são vencidos pelo cansaço, da falta de apoio e acabam desistindo...” AS01

“... profissionais de enfermagem se perdendo, sendo massacrada dentro do processo, perdendo toda a autonomia; não conseguindo gerir seu processo de trabalho...” CA03

 

“... a comunidade não vendo o enfermeiro como uma referência, como alguém que está interferindo positivamente nesta comunidade nas questões de saúde...”CA03

 

            FRANÇA & RODRIGUES (1997, p.121-22), utilizando a escala de Walton, descrevem oito critérios básicos para avaliar o grau de satisfação no trabalho que são:

“... 1) compensação justa e adequada, 2) condições de trabalho, 3) uso e desenvolvimento das capacidades pessoais, 4) oportunidade de crescimento e segurança, 5) integração social na organização, 6) cidadania, 7) trabalho e espaço total de vida e 8) relevância social do trabalho...”

Esses critérios de inadequação das relações hierárquicas de trabalho são abordados por ANTUNES (1995) e LUNARDI-FILHO (1997), podendo indicar o grau de satisfações/insatisfações dos profissionais. Nos relatos dos entrevistados foram mencionadas condições de trabalho que geram insatisfação e desgastes, as quais eles estão submetidos, sendo destacado: os baixos salários, as péssimas condições de trabalho, as poucas oportunidade de ascensão, a posição de desprestígio, a pouca relevância dentro da equipe de saúde e as situações conflituosas emergentes no trabalho comunitário e nas inter-relação do ensino com a assistência, e que também foram percebidos como sendo de risco.

 

Figura 3: Relatos dos enfermeiros e acadêmicos de enfermagem sobre a concepção de riscos sobre a ameaça para si naunidade temática ameaça para si nas relações interpessoais. Ribeirão Preto 1998.

ESTRUTURAS RELEVANTES

3: NÃO TER TEMPO PARA ALIMENTAR-SE 4: POLÍTICAS INSTITUÍDAS/  SUB- ENTENDIDAS.
Figura 3
© Walt Disney Produções

“... tem que atender pacientes o dia todo passando do horários do almoço...” AV01

 

“... enquanto profissional é aquela coisa de não ter horário por estar envolvido com o plantão. Não tenho aquele horário fixo para alimentar-me...” AS06

 

“... nosso futuro definitivamente é o abandono por parte do Ministério da Saúde... AV03

 

“... acho que as imposições que fazem as direções com suas políticas hospitalares muito ameaçadoras...”AV05

 

“... a falta de compreensão gera graves problemas para a saúde das pessoas e principalmente dos clientes...” AS01

 

“... quando você forma e depois tem funções de trabalho muito diferentes daquilo que a instituição quer ...”CA04

 

Empenhados em resolver tarefas e movidos pelas pressões dos colegas de outros turnos, que reclamam quando lhes são passados plantões com assistências pendentes, os trabalhadores de enfermagem acabam por abdicar de seus direitos. Assim sendo, não utilizam as pausas entre as jornadas de trabalho, chegando a não se alimentar em horários regulares e não atender as necessidades fisiológicas básicas. Esse comportamento foi muito enfatizado entre os entrevistados, conforme consta na Figura 3.

Nos ambientes de saúde as relações interpessoais são influenciadas por três tipos básicos de políticas (subentendidas ou explicitadas) que são: institucionais, profissionais ou de categorias e pessoais. Todas elas foram citadas pelos entrevistados como sendo desfavoráveis dentro do ambiente laboral de saúde.

As políticas institucionais citadas foram categorizadas como globais ou locais, sendo que as primeiras exercem um forte impacto sobre as estruturas administrativas locais e podem atender as diretrizes das políticas internacionais, nacionais, estaduais, municipais ou ao modismo da época. A restrição de gastos e a implantação de racionamento de materiais e recursos humanos para o atendimento da demanda dos serviços foi evidenciada nas falas como um exemplo desse impacto. A hegemonia médica e as condições financeiras foram percebidas como a base das decisões institucionais.

As políticas profissionais ou de categoria incluem o grau de conhecimento, participação, adesão e reflexão dos trabalhadores para sua prática quotidiana, sendo citada como um fator de pouco reconhecimento, valorização e monopolização da categoria.

Por outro lado as políticas pessoais dizem respeito aos profissionais que destoam do seu grupo quer seja por almejarem mudanças ou por estarem dispostas a impenharem-se pessoalmente na construir/ implantar um modelo assistencial diferenciado daquele(s) utilizado(s) no local de trabalho em que atua. Dentre estas políticas, também, foram destacadas as circunstâncias em que por motivos pessoais, profissionais ou ideológicos os profissionais destoam do seu grupo de trabalho.


04- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Num recorte da realidade, pôde-se identificar a percepção de enfermeiros e acadêmicos de enfermagem para os tipos de riscos a que estão expostos no desenvolvimento das atividades laborais e de estudo. Essas percepções foram descritas como sendo ameaças inerentes às atividades de trabalho e de estudo exercidas nas unidades de atenção à saúde, quer sejam primária, secundária ou terciária com peculiaridade em alguns dos níveis de atenção.

Centralizamos nossas abordagens nos riscos de origem físico, ergonômico e psicológicos. Cabe destacar a riqueza de detalhes com que estes foram mencionados pelos entrevistados. Eles estão presentes e compõem o quotidiano do perfil profissional da equipe de enfermagem, passando desapercebido de muitos de nós, quando desenvolvemos as atividades laborais.

Entre estes riscos podemos destacar: 1) a percepção de que conduzir macas, cadeiras e outros objetos podem gerar riscos por vibração, 2) o risco pelo contato com radiação proveniente do raio x que é realizado nos pacientes acamados de unidades críticas e setores fechados. 3) a postergação da alimentação ou a ingestão de alimentos inadequados, quando desempenhando atividades assistenciais devido a priorização do cumprimento de tarefas, 4) a exposição a temperaturas climáticas desfavoráveis, quando realizando atendimentos domiciliares ou atividades de ensino, 5) o constante desgaste emocional pela sobreposição de políticas instituicionais, a falta de reconhecimento, a restrição de material para o desenvolvimento de atividades profissionais, o convívio com pacientes graves e em situações de sofrimento e de morte, 6) a falta de garantia de assistência em caso de agravos de saúde, quando os registros são elaborados de forma inadequada, mesmos que tenham sido decorrentes de atividades profissionais, dentre outros.

Ficou evidenciado que os participantes sentem-se pouco valorizados em suas potencialidades, uma vez que predomina uma relação de poder hierárquico com pouca flexibilidade. A hegemonia médica e as condições financeiras são percebidas como sendo a base das decisões institucionais.


05- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABRAHÃO, J. Ergonomia: modelo, método e técnicas. Florianópolis, Abergo, 1993.

AGUDELO, M.C.C.  El trabajo en enfermería. In: MACHADO, M.H. Profissões de saúde: uma abordagem sociológica. Rio de Janeiro, FIOCRUZ, 1995.

ANTUNES, R.  Adeus ao trabalho?. Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo. Editora Cortez. Campinas. 1995. p.155.

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 AUTORAS:

Cristina ARREGUY- SENA - Enfermeira, Profª da Faculdade de Enf. da UFJF e Doutoranda do Programa de Enfermagem Fundamental da EERP-USP

Azucena del Valle ROJAS - Enfermeira, Profª da UNPA- Argentina e Mestre em Enfermagem pela EEPR-USP

Adenícia Custódia Silva e SOUZA - Enfermeira, Profª da Faculdade de Enf. da UFG e Doutoranda do Programa Inter-Unidades de Enfermagem da EERP-USP

TRABALHO

Trabalho apresentado à Disciplina: “Saúde do Trabalhador no Contexto da Enfermagem” sob a responsabilidade das Profªs Dras. Maria Helena Marziale e Maria Lúcia do Carmo Robazzi.

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