UM ESTUDO HISTÓRICO SOBRE A TORCIDA DO ‘GRÊMIO ESPORTIVO RENNER’ DE PORTO ALEGRE/RS (1945-1959)

Lucas Guimarães Rechatiko Horn*

Janice Zarpellon Mazo**

RESUMO

O fenômeno sociocultural das torcidas de futebol no Brasil é um assunto privilegiado nos debates atuais sobre o esporte. Contudo, ainda há carência de pesquisas que focalizem as torcidas dos clubes de futebol do ponto de vista histórico. Na perspectiva da história cultural, o presente estudo tem como objetivo identificar quais as formas de manifestação da torcida do Grêmio Esportivo Renner de 1945 até 1959. Para tanto, foram coletadas fontes impressas, as quais foram submetidas à análise documental, destacando-se como principais os boletins produzidos pelas empresas Renner, um filme documentário sobre o time e um estudo monográfico sobre o clube. Dados apontam o Renner como um dos clubes pioneiros no processo de formação de torcidas organizadas no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Grêmio Esportivo Renner – Futebol – Torcida

INTRODUÇÃO

Os estudos produzidos sobre as torcidas de futebol estão majoritariamente envolvidos nas discussões étnicas, no desenvolvimento das torcidas organizadas e na perspectiva da psicologia, que visa entender o comportamento de torcedores. Nesta linha se insere Gastaldo (2006), o qual afirma que boa parte dos torcedores nada possui de seu clube que não seja o vínculo afetivo voluntário. Para este autor: “Vincular-se a um ‘time do coração’ é, no Brasil, uma escolha importante [...]” (GASTALDO, 2006, p. 1).

O universo simbólico do futebol vai muito além dos estádios e campos, se espraiando em jornais, revistas e na mídia como seu produto (TOLEDO, 2002). A consequência disso se manifesta nas relações sociais cotidianas, por meio das torcidas. Vale salientar que, desde a década de 1920, a motivação dos torcedores passa a ser cada vez mais incitada pela imprensa esportiva (RINALDI, 2000).

Negreiros (2007) afirma que os torcedores apresentam-se como personagens tão importantes quanto os jogadores e outros setores ligados ao futebol. De acordo com ele, “é como se fosse possível a existência autônoma das torcidas” (NEGREIROS, 2007, p. 2). Da Silva (2004) entende que os torcedores não devem ser vistos somente como espectadores, mas também como participantes do espetáculo. Assim, há uma mudança no paradigma dos torcedores nas últimas décadas.

A maneira de os torcedores demonstrarem seu amor pelo clube não mais se limita a incentivar, mas também a cobrar dos times os resultados (JARY, 2007). Conforme Damo (2008), sem público não haveria espetáculo, tampouco reconhecimento e remuneração para o dom futebolístico. Sem o suporte do clubismo, o futebol não teria forjado um público fiel e de tamanha popularidade.

É inegável a relevância desses estudos para a reflexão sobre o fenômeno sociocultural das torcidas de futebol, mas pouco se debate a respeito de como foram produzidas as práticas e representações culturais (BURKE, 2005) pelas torcidas dos clubes de futebol. Consideramos de fundamental importância compreender, do ponto de vista histórico, como foram construídas as relações entre as torcidas e seus clubes, inclusive daqueles que não estão mais em atividade, como é o caso do Grêmio Esportivo Renner da cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul.

O interesse em realizar o estudo da torcida do Grêmio Esportivo Renner deveu-se, sobretudo, ao fato de que, passadas duas décadas da sua fundação, o time destacou-se no cenário esportivo do Rio Grande do Sul após ter vencido, de forma invicta, o Campeonato Estadual de Futebol em 1954, superando os favoritos Grêmio Foot-ball Porto Alegrense e Sport Club Internacional. Além disso, o Renner foi uma associação de futebolistas fundada pelos industriários do Grupo Renner em 1931, na cidade de Porto Alegre.

Na Região Sul, há que se destacar a interferência dos colonizadores alemães na cultura esportiva, que fundaram os primeiros clubes esportivos e sociais e naturalmente adotaram a prática do futebol (MAZO, 2003). Também houve a influência dos países platinos, proporcionando ao futebol um produto híbrido que se ajustou às características do povo da região (HELAL; SOARES; DO CARMO, 2006). Nessa época, a constituição de equipes de trabalhadores e de clubes associativos étnicos que tinham por objetivo somente a prática do futebol tornou-se muito usual (DOS ANJOS, 2007).

O sucesso do Renner nas competições estaduais, entre outros fatores, pode ser atribuído à atuação de sua torcida. Vale destacar que, desde a primeira década do século XX, a rivalidade entre os torcedores era polarizada entre o Grêmio e o Internacional, os mais antigos times de futebol fundados na capital. Mas as torcidas destes clubes não resistiram aos gritos dos torcedores vitoriosos do Renner no campeonato estadual de 1954: “Papão! Papão! Campeão!” (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

Com a vitória no Campeonato Estadual de Futebol em 1954, o Renner ficou conhecido como “Papão de 54”. Mesmo assim, por decisão da diretoria das empresas Renner & Cia, o time encerrou suas atividades em 1959. Apesar disso, os torcedores do “Papão de 54” – os rennistas – não esqueceram a campanha vitoriosa do seu clube, que foi repetida somente 44 anos depois pelo Esporte Clube Juventude1.

O Renner, mesmo com uma curta trajetória de 28 anos, foi um clube diferenciado segundo o jornalista Rui Carlos Ostermann: “O Grêmio Esportivo Renner é a quebra de todos os paradigmas do futebol gaúcho” (DOCUMENTÁRIO..., 2005). Este clube atípico no cenário futebolístico porto-alegrense, em seus curtos anos de existência, alcançou feitos considerados históricos que permanecem na memória dos “órfãos da arquibancada”2, assim chamados os torcedores que, mesmo após quase 50 anos de extinção do clube, continuam torcendo pelo time. Inclusive, alguns destes ainda carregam consigo a carteirinha de sócio do clube.

Diante de tais considerações, o objetivo do presente estudo foi identificar quais as formas de manifestação da torcida do Renner, organizada em 1945, até o ano de 1959, quando o clube encerrou suas atividades.

O procedimento metodológico adotado foi a pesquisa documental, realizada por meio de um levantamento de fontes impressas e filme documentário, que foram submetidos à análise documental, conforme Bardin (2000). O estudo se apoia em quatro categorias de análise extraídas das fontes consultadas, as quais são: a) A formação da torcida do Renner; b) O crescimento da torcida rennista; c) Ajuda dos torcedores; d) Um jogo de marketing do Renner. Por fim, apresentamos o resultado da análise das categorias com base no contexto cultural e social do período delimitado no estudo, conforme as proposições da História Cultural.

A FORMAÇÃO DA TORCIDA DO RENNER: CORDIALIDADE ESPORTIVA, EDUCAÇÃO E ORDEM

Apesar de as torcidas representarem os clubes de forma coesa, é fundamental que diferenciemos três tipos de torcedores, conforme Heitmeyer (2006): o torcedor orientado para o consumo; o torcedor centrado no futebol; e o torcedor orientado para eventos que, geralmente, são aqueles que se juntam em agremiações burocráticas. Os dados acerca do surgimento das torcidas organizadas no Brasil são conflituosos.

Alguns autores apontam que a Charanga Rubro-negra criada em 1942 e a Torcida Uniformizada do São Paulo de 1940 foram as primeiras agremiações de torcedores (JARY, 2007). Esta informação permite inferir que a torcida rennista foi pioneira nesse processo, já que em 1946 compunha um conjunto ordenado de torcedores regidos pelo lema de cordialidade esportiva, educação e ordem.

Segundo Carvalho (1985), a juventude oriunda da classe operária, submetida à fragmentação da sociabilidade que incide de forma catastrófica, principalmente, sobre o universo juvenil pobre, é uma das principais componentes das torcidas organizadas. Contudo, na época da torcida do Renner era pouco usual a presença de jovens e adolescentes nos estádios, os quais, no período atual, são os principais responsáveis por comporem as torcidas organizadas e por incentivarem a violência.

Conforme Marivoet (1992 apud CUNHA, 1995), antes da II Guerra Mundial, os jovens estavam sujeitos a um controle, pois iam aos jogos acompanhados por um responsável, enquanto, depois de 1960, os jovens começaram a assistir a jogos com rapazes da mesma idade perdendo-se este mecanismo autorregulador, o que poderia culminar com os atos de violência.

Os dados dos Boletins Renner indicaram que o lema da torcida era respeito e cordialidade e que o time adotava, em campo, uma atitude respeitosa aos adversários. Talvez, por isso, poucos clubes se impunham de forma hostil contra o Renner. Ademais, é importante ressaltar que o Renner fez parte de uma época em que as torcidas de futebol não estavam associadas a atos hostis. Somente a partir da década de 1970 que as torcidas passaram a desempenhar um papel mais expressivo com relação à violência (PIMENTA, 2000; DA SILVA; RODRIGUEZ-AÑEZ; FRÓMETA, 2002).

As torcidas, no período de 1940 a 1970, de acordo com Jary (2007), utilizavam uniformes e entoavam músicas para incentivar o clube. Segundo o autor, “neste primeiro momento, elas se organizavam em torno da figura do chefe ou de um torcedor símbolo que personificava a torcida” (JARY, 2007, p. 105). No Renner, destaca-se a figura de Darci Ferreira, conhecido como o patrono da torcida nos anos de 1953 e 1954, justamente na época da conquista do campeonato de Porto Alegre. Em entrevista, Darci relatou o seguinte:

Desde que eu me conheço por gente, eu sempre fui gremista. É que eu cheguei a Porto Alegre e por ter essa oportunidade de trabalhar no Renner e ser um time simpático, organizei a torcida do Renner de 53 para 54 e aí fomos campeões. (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

Em suma, ele virou um torcedor do time, sendo convidado para se tornar chefe de torcida, o que era uma prática comum na época. A torcida rennista apresentou uma maneira particular de reagir e de se manifestar frente às situações de jogo e de apoio ao time. Portanto, ao mesmo tempo em que se consolidou como uma das pioneiras no processo de constituição de torcidas organizadas, a torcida se portava frente a um lema particular: cordialidade esportiva, educação e ordem.

O CRESCIMENTO DA TORCIDA RENNISTA

A análise empreendida acerca do crescimento dos torcedores baseou-se em uma comparação de dados de renda e arrecadação monetária dos jogos do Renner. É importante que se faça essa análise, uma vez que o futebol vem movimentando altas somas de dinheiro à medida que se profissionaliza e evolui (LEAL, 2001).

Em 1946, o time, em um embate com o Internacional, conseguiu atrair a maior torcida do Torneio Municipal de Porto Alegre. Para se notar a importância do fato, esse jogo superou o recorde de público do clássico Grenal durante o campeonato.

Conforme relata Amaro Júnior (1946), recém-completado um ano de profissionalização, o Renner congregava o maior número de fãs na capital do Estado. Nesse instante, a exaltação sobre o time ganhou mais intensidade. Os jogadores passaram a ser tratados como heróis pela torcida e ganhou força o lema de que “Em foot-ball, não há adversários grandes nem pequenos: há onze contra onze” (BOLETIM RENNER, 1946).

Segundo o Boletim Renner (1955, p. 36), a torcida tomava as ruas e se locomovia para o campo do clube “como uma grande mola humana [...]. Um espetáculo inédito, que impressionava aqueles que, como nós, vimos o Renner pequeno”. Dentro do gramado do estádio observava-se “a vibração das duas torcidas, as arquibancadas apinhadas, bandeiras e lenços drapejando, entusiasmo, emoção, festa esportiva como poucas, equiparando-se aos mais famosos grenais” (BOLETIM RENNER, 1955, p. 36). Os Boletins Renner se referem ao comparecimento em massa da torcida rennista nos jogos como jamais tinha sido visto anteriormente. Faz-se a ressalva que o Renner conseguiu até 1951 a conquista de quatro vices e um campeonato estadual.

Em 1946, o Renner já registrava mais de mil associados ao clube. O número pode não ser muito expressivo se comparado aos clubes atuais, mas veremos que esse número foi se multiplicando com o tempo, uma vez que ocorreu um aumento da renda e da arrecadação por jogos do Renner. Nesse mesmo ano, o Renner atingiu a terceira colocação no campeonato da cidade, havendo uma forte motivação para que ocorresse um aumento da torcida. O clube contava com a simpatia do grande contingente de trabalhadores da indústria Renner. “Entretanto, o número de sócios é relativamente pequeno em relação ao número de colaboradores das indústrias Renner” (BOLETIM RENNER, 1946, p. 30).

Nota-se que o Renner não é mais um time secundário no cenário metropolitano, mas assume o papel de um dos três times mais respeitados de Porto Alegre. Conjuntamente com Internacional e Grêmio, forma o que mais tarde chamariam de the big three.

Em termos de arrecadação e renda, o Renner também estava em terceiro lugar, atrás apenas da dupla Grenal, indicando mais um aumento no número de torcedores. É importante salientar que a arrecadação foi um processo crescente para o time. Enquanto o time não figurava entre os principais de Porto Alegre, os dados apresentavam números diminutos ou até inexpressivos. À medida que o Renner passou a ocupar posição de destaque na cidade, a renda foi crescendo. Em 1955 o time obteve a maior renda no seu estádio, o Estádio Tiradentes.

Sergio Bechelli3 afirma que o crescimento do Renner e sua torcida esteve aliado ao desenvolvimento do Bairro Navegantes em Porto Alegre, conhecido como “bairro cidade”. Prossegue seu depoimento explicando que o surgimento do Renner não foi um fato isolado, pois, segundo ele, o bairro em que o clube se localizava também era o local em que se estabeleceram as grandes indústrias, tornando-se um grande bairro industriário (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

Vale esclarecer que o vínculo entre torcida e time tinha uma relação extracampo e territorial muito forte. Fernando Renner, empresário, se pronuncia afirmando que a torcida rennista se concentrava em uma região de Porto Alegre e, por isso, criou-se um vínculo tão forte entre jogadores e torcida:

O Renner era o clube do 4° distrito, então o pessoal todo se mobilizava, não é, por exemplo, como o Grêmio e Internacional que têm torcidas em todos os bairros de Porto Alegre. As pessoas faziam faixas, era pessoal trocando ideias, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo [...] Para toda comunidade Navegantes, o time era o Renner. (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

No Documentário “Papão de 54” (2005), uma série de torcedores destacou que o Renner era um time unido; um grupo homogêneo. Para os torcedores, o título não foi conquistado só dentro do campo, mas também fora dele.

O Renner também conquistou a simpatia de alguns interioranos, que acabavam virando fiéis torcedores do clube. Assim descreve Costa Filho, médico do Renner, referindo-se às pessoas que vinham do interior para Porto Alegre, as quais diziam: “eu quero torcer por um clube; eu não quero ser do Grêmio e do Internacional que todo mundo é, eu quero ser de um clube que não seja Grêmio e Internacional, mas que possa fazer frente a Grêmio e Internacional” (DOCUMENTÁRIO..., 2005). Essas pessoas se tornaram torcedores do Renner. Moisés Lopes foi um dos torcedores que aderiram a essa política: “Eu fui torcedor do Renner partindo de uma escolha, que não me agradava, nunca me agradou, essa adesão ao mais forte” (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

Da mesma maneira, percebemos a adesão de pessoas do interior do Estado por outras razões. Assim descreve Carlitos, ex-jogador do Renner:

Quando eu jogava no Renner e morava numa cidade pequena do interior, Tenente Portela, a cidade foi se transformando de gremistas e colorados que tinham, muitos foram trocando de time, foram saindo: eu não sou mais colorado, não sou mais gremista agora sou do Renner porque o Carlitos joga lá e ele é daqui da terra. (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

Percebe-se que são inúmeros os motivos que fizeram o Renner conquistar sua torcida. Orlando, também jogador do Renner, exemplifica a simpatia de alguns torcedores pelo clube: “O Renner foi um time que teve a maior torcida do Rio Grande do Sul, porque quando jogava contra o Internacional, o ‘Renner’ pegava toda a torcida do Grêmio, quando jogava contra o Grêmio, pegava toda a torcida do Internacional” (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

O apreço pelo time rennista cresceu profundamente depois das últimas campanhas, o que culminou com o convite para jogar no exterior no final da temporada de 1955. É inegável que o clube atraía a atenção dos adversários, ainda mais após se manter dois anos invictos no campeonato.

No ano de 1957, a torcida do Renner lotou a casa do seu adversário, o Internacional. Na Praça de Esportes dos Eucaliptos foi superado o recorde de renda entre os times. No entanto, houve um grave incidente nas arquibancadas. Superando a lotação máxima do estádio, a arquibancada de madeira ruiu pelo excesso de peso, causando ferimentos em diversos torcedores. Essa foi a última manifestação encontrada nos Boletins Renner sobre a presença de grande público nas partidas do time.

AJUDA DOS TORCEDORES: MANIFESTAÇÕES DE APOIO AO RENNER

As manifestações por parte dos atuais torcedores são frutos de uma dedicação ao clube. Resta-lhes, conforme Damo (2008), a co-participação, pois os torcedores vão ao estádio para dar suporte ao time, e não para assistir ao jogo. Assim, o futebol seria um espaço em que a sociedade simbolicamente se expressa (RINALDI, 2000). Nesse sentido, buscou-se mapear nesta seção alguns materiais encontrados sobre o Renner e identificar as manifestações de apoio da torcida.

No Boletim Renner (1955, p. 22) há uma breve descrição de manifestação e atuação da torcida após o jogo que consolidou o Renner como o melhor time da cidade em 1954:

A torcida invade o campo. Abraços, vivas, entusiasmo e delírio no Estádio Tiradentes. Renner é o campeão de 1954! A vitória, a conquista do título, é festejada com um grande “carnaval” e desfile monstro pelas ruas da cidade. [...] Bandeira desfraldada, rojões que explodem no ar, entusiasmo, vibração, lágrimas de emoção e alegria.

A partir desse ano, por onde o Renner passava era respeitado pelos adversários e torcedores. Isso pôde ser evidenciado quando o clube realizou suas primeiras apresentações no Rio de Janeiro e São Paulo. Ao retornar, trouxe para a sua sede um troféu de bronze, simbolizando a amizade e a admiração dos demais clubes, pois chegava pela primeira vez como o representante sul rio-grandense no Campeonato Brasileiro de Futebol.

Diante do sucesso do time, os torcedores começaram a seguir a equipe. A torcida excursionava com o time para apoiá-lo e incentivá-lo nas diferentes cidades. O primeiro jogo que se registrou isso foi contra o Grêmio Esportivo Flamengo de Caxias do Sul (BOLETIM RENNER, 1955).

Encaminhando-se para o final da década de 1950, o rendimento do time começou a declinar nos jogos. Apesar das más campanhas, pôde-se avaliar o forte apreço que os outros times e a mídia tinham pelo Renner. Mesmo após um desempenho fraco em viagem para o Rio de Janeiro e São Paulo, o time foi elogiado pela imprensa. A Gazeta Esportiva, bem como demais órgãos da imprensa paulista, registraram série de elogios, surpreendendo até os mais otimistas. Para a imprensa paulista, o Renner representava a renovação do futebol.

O Boletim Renner (1957, p. 45) destacou que, para além de Porto Alegre, o Renner “tem prestígio firmado de norte a sul do Brasil, bem assim como no exterior, graças às bonitas campanhas que tem realizado fora do Rio Grande do Sul”. Nesse ano, foi publicada reportagem de um torcedor parabenizando o time após as partidas: “O futebol praticado pelo Renner somente pode ser comparado ao dos húngaros, tal o seu alto padrão técnico” (BOLETIM RENNER, 1957, p. 32-33).

Além das manifestações de apreço ao clube, encontramos formas de ajuda burocrática da torcida. Em 1946, um ano após a profissionalização do time, por iniciativa de um grupo de torcedores do Renner, foi organizado o “Livro Golo” com intuito de arrecadar contribuições monetárias para recompensar os jogadores por sua atuação.

Cada indivíduo que assinasse o livro contribuía com certa quantia de dinheiro a cada gol que o time fizesse. Consta no Boletim Renner (1946, p. 28) como funcionava o sistema do “Livro do Golo”: “por partida ganha, cada pessoa inscrita no Livro contribui com certa importância por cada golo da vitória, sendo o total arrecadado dividido, por pontos, conforme a atuação de cada jogador [...]”. Esta estratégia provavelmente estimulou o crescimento do número de torcedores do Renner.

Outro achado importante foi a criação do Departamento de Torcida na segunda semana do mês de julho de 1946, após a realização do jogo com o Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre. Provavelmente porque o Cruzeiro, clube fundado em 1913, já tinha sua torcida consolidada. Tal fato constituiu o primeiro indício de uma torcida organizada no Renner. O Boletim Renner (1946) publicou uma reportagem sobre a criação do Departamento de Torcida: “por iniciativa de um grupo de rennistas [...] e outros abnegados e entusiastas do G.E. Renner” (p. 14). Na sequência do texto, o redator convidava os associados e torcedores do clube a “comparecerem a todos os jogos em que tomarem parte as nossas equipes de futebol, incentivando, com uma torcida organizada e disciplinada, os nossos esportistas à vitória” (p. 14).

UM JOGO DE MARKETING DO RENNER

Nesta seção, buscamos analisar as estratégias de marketing realizadas pelo clube de forma a relacionar o crescimento dos torcedores e compreender as suas formas de manifestação. Para isso, buscamos identificar estratégias de marketing que visasse à adesão de simpatizantes e torcedores ao clube. Acredita-se que a política de marketing, propaganda e autopromoção do time possam ter contribuído de forma significativa na adesão dos contingentes de torcedores do Renner.

O Renner destacou-se no cenário esportivo por causa de sua representatividade para o Bairro Navegantes e pelas suas boas instalações. Logo em 1945, desencadeou-se um processo de qualificação e melhoria das condições físicas e espaciais do clube. Além disso, em janeiro do mesmo ano foram lançados os Boletins Renner, que divulgavam fatos sociais, culturais e esportivos ligados às indústrias Renner. Curiosamente, a publicação mensal dos Boletins encerrou em 1956, três anos antes do encerramento das atividades do clube (BOLETIM RENNER, 1955, p. 3).

Evidenciou-se a preocupação das empresas Renner em cativar seus empregados e a comunidade ao seu redor, buscando ampliar o número de associados do clube. Todo esse processo era vangloriado pelo próprio Renner, que era responsável pela sua propaganda, a qual realizava com grande sucesso. Há um momento em que o clube passa a divulgar os dias e os locais de treinos dos jogadores.

Além disso, cada vez mais preocupada em acelerar o crescimento do clube no quadro esportivo gaúcho, a Comissão de Propaganda do Renner lançou a campanha de mais 500 novos sócios para o clube. Cativar a torcida era algo fundamental para a manutenção do clube. Porém, não bastava conquistar somente torcedores homens, mas agregar a sua torcida as mulheres e os jovens. Esta nova campanha do clube, segundo o Boletim Renner (1946, p. 30): “visa de modo especial trazer para o seio do Clube o elemento feminino, as moças e senhoras que trabalham conosco, e que precisam pertencer oficialmente à grande família rennista. [...] também os menores estão incluídos”. Provavelmente, a presença de mulheres nas torcidas não era comum para a época, pois, segundo Carvalho (1985), a masculinidade e a dureza sempre predominaram nos estádios.

No ano de 1956, o Renner completou 25 anos de fundação. Para festejar o aniversário – bodas de prata –, o clube distribuiu flâmulas para todos os interessados. Assim comunicavam o Boletim Renner (1957, p. 43): “A tesouraria do G.E. Renner comunica aos associados e simpatizantes que pode fornecer as Flâmulas das Bodas de Prata, em três tamanhos, cuja aquisição deve ser feita na seção Caixa, do Escritório”. Essa foi mais uma jogada de marketing para conquistar novos torcedores.

O clube sempre contou com propaganda para a sua autopromoção. Talvez, esse tenha sido um dos grandes motivos para que alcançasse tão expressivo número de torcedores. Em alguns jornais porto-alegrenses, o clube difundia sua propaganda publicando o seguinte slogan: “Colega: seja idealista, ajudando o teu Club. Procura conquistar, no círculo de tuas relações, um ou mais sócios para o Grêmio Esportivo Renner” (DOCUMENTÁRIO..., 2005).

Ainda em 1956, houve um processo de abertura do clube, não só para os atletas e trabalhadores, mas também para os torcedores e todos aqueles que desejassem participar das atividades esportivas oferecidas pelo Renner. Os interessados poderiam ingressar em qualquer prática esportiva do clube, desde que contatassem os diretores dos departamentos (BOLETIM RENNER, 1957).

Ademais, Costa Filho (1998) afirmou que mais uma maneira adotada pelo clube para angariar a simpatia da torcida e dos adversários foi por meio da abertura do Departamento Médico. Foi oferecido, não apenas aos jogadores do Renner, mas também aos adversários, atendimento médico gratuito. Isto serviu como uma forma de conquistar a amizade dos jogadores de outros clubes, os quais poderiam ter um sentimento de culpa em jogar de forma violenta contra os jogadores do Renner.

Nos dados publicados pelo próprio clube, o Renner passou a se vangloriar, elevando-se à categoria de grande clube de Porto Alegre. Inicia-se, internamente, uma analogia de que os jogadores do clube representavam o espírito das empresas Renner: como os trabalhadores eram tratados e como eles deveriam se portar. Uma espécie de modelo que deveria ser seguido pelos empregados do grupo. Isto pode ser confirmado pelo dístico criado pela torcida do Renner: “Grêmio Esportivo Renner, o time dos trabalhadores”. Notoriamente, tal frase constituiu uma forte analogia aos jogadores que também trabalhavam nas fábricas das empresas Renner.

De forma geral, nas fontes consultadas evidenciou-se que o clube conquistou um grande número de torcedores e simpatizantes que permanecem até hoje ligados a ele. Alguns ainda não aceitam o fechamento do time. Em depoimento, Raul Kinemann, ex-goleiro do Renner e participante do último jogo realizado pelo time em Cachoeira do Sul, comentou:

Até hoje quando [...] me perguntam. O que era o Renner? Existiu? [...]. Eu respondo: o Renner não era, o Renner é. E quase numa prece eu digo. O Renner é Waldir; Orlando e Paulistinha; Bonzo, Léo e Olávio; Pedrinho, Breno, Juarez, Ênio Andrade e Joeci. O Renner é. O Renner existe aqui (aponta pra cabeça), existe aqui (aponta para o coração) e sempre existirá! E viva o Renner! (BARANCELLI, 2006, p. 33).

Até hoje, muitos não encontram uma resposta para o porquê do fechamento4 do Renner em 1959. Alguns afirmam que o Renner, apesar de conquistar diversos torcedores, não tinha renda suficiente e não era capaz de suprir as demandas impostas. Outros afirmam que o crescimento do clube fugiu da destinação primordial, quando se tornou um clube profissional em três de abril 1945 (AMARO JÚNIOR, 1947). Além do mais, o setor propagandístico que prestava serviços às empresas do grupo Renner, via os gastos do clube em outros investimentos muito mais forte que na propaganda; então começaram a fazer campanha contra o clube (COSTA FILHO, 1998).

Contudo, o curioso é que o término das atividades do clube não implicou no fim da torcida. Até os dias atuais, ao se entrevistar algum torcedor rennista, ele não fala do Renner como se o clube tivesse acabado e fizesse parte do passado. Praticamente todos os torcedores entrevistados no Documentário “Papão de 54” (2005) falam como se o Renner ainda existisse, ou com a esperança de que o clube pudesse ressurgir e continuar sua trajetória.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste artigo, tivemos o objetivo de identificar as formas de manifestação construídas pela torcida do Grêmio Esportivo Renner, em um contexto histórico delimitado entre o ano de 1945, quando foi organizada a torcida, até o ano de 1959, quando o clube encerrou suas atividades. Por meio do estudo de um caso clubístico do Rio Grande do Sul, buscou-se apresentar subsídios para entendimento do complexo fenômeno das atuais torcidas de futebol, a partir de um olhar histórico-cultural.

Entretanto, o estudo apresenta algumas limitações. Uma delas diz respeito à carência de fontes históricas sobre o Renner, que, assim como outros clubes localizados nos Bairros Navegantes e São João, teve sua documentação destruída pela enchente de 1941. Os dados encontrados sobre o clube pertencem quase que exclusivamente aos materiais das empresas Renner e, nesse sentido, a análise realizada pode ter apresentado a versão dos dirigentes do Renner. Além disso, cabe lembrar que o grupo de empresas Renner foi criado pelo imigrante alemão Jacob Renner e, por conseguinte, o Renner foi identificado como um “clube de alemães” (MAZO, 2003). Os clubes esportivos identificados com a cultura da Pátria de origem, não apenas foram colocados sob suspeita, como também se tornaram alvos de ações “nacionalizadoras” durante o período do Estado Novo (1937-1945). Então é possível que documentos do Renner tenham sido extraviados ou destruídos, inclusive pelos dirigentes e associados, antes da enchente de 1941.

Apesar disso, acreditamos que a trajetória do Renner, desde sua fundação em 1931, em meio às mazelas sociais das fábricas e regido pela força de vontade de alguns jogadores, foi um dos fatores responsáveis para que o clube conquistasse uma torcida tão expressiva. Porém, pode-se inferir que o fato promissor para que o time alcançasse mais torcedores foi a possante campanha propagandista e de marketing que o clube realizou.

Foram usuais as campanhas do clube visando conquistar novos sócios, assim como divulgar as tarefas do time. Isso pode ter aproximado os jogadores dos espectadores, favorecendo o crescimento da torcida. Outro aspecto a destacar é a identificação dos torcedores com um time que tinha como lema: cordialidade esportiva, educação e ordem.

O Renner era um clube que mantinha as "portas abertas" para o público em geral, promovendo diversos eventos que permitiam a entrada dos interessados pelo time. Isso estreitava as relações entre o time e o público em geral e reforçava o lema da cordialidade e simpatia pelo clube, até mesmo, por parte dos torcedores de outros clubes. Há registros de torcedores do Grêmio e Internacional, que torciam pelo Renner quando seus clubes não estavam na disputa.

Apesar de haver torcedores independentes, constatamos que o Renner apresentava um elemento organizacional curioso em relação às torcidas. Na ótica do respeito, cordialidade e educação, os torcedores foram fundamentais para que o clube alcançasse seu lugar entre os grandes times de Porto Alegre.

A torcida também se tornou responsável pela propaganda do time e por reforçar o clube monetariamente, apesar da ajuda financeira não ser suficiente para cobrir as demandas impostas a um time profissional, o que foi um dos motivos para o fechamento do clube. Podemos exemplificar tal processo com o apelido do Renner criado pelos próprios torcedores: o "Papão de 54". Este apelido não deixava de ser uma maneira de difundir o clube e notificar aos não informados que o Renner havia sido campeão em 1954 vencendo os hegemônicos e temerosos times de Porto Alegre, o Grêmio e o Internacional.

Por fim, cabe destacar que, até hoje, há torcedores do "Papão de 54”. Esse fato mostra o que representou o Renner para o associativismo esportivo porto-alegrense.

NOTAS

* Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

** Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

1 Em 2006, o Renner festejou seu aniversário de 75 anos de fundação concomitantemente com 52 anos da conquista de seu maior título no Campeonato Estadual de 1954. Estas datas foram comemoradas com o lançamento do filme documentário intitulado Papão de 54: a trajetória gloriosa do Renner, o time dos industriários em vários eventos realizados em universidades, Feira do livro de Porto Alegre, entre outros, contando com a presença de ex-jogadores do Renner e torcedores. Os autores deste artigo prestigiaram alguns dos eventos, o que facilitou o acesso às fontes documentais que pertenciam ao acervo pessoal dos jogadores e torcedores.

2 Esta expressão foi extraída da reportagem sobre o Grêmio Esportivo Renner, apresentada no Programa Globo Esporte pela Rede Globo de Televisão em novembro de 2007. Este programa mostrou torcedores que não padeceram com o fim do time; ao contrário, ainda hoje se identificam como integrantes da torcida do “Papão de 54”.

3 Sergio Bechelli é torcedor e pesquisador do Renner, participando do documentário como historiador ao falar do bairro Navegantes, onde residiu. Atuou como representante da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul.

4 Mazo (2004) apresenta no Catálogo do Esporte e da Educação Física na Revista do Globo uma reportagem de Flávio Carneiro referente ao fechamento do Renner, com o título de: “História curta, mas gloriosa. Deixou de existir o mais regular clube de Porto Alegre”.

A HISTORIC STUDY ON THE SUPPORTERS OF PORTO ALEGRE’S ‘GRÊMIO ESPORTIVO RENNER’ SOCCER TEAM (1945-1959)

ABSTRACT

Soccer fans organizations in Brazil are a sociocultural phenomenon and a constantly raised issue in current debates about the sport. However, it lacks research studies wich focus on soccer supporters organizations from a historical point of view. From the perspective of cultural history, this research study aims at identifying the ways fans have manifested their support for Grêmio Esportivo Renner from 1945 to 1959. Print sources were collected and subjected to document analysis. Main sources include the bulletins produced by Renner enterprises, a documentary film on their soccer team and a monographic study about the sports club. Data shows that Renner was a pioneering soccer club in the process of organizing supporter organizations in Brazil.

KEYWORDS: Grêmio Esportivo Renner – Soccer – Supporter Organizations

UN ESTUDIO SOBRE LA HINCHADA DEL 'GRÊMIO ESPORTIVO RENNER' DE PORTO ALEGRE / RS (1945-1959)

RESUMEN

El fenómeno socio-cultural de las hinchadas de fútbol en Brasil es un asunto privilegiado en los debates actuales sobre el deporte. Sin embargo, existen pocas investigaciones en relación a las hinchadas de los clubes de fútbol en el ponto de vista histórico. En la perspectiva histórica cultural, este estudio tiene como objetivo identificar y analizar las manifestaciones y prácticas culturales construido por las hinchadas del Grêmio Esportivo Renner de 1945 a 1959. Para eso, fueron recolectadas fuentes impresas sometidas a una investigación documental, destacándose como principales los informes elaborados por las empresas Renner, una película documental sobre el equipo, y un estudio monográfico sobre el club. Los datos señalan el Renner como uno de los clubes pioneros en la formación de la hinchada organizada en Brasil.

PALABRAS-CLAVE: Grêmio Esportivo Renner – Fútbol – Hinchadas

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Recebido em: 23/04/2009

Revisado em: 27/04/2009

Aprovado em: 02/06/2009

Endereço para contato: janmazo@terra.com.br.

Lucas Guimarães Rechatiko Horn
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