TORNANDO O “JOGO POSSÍVEL”: REFLEXÕES SOBRE A PEDAGOGIA DO ESPORTE, OS FUNDAMENTOS DOS JOGOS DESPORTIVOS COLETIVOS E A APRENDIZAGEM ESPORTIVA

Rubens Venditti Jr *
Marlus Alexandre Sousa **


Resumo

Este trabalho surge da necessidade de discussões sobre o papel educacional do profissional de educação física na aprendizagem esportiva e Pedagogia do Esporte. Relacionamos correntes teóricas da Pedagogia do Esporte com o ensino dos jogos desportivos coletivos. Para tanto, utilizamos como instrumento o jogo, ferramenta fundamental de ensino e oportunidade social, através de suas características lúdicas. O jogo pode contribuir para o desenvolvimento de valores éticos, sociais e morais, assim como para a construção de metáforas que estabeleçam relações entre o esporte e a vida, fazendo uso da ludicidade e do ensino reflexivo. Ambos fundamentam nosso embasamento teórico para a atuação em Pedagogia do Esporte, trazendo mais oportunidades, opções de escolha e reflexões sobre nossa atuação profissional.

PALAVRAS-CHAVE: Pedagogia do Esporte – iniciação esportiva – jogo – ensino reflexivo.


APRESENTAÇÃO: Vamos começar o jogo?!!

“O professor ensina... O mestre inspira...”

Procuramos neste estudo compreender as possibilidades educacionais do esporte e os aspectos favoráveis para discussão de princípios e valores, capazes de formar não apenas atletas, mas também cidadãos criativos e autônomos, aptos a solucionar problemas e conviver em comunidade.

O profissional de Educação Física (EF) tem que “encantar” (ou ainda “inspirar”) os alunos para as práticas esportivas. Esse encantamento se dá através de recursos pedagógicos como o jogo, a motivação e a atuação profissional.

Cursos de Especialização, Capacitações e a questão da Formação Continuada e “Reciclagem” de profissionais atuantes fortalecem e dimensionam o trabalho dos professores em todo o país. Cabe ao profissional de EF a função de elaborar uma diversificação de conteúdos e a estruturação de uma pedagogia do esporte que atenda aos interesses e necessidades do aluno, sempre buscando uma metodologia prazerosa e motivante para os alunos, a fim de que gostem e se interessem pelo esporte, de forma plena e alegre, integrada ao processo de ensino-aprendizagem, dentro das diversas possibilidades e contextos da EF.


Alicerces de uma nova Pedagogia do Esporte: “Par ou ímpar? Vamos escolher em que time jogar?”

Com a evolução do fenômeno Esporte, cada vez mais se faz necessário estudá-lo em diferentes dimensões, visando sua melhor compreensão (PAES; BALBINO, 2005). É preciso – e possível! – através da pedagogia do esporte, dar esse tratamento pedagógico integrado ao desenvolvimento infantil, de modo a contribuir para o aprendizado de nossos alunos e também melhorar nossa atuação profissional, uma vez que podemos refletir e repensar a nossa prática docente, uma vez que atuamos como agentes pedagógicos do movimento.

Este estudo justifica-se pela importância de ampliar a discussão acerca de uma pedagogia do esporte preocupada em ensinar técnicas, táticas e também valores fundamentais para o desenvolvimento da criança, do adolescente e do jovem, enfim de todos os segmentos da sociedade (PAES, 1992; 2002).

Considerando todas as possibilidades da pedagogia do esporte, cabe ao agente pedagógico de EF ter claros os objetivos almejados e escolher uma metodologia compatível a ser utilizada. Mas nem sempre há uma preocupação no momento dessa escolha, restringindo e limitando as possibilidades pedagógicas do esporte nos vários ambientes onde acontece este processo pedagógico.

Para Freire (1994, p.114), as atividades propostas pelo professor devem ser compatíveis com o grau de desenvolvimento dos alunos. Uma proposta pedagógica não pode estar nem aquém, nem além do nível de desenvolvimento da criança. Uma boa proposta, que facilite esse conhecimento, é aquela em que a criança precisa tomar decisões, ponderar; e, diante das dificuldades, ter autonomia e motivação para superá-las, garantindo as estruturas necessárias para níveis mais elevados de conhecimento e interesse em dar continuidade a essas atividades.

As conseqüências dessa prática de ensino mal-estruturada podem ser detectadas em estudos quanto à evasão do esporte, bem como em relatos sobre a competição e especialização precoce (PAES, 1992; 1996; 2002). Acreditamos que o problema gerador destas conseqüências seja a utilização de metodologias incoerentes para crianças, principalmente, nas etapas iniciais de desenvolvimento. Durante essas etapas, nas quais os praticantes irão ter contato com as práticas esportivas, deve-se priorizar o aprimoramento do repertório motor das crianças, o que geralmente ocorre na faixa etária dos sete aos dez anos de idade (GALLAHUE; OZMUN, 2003; GALLARDO, 2000).

Percebe-se a importância da pedagogia do esporte e de reflexões a respeito dessa faixa etária, como etapa fundamental para o desenvolvimento motor, sendo importantíssima a participação e incentivo de programas de adesão aos esportes e exercícios (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Daí a necessidade de se compreender e trabalhar o esporte no espaço escolar, uma vez que essa etapa condiz, exatamente, com o período inicial do ensino fundamental, vigente atualmente em nosso país: os alunos ingressam com idade entre seis e sete anos de idade.

Por mais que pareça óbvio que as práticas de ensino estejam coerentes e fundamentadas teoricamente, para que o processo ensino-aprendizagem ocorra, garantindo o bem-estar dos alunos, é preciso respeitar as características próprias das diferentes idades, as diferenças entre cada criança, através de atividades lúdicas para motivá-las à prática constante e levar em conta os aspectos e contextos sócio-culturais.

O profissional que trabalha na iniciação esportiva com preocupações pedagógicas tem como objetivo transmitir conhecimentos na área de esportes para seus alunos, além de educá-los para a vida em sociedade e para se tornarem cidadãos críticos e conscientes de seu tempo e espaço social (FREIRE, 1994). Esses conhecimentos devem abranger as habilidades físicas, cognitivas e emocionais que possibilitem a prática, o entendimento, a discussão e a apreciação dos esportes em qualquer ambiente.

Segundo Bento (1989), devem também proporcionar intenção de uma prática constante na busca pela qualidade de vida, uma educação ética, moral e social, conhecimentos de habilidades e capacidades motoras essenciais e autonomia para prática do desporto nas horas de lazer.

Paes (1996; 2002) acredita que uma pedagogia do esporte deve ter como objetivo a participação de todos. Sendo assim, o Esporte pode ser utilizado como ocupação do tempo livre, relacionado à área de Recreação e Lazer. Para o autor, é fundamental “aprender jogando” e não “aprender para jogar”. Esta seria a principal característica do chamado “jogo possível”, onde através das práticas esportivas surge um ambiente repleto de possibilidades e potenciais pedagógicos, como veremos a seguir.

Freire (1994) faz uma análise sobre a pedagogia do esporte, enxergando o fenômeno sociocultural de forma abrangente, onde o processo de ensino supera as questões voltadas somente à aprendizagem de gestos esportivos. Para o autor, é preciso: ensinar Esporte a todos; ensinar bem Esporte a todos; ensinar mais que Esporte a todos; e ensinar a gostar do Esporte. Tani (1988) ressalta a importância de uma pedagogia do esporte que trabalhe as potencialidades e respeite as limitações dos alunos:

É necessário respeitar as características individuais, as expectativas e as aspirações das pessoas; preocupando-se não apenas com o seu potencial, mas também com a limitação; dando oportunidades de acesso a diferentes modalidades (TANI, 1988, p. 35-36).

Uma vez consideradas estas características, podemos entender que além da ampliação adequada e necessária do repertório motor da criança, consideraremos também seus interesses e vontades, bem como o contexto social no qual ela está inserida. Isto gera a conhecida ampulheta com as fases do desenvolvimento motor de Gallahue e Ozmun (2003, p.100). Nesse modelo, propõe-se que as habilidades motoras sejam estimuladas e desenvolvidas, passando por quatro etapas: fase motora reflexiva, rudimentar, fundamental e especializada. Assim, a idade dos seis e sete anos seria exatamente a fase de transição entre o final da etapa de movimentos fundamentais para a de movimentos especializados.

É nesse ponto que o profissional de EF deve se atentar, pois a especialização dos movimentos só deve ocorrer quando a criança está num estágio maturacional – do ponto de vista físico e psicológico – muito bem desenvolvido e definitivamente concluída a etapa dos movimentos fundamentais (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Aí então é que poderiam ser aplicadas e desenvolvidas as atividades específicas, de acordo com os interesses da criança, na modalidade a ser treinada. Para uma melhor compreensão do processo de ensino-aprendizagem esportiva, apontam-se algumas sugestões pedagógicas:


A proposta do Ensino Reflexivo na iniciação esportiva

Como já expomos anteriormente, a adoção de aspectos metodológicos é imprescindível no processo ensino e aprendizagem. É necessário que o professor compreenda o contexto cultural, no qual o aluno está inserido, para desenrolar todas as possibilidades pedagógicas a lhe serem oferecidas. Darido e colaboradores ressaltam:

Nossa proposta caminha na direção do entendimento de que o professor, ao optar por determinada forma de agir, deve estar constantemente refletindo sobre sua, como prática social, como ser um professor que, além de pensar sobre suas ações, e, conseqüentemente, nas relações de seus alunos (interação professor x aluno) (DARIDO E COLABORADORES, 2005, p. 103).

No entanto, alguns problemas decorrentes do excesso de aulas dadas, ou até mesmo a escassez de material, provocaram nas ações do professor algo mecânico. Os problemas decorrentes no transcorrer das aulas eram corrigidos automaticamente, não levando em consideração aspectos culturais da vida do aluno. Darido e colaboradores afirmam que:

[...] a reflexão na ação ocorre durante a aula, no instante exato em que está acontecendo, possibilitando ao professor tomar novas decisões sobre os problemas que vão surgindo. Imediatamente após a aula (e durante um certo tempo depois), o professor passa a refletir sobre os acontecimentos da mesma, como tomou decisões, quais poderiam ser diferentes, o que faltou para que a mesma fosse melhor, enfim, o que deu certo ou errado (DARIDO E COLABORADORES, 2005, p. 105).

Essa perspectiva pode servir de eixo metodológico para professores de EF refletirem sobre sua prática profissional, não apenas em relação às aulas, mas que reflete o cenário em que o aluno está inserido, transformando sua educação em uma educação permanente. Venditti Jr. ressalva qu

A prática como eixo curricular é interessante, uma vez que o conteúdo e a riqueza da EF estão no universo de suas práticas corporais. Estas práticas podem ser analisadas, sistematizadas, planejadas, antecipadas e testadas, além de serem posteriormente remodeladas, refletidas e avaliadas em conjunto com os discentes, de maneira dialética e integrada (VENDITTI Jr., 2005, p. 44-45).

Na concepção do ensino reflexivo, é fundamental a troca de experiências entre os professores.1 Na proposta reflexiva, ocorre a utilização de conhecimentos de professores experientes (observação de colegas de profissão). Através do conhecimento e da transmissão das experiências vividas no contexto docente, os professores de EF podem transmitir seus conhecimentos e fornecer algumas possibilidades de cursos de ação aos professores em formação, para que façam uso dessas informações e conhecimentos durante suas carreiras docentes. Essas experiências enfatizam a importância do estágio desde a formação, sempre com a supervisão e que se permita o exercício das habilidades reflexivas na construção das metodologias dos futuros profissionais, que atuarão no ensino formal e informal, ou seja, no ambiente escolar ou fora dele.

O ensino reflexivo pode ser uma possibilidade para o estudante de EF e o profissional atuante refletirem e reconstruírem suas sistematizações, além de permitir que ensinem, também de forma reflexiva, seus alunos, atletas e aprendizes (SCHÖN, 1992). Por isso, sua relação com a pedagogia do esporte, uma vez que articulam as possibilidades de reflexão na atuação técnica e docente, bem como auxiliam os praticantes na tomada de decisões, na solução de problemas de jogo e na autonomia dentro da complexidade e dinâmica das atividades desportivas. Esse modelo teórico pode destituir as conhecidas aulas em que o profissional de EF (muitas vezes apenas ex-atleta) simplesmente reproduz e repete as metodologias de aulas que teve durante sua época de treinamento e aprendizagem esportiva, ou ainda, que repita procedimentos ou seqüências pedagógicas aprendidos durante a formação acadêmica.


O JOGO COMO RECURSO PEDAGÓGICO – ferramentas do profissional em Educação Física

Para compreender este fenômeno, recorremos a Huizinga (1999), pois ele afirma que a intensidade do jogo e seu poder de fascinação não podem ser explicados por análises biológicas. O autor menciona que o divertimento, prazer e a alegria são elementos definidores da real essência do jogo. Com isso, acreditamos que o jogo possui uma essência autônoma.

Huizinga (1999) assegura que o jogo deve ser uma atividade livre, conscientemente tomada como “não-séria” e exterior à vida habitual, mas que, ao mesmo tempo, é capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. Para ele, o jogo é ainda uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter lucros e é praticada dentro de limites temporais e espaciais próprios, seguindo determinada ordem e regras estipuladas.

Na busca pela promoção do desenvolvimento integral dos alunos, os professores de Educação Física (EF) devem explorar o jogo oferecendo uma multiplicidade de ações desafiadoras que motivem diferentes respostas e estimulem a criatividade. Um jogo pode apropriar-se de inúmeras variações, gerando novas dificuldades e motivações, mas sempre de forma a conscientizar os alunos da atividade realizada.

O jogo é um importante instrumento pedagógico na busca de uma continuidade do processo educativo, que a cada aula deve proporcionar uma aquisição gradual de conhecimentos (FREIRE, 1994). Em síntese, se a criança não compreende essa dinâmica, pode ter uma falsa sensação de que chegou a seu limite e pode equivocadamente acreditar que ocupa uma posição de inferioridade perante os outros colegas, assim como esses colegas podem acreditar que ocupam uma posição de superioridade. Esta situação pode comprometer a motivação dos alunos com relação à prática da modalidade.

Para ocorrerem práticas pedagógicas condizentes aos níveis de desenvolvimento e aprendizagem da criança, é necessário propor uma pedagogia do esporte diversificada e para isso vamos propor o jogo como uma das opções para manter o interesse do iniciante na prática esportiva.

Como já frisado, Paes propõe a utilização do “Jogo Possível” como proposta pedagógica:

Para nós, o jogo possível possibilita o resgate da cultura infantil no processo pedagógico de ensino do esporte, tornando seu aprendizado uma atividade prazerosa e eficiente no que diz respeito à aquisição das habilidades básicas e específicas. Nossa experiência no trabalho com iniciação esportiva possibilitou algumas descobertas e adaptações em jogos e brincadeiras já conhecidas, porém, direcionamos essas atividades buscando o aprendizado coletivo (PAES, 1996, p. 113).2

No contexto pedagógico, o jogo é uma forma de ensinar conteúdos às crianças, motivando-as e, principalmente, que se entenda que a criança existe como sujeito e não como objeto no ambiente lúdico-educativo. Freire (1994) discute que o jogo no processo educativo constitui um comprometimento com a realidade dos alunos. Através do jogo possível, dentre suas múltiplas funções, seus recursos pedagógicos oferecem oportunidades ao aluno de conhecer, aprender e utilizar o jogo de acordo com seus interesses (PAES, 2002). Daí a importância do jogo e do esporte na escola, pois através da escola pode ocorrer a difusão e oportunidades de contato com estes conteúdos culturais.

Quando a criança joga, todo seu esquema motor é acionado, sua socialização é solicitada e o esquema cognitivo é estimulado. Através do jogo elas se unem procurando se entenderem, estimulando o respeito pelo outro e pelo adversário com quem se joga. Segundo Huizinga (1999), é no jogo e pelo jogo que a civilização se desenvolve, pois o jogo é o fato mais antigo da cultura, e tudo que o ser humano faz e vive é jogo, nas mais variadas formas e contexto.

Entendemos que o jogo promove o desenvolvimento afetivo-social e de princípios tais como a cooperação, a participação, a convivência, a emancipação e a auto-estima. Dessa forma, o aluno participa das atividades de maneira ativa e crítica, compreendendo os elementos do jogo, caminhando para a autonomia, além de aprender a respeitar as limitações dos demais participantes.

Cabe ao profissional de EF estimular todos os aspectos mencionados (motor, cognitivo, moral e afetivo-social), que são atividades ricas em situações imprevisíveis, contribuindo para o desenvolvimento do raciocínio e que exigem do aluno o respeito pelas regras para que o jogo prossiga sem interrupções, abordando valores essenciais à educação.3

As ações pedagógicas do educador devem transmitir padrões para a compreensão das imprevisíveis situações advindas do jogo. Devemos dar importância à complexidade de interações que envolvem cada situação do jogo em si. Essas assertivas se validam pelas várias oportunidades que o jogo gera, pelos desafios característicos presentes e, também, justificando as resoluções das diferentes situações nas manifestações e estímulos das Inteligências Múltiplas (BALBINO, 2001).

O jogo é um dos meios mais propícios para a construção do conhecimento dos indivíduos. Através de uma prática consciente, podemos usá-lo como meio de aprendizagem e de descobertas. Aplicando variações (mudanças de regras; criação de novas regras; alteração de número de participantes; tipos de bolas; diferentes espaços e tamanhos; mini-jogos; vantagem ou desvantagem numérica; dentre outros) ao jogo, gera-se novas dificuldades, estimulando a novos desafios, que acabam levando estes indivíduos a se tornarem mais consciente das atividades e do respeito que devemos ter com o outro, com o ser humano.

Paes (1992; 2002) defende a aplicação de uma metodologia voltada para os jogos na iniciação esportiva, acrescentando a importância do aspecto lúdico, pois o autor acredita que seja um fator facilitador para a criança desenvolver a noção de espaço se divertindo, além de ser o melhor indicador de evolução e limitação dos alunos, como lembra Garganta (1998).

Segundo Bayer (1994), os desportos coletivos apresentam em sua estrutura uma semelhança e seus elementos podem ser transferidos para a aprendizagem de qualquer modalidade. A essa semelhança ele chamou de “Princípios Operacionais” e ao processo de transferência dos elementos de “transfert” – elementos estes que oferecem a apropriação da lógica e da utilização dos elementos e variáveis comuns e específicas de cada tipo de jogo desportivo, permitindo a transferibilidade desses elementos para cada modalidade esportiva e suas respectivas aplicabilidades.

Os Princípios Operacionais, para Bayer (1994), permitem aos jogadores atuar com autenticidade e decisão, pois entendendo os elementos dos jogos é possível criar novas situações para a resolução de problemas que surgem no decorrer do jogo.

A proposta de Bayer, para o ensino dos desportos coletivos, pode ser aplicada com tranqüilidade nas aulas de iniciação esportiva, ou na EF escolar, pois dessa maneira o professor proporciona ao aluno um aprendizado amplo e diversificado.

Para Garganta (1998), os jogos desportivos coletivos (JDC) fazem parte da cultura desportiva contemporânea e sendo bem orientados podem promover desenvolvimento tático-cognitivo, técnico e sócio-afetivo. Os JDC apresentam dois traços fundamentais: a cooperação – capacidade de encontrar respostas adequadas aos problemas que surgem pelas situações de jogo – e a competição.

Garganta (1998) afirma que os JDC são atividades nas quais existem e acontecem infinitas situações imprevisíveis que não apresentam freqüência, ordem cronológica e complexidade definida e não há uma forma fixa de execução. Logo, exigem do praticante uma capacidade adaptativa, nos aspectos físicos, tático, e técnico; além de constantes reinterpretações. Também discute a prática transferível dos JDC, que é a semelhança estrutural e funcional existente entre as modalidades, justamente o que permite inseri-los na categoria dos JDC.4

O quadro 1 explica os indicadores da qualidade do JDC, mostrando as diferentes fases de desenvolvimento do indivíduo ou da equipe. Analisando o quadro 01, percebemos como é importante observar e compreender as etapas em que os alunos se encontram durante as aulas (jogo anárquico; descentração; estruturação e elaboração).

É preciso que estas etapas sejam respeitadas, pois um aluno que se encontra no “jogo anárquico” (onde todos correm atrás da bola e ainda verbalizam demais, além de não conseguirem distribuir funções e posicionamentos), não irá compreender a “descentração” (onde se abre mão do objeto primordial que é a bola, para assumir funções e compreender a lógica do jogo) e nem a “estruturação” deste jogo (cujas funções entre os participantes precisam ser coordenadas). O que se vê comumente nas escolas de esportes e na iniciação esportiva é a situação de que essas etapas são desconsideradas e o professor já parte para a etapa da “elaboração” (final do processo), desejando criar as estratégias, mas seus alunos iniciantes sequer compreenderam a descentração ou a lógica simples do jogo.5

O resultado são professores e técnicos frustrados e nervosos com seus atletas ou alunos, além de alunos que sequer compreendem “o que” e “quando” devem fazer aquela jogada ou estratégia, pois ainda não assimilaram “por que” e “como fazer”, sem contar que os mesmos se tornam completamente dependentes desses professores que monopolizam os conhecimentos e não estimulam a reflexão e o pensar dentro das práticas corporais.

Fases Comunicação na ação Estrutura do espaço Relação com a bola
Jogo Anárquico
  • Centração na bola
  • Subfunções
  • Problemas na comunicação com o jogo
Abuso da verbalização, sobretudo para pedir a bola Aglutinação em torno da bola e subfunções Elevada utilização da visão central
Descentração
  • A função depende não apenas da posição da bola
Prevalência da verbalização Ocupação do espaço em função dos elementos do jogo Da visão central para a periférica
Estruturação
Conscientização da coordenação das funções
Verbalização e comunicação gestual Ocupação racional do espaço Do controle visual para o proprioceptivo
Elaboração
Ações inseridas na
Prevalência da comunicação Polivalência funcional Otimização das capacidades
Quadro 1 – Fases dos diferentes níveis de jogos nos JDC (adaptado de Garganta, 1998, p.19).

Com base nos indicadores de cada fase do jogo, descritos no quadro 1, o professor pode mostrar aos seus alunos e trabalhar com os mesmos onde está havendo o desequilíbrio em sua ação e corrigir o erro por meio do entendimento do aluno, que pode chegar a um bom nível de jogo, através de trabalhos elaborados dentro de cada etapa e também dentro da complexidade e do real entendimento dos JDC.

Concluindo, Garganta (1998) lembra que não são apenas o aprendizado das técnicas específicas e nem as capacidades físicas que são fundamentais. Porém, não é com a união de talentos individuais que se formará uma boa equipe, mas sim promovendo nos participantes a capacidade de respostas nos diversos planos (físico, psíquico, tático e técnico) por meio dos elementos básicos dos JDC.

Aspecto relevante no processo ensino-aprendizagem diz respeito ao posicionamento tático, pois o professor, muitas vezes de forma arbitrária e inflexível, baseado em características físicas e motoras momentâneas, delimita as posições a serem tomadas pelos alunos durante o jogo, privando-os de autonomia para tomada de decisões no jogo.6

Balbino (2001) enfatiza o papel do ambiente criado pelo educador na intenção de promover situações-problema para os alunos, de modo que estimule as soluções, utilizando as diversas inteligências.7 Também deixa claro que todos possuem todas as inteligências, umas menos e outras mais desenvolvidas, e que para a solução de um mesmo problema podemos utilizar diferentes inteligências ou mesmo uma interação de várias inteligências, de acordo com as situações e as percepções subjetivas.

Discutindo a pedagogia do esporte, enfatizamos em nosso estudo a preocupação com a criança na sua globalidade. A proposta fundamental é a elaboração de uma metodologia que respeite as características de cada faixa etária. Na fase de iniciação esportiva, para ensinar qualquer modalidade esportiva, defendemos que é fundamental o papel do profissional de EF em conscientizar o aluno de suas capacidades e limitações para não ultrapassar os limites corporais, físicos e emocionais dos seus alunos.

A discrepância em relação à idade pode propiciar a desmotivação e como conseqüência o abandono do esporte (WINTERSTEIN, 1992; DE ROSE JR, 2002; SAMULSKI, 2003). Daí a importância na elaboração de estratégias pedagógicas coerentes. As atividades motoras propostas na fase de iniciação esportiva têm como objetivo permitir que o aluno explore diferentes possibilidades corporais, que serão primordiais na aquisição das habilidades específicas. Com esta diversificação de movimentos, a criança construirá uma bagagem motora que fará com que tenha maior domínio na realização de fundamentos específicos de qualquer modalidade esportiva.

Esse processo (de aquisição das habilidades básicas e habilidades específicas) é fundamental para evitar um problema complexo dentro da educação física: trata-se da especialização precoce. Este procedimento pedagógico incoerente pode prejudicar o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança, além de provocar a saturação pelas práticas esportivas, pois esta especialização preocupa-se exclusivamente com a realização de gestos técnicos para a produção do atleta.

Ora, esquece-se que a criança, nessa fase, ainda não possui estrutura emocional adequada, e também estudos já comprovaram que este tipo de procedimento além de não ter valor educacional, devido aos objetivos da competição, não, necessariamente, pode contribuir para a formação de atletas profissionais.

Técnicos buscam nos iniciantes certa performance física e técnica exagerada à fase de desenvolvimento da criança. Muitas vezes, isso ocorre porque durante a fase de iniciação esportiva é dado um valor exagerado à competição. Entendemos que a competição participa do processo de iniciação esportiva e, com isso, ela apresenta virtudes educativas, que precisam de maior atenção e devem ser trabalhadas em conjunto, inclusive com os interesses competitivos e de rendimento. O profissional de EF deve destacar os valores éticos, sociais e o espírito de cooperação que a competição pode proporcionar. Importante se faz ressaltar o enorme crescimento e resultados obtidos com o esporte e a iniciação esportiva inseridos em projetos sociais e causas do terceiro setor, que nos remete a reflexões sobre quão grande é o fenômeno esporte hoje em nossa sociedade e muitas vezes, não sabemos aproveitá-lo ou disponibilizá-lo a estas causas que visem colaborar para a transformação social, nas diferenças e preconceitos ainda vigentes em nossa sociedade.


CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para onde iremos?

Discutindo a pedagogia do esporte, neste trabalho e em nossa atuação profissional, surge a preocupação com os alunos em situação de risco social, na sua globalidade, para a formação de cidadãos críticos, conscientes e ativos em seus contextos sócio-culturais.

Como proposta fundamental, deixamos clara a elaboração de uma pedagogia do esporte que respeite a individualidade dos alunos e seus respectivos contextos e realidades sociais. Seja nas aulas de iniciação esportiva, ou até mesmo na EF escolar, é fundamental enfatizar o papel do jogo, conscientizando o aluno de suas capacidades e limitações, para não ultrapassar os limites físicos e emocionais, respeitando suas características e diferenças, estimulando suas potencialidades e proporcionando autonomia e tomada de decisões nas diversas situações de jogo.

A sistematização da Pedagogia do Esporte é de suma importância para contemplarmos um maior número de crianças com as atividades esportivas e outros serviços, mas também é fundamental ao desenvolvimento infanto-juvenil.

Como ressaltamos ao longo de nosso estudo, é imprescindível que os profissionais que atuam na EF utilizem, como um de seus referenciais metodológicos, o jogo. Mas não o jogo em suas características apenas técnicas e competitivas, mas sim o “jogo possível”, que integre e que facilite as potencialidades em que o aluno aprende jogando e não precise antes aprender como se faz para só depois jogar.

Essa proposta de ensino permite trabalhar modalidades específicas e possibilitar ao aluno toda a estrutura das modalidades (noções táticas e técnicas). E também através dos jogos, o aluno vivencia outras modalidades esportivas.

Na aprendizagem de cada fundamento, são propostas atividades prazerosas e que tornem a aula atraente. É necessário elaborar uma seqüência de exercícios que apresentem uma progressão de atividade na execução e que exijam muita movimentação dos alunos. O desenvolvimento de qualquer proposta pedagógica na iniciação esportiva deve considerar o nível de experiência do aluno, a sua idade, os níveis de desenvolvimento motor e também preservar a integridade física e psicológica do aluno.

Na elaboração de uma pedagogia do esporte coerente, acreditamos que seja função do esporte e do profissional de EF contribuir para que todos os alunos tenham prazer e interesse pela prática esportiva.

Tentamos, ao máximo, aumentar o acesso dos alunos à prática esportiva, enfatizando a educação e construindo valores positivos para o convívio em sociedade, com cidadãos mais participativos, conscientes e preocupados com as necessidades coletivas e comunitárias. Logo, se faz necessário que os professores de EF não ensinem somente a modalidade específica, mas também questões relativas à formação humana e à convivência.

O incentivo à prática do esporte contribuirá para que os alunos melhorem o nível de aprendizagem e o convívio coletivo, além de estimular o protagonismo juvenil – termo atualmente em voga nas discussões a respeito do desenvolvimento das crianças e adolescentes, principalmente na área educacional e acadêmica - e melhorias nas condições de qualidade de vida, viabilizando práticas de lazer e hábitos de vida saudáveis.

As modalidades esportivas são diversificadas e, por conseguinte, riquíssimas para desenvolver todos os requisitos citados. Com propostas planejadas e orientadas podemos gerar conseqüências positivas como o estímulo à prática do esporte de forma motivante e mais prolongada, evitando situações de risco, principalmente com crianças e adolescentes sem muitas possibilidades de lazer e diversão.

Enfim, a construção de um ambiente favorável possibilita a discussão de valores e princípios, que acompanharão o praticante também fora das aulas, enriquecendo suas ações cidadãs, seus comportamentos e atitudes nas comunidades em que estejam inseridos. É este nosso desafio!




Making the “Possible Game”: Reflections on Sport Pedagogy, Fundamentals of Team Sports and Sport Learning

ABSTRACT

This research work derives from the need to discuss the educational role of the physical education professional in sport learning and sport pedagogy. We have related sport pedagogy theories with the teaching of team sports. We have used the game as an instrument which is a fundamental teaching tool as well as a social opportunity, through its playful characteristics. Games can contribute to the development of ethical, social, and moral values, and to the building of metaphors that can establish relations between sport and life, making use of playfulness and reflexive teaching. Both concepts are fundamental to our theoretical foundation and bring more opportunities, choice, and reflections to our professional work.
Keywords: sport pedagogy – sport initiation – game – reflexive teaching




Haciendo el "juego posible": reflexiones sobre la Pedagogía del deporte, los fundamentos de los juegos deportivos colectivos y el aprender deportivo

RESUMÉN

Este trabajo aparece de la necesidad de discusiones a respecto del papel educativo del profesional de educación física en la enseñanza deportiva y Pedagogía del deporte. Relacionamos las corrientes teóricas de la pedagogía del deporte con la enseñanza de los juegos colectivos. Para eso, utilizamos como instrumento el juego, la herramienta básica de la enseñanza y la oportunidad social, por medio de sus características lúdicas. El juego puede contribuir en el desarrollo de valores éticos, sociales y morales; como también en la construcción de metáforas que establecen relaciones entre el deporte y la vida, haciendo uso de lo lúdico y la educación reflexiva. Ambos fundamentan nuestro basamiento teórico para el funcionamiento en Pedagogía del deporte, trayendo más oportunidades, opciones de elección y reflexiones en nuestra actuación profesional.
PALABRAS-CLAVE: Pedagogía del deporte – iniciación deportiva – juego – educación reflexiva.




NOTAS

* Aluno de Doutorado pela Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor das Faculdades Metrocamp e UNASP e professor efetivo do estado de São Paulo em Educação Física Escolar.

** Profissional de Educação Física, graduado pela Universidade Estadual de Campinas, pesquisador e estudante de Especialização a distância pela Universidade de Brasília (UnB- Programa Segundo Tempo).


1 Por exemplo: discute-se bastante a questão de alguns preconceitos na Educação Física escolar como a separação por sexo nas aulas. Um processo transmitido culturalmente e que, na maioria das vezes, é uma decisão que foge ao alcance do professor. Até mesmo pais, coordenadores pedagógicos e alunos e alunas insistem nessa incoerência pedagógica. Muitos professores criam atividades que meninos e meninas jogam juntos, gerando um meio eficaz de ensinar aos alunos a tolerância, a aceitação de características individuais, a transmissão de valores, os modos de comportamento e, principalmente, para que ambos possam participar, futuramente, de uma sociedade mais justa e igualitária. É o que Brotto (2001) enfatiza com o termo “com-viver”, que é possível através de sua proposta de jogos cooperativos, onde o exercício da convivência e do respeito às diferenças e diversidade podem ser trabalhados através do jogo.

2 O autor defende ainda que este recurso funciona como um facilitador para os alunos compreenderem a lógica técnica e tática dos jogos coletivos. Concordamos com o autor, pois, se temos um grupo de indivíduos da terceira idade, por exemplo, que goste de praticar o basquetebol numa praça esportiva, esse grupo vai conhecer e aprender a modalidade através do “jogo possível”, com a criação de regras que respeitem suas limitações e diferenças, além de normas que viabilizem o jogo naquele contexto social e cultural de acordo com os interesses e objetivos trazidos pelo grupo e suas características.

3 Ao respeitar as regras, o aluno passará a respeitar os colegas e, conseqüentemente, qualquer pessoa com a qual se relacione. Seguindo esse processo, a criança aprenderá a respeitar as leis da sociedade, tornando-se um cidadão consciente de seus direitos e deveres.

4 Com essas constatações, o autor afirma que melhor sucedido será o aluno possuidor de um “modelo de explicação”, ou seja, quem tiver maior clareza dos elementos dos JDC. A partir dessa clareza, o aluno integra a percepção de situações, sua compreensão chegando a uma resposta explicitada em sua ação e compreender as informações e esse processo se faz com o conhecimento e entendimento dos JDC.

5 Freire e Scaglia (2004) enfatizam como é importante e difícil para a criança descentrar-se do elemento central que é a bola, principalmente numa situação de jogo, esporte ou brincadeira. Isto envolve diversas tomadas de decisão, pensamentos e cognições, valores e atitudes, que permitem que o aluno abra mão de seus interesses para compreender o interesse do outro, para compreender as relações sociais: o abrir mão da bola, passar e entender que com isso, eu, minha equipe e o outro, podemos “sair ganhando”. Nesse ponto, os autores ressaltam também como é fundamental a questão do jogo e do esporte para o convívio social, para a vida escolar e para as metáforas da vida dos indivíduos.

6 Por exemplo, no caso da modalidade basquetebol, as funções de armador, ala/ lateral e pivô têm campos de ações diferenciados. Tendo em vista a fase de desenvolvimento e crescimento da criança, esse procedimento pode se mostrar eficiente em curto prazo, mas ao longo do processo vai limitar as ações motoras dos alunos e restringi-los com relação à aquisição de autonomia e segurança para escolher os melhores planos de ação durante as situações de jogo.

7 Fortemente embasado por Gardner (1994), ele relata as oito inteligências múltiplas, suas formas de expressão e como elas podem ser estimuladas nos jogos desportivos coletivos (JDC). São elas: corporal-cinestésica, verbal-lingüística, lógico-matemática, musical, naturalista, intrapessoal, interpessoal e espacial.


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Recebido: 6 de dezembro de 2007
Aprovado: 20 de dezembro de 2007


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