VALORAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA: DA PRODUÇÃO ACADÊMICA AO RECONHECIMENTO INDIVIDUAL E SOCIAL

ROBERTA LÉLIS DE MACEDO* RITA DE CÁSSIA FRANCO DE SOUZA ANTUNES**

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo identificar fatores relacionados à valorização da Educação Física, bem como às denúncias de sua desvalorização, buscando compreender e discutir como ela se constitui em valor na escola e para o próprio profissional da área. Baseamo-nos em depoimentos escritos e na discussão teórica sobre a defasagem entre a produção acadêmica e a prática pedagógica em Educação Física. Para tanto, realizamos uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório-descritivo, que inclui o levantamento bibliográfico de textos produzidos nos últimos cinco anos na área de Educação Física, que defendem a sua importância, seguido de uma parte de campo, enfocando a Educação Física na escola. PALAVRAS-CHAVES: Educação Física; Valorização em Educação Física; Educação Física Escolar.

INTRODUÇÃO

Que valor tem a Educação Física? O que ela representa para a sociedade e para cada indivíduo que nela se insere? Será que ela tem algum valor? Se tem, por que a vemos desvalorizada? Essas questões têm uma grande importância quando a presença dessa disciplina na escola é questionada, em geral, sendo colocada em nível de inferioridade em relação às demais.

Há muito, vemos o profissional de Educação Física colocado à margem das instituições onde atua, inclusive no contexto escolar. O professor de Educação Física, segundo Teixeira (1993), mostra-se como um eterno repetidor de procedimentos de duvidosa fundamentação teórica, sem conhecer sua real função no processo educacional, bem como seu potencial de contribuição para o desenvolvimento de seus alunos. Para Morford, citado por Teixeira (1993, p. 81), “isso apresenta reflexos diretos no status e prestígio desse profissional perante a sociedade, fazendo com que vários ex-atletas, técnicos de fim de semana e até mesmo curiosos concorram em igualdade de condições com o profissional de Educação Física”.

Partindo da suposição de que a profissão como um todo encontrase nessa situação, Teixeira (1993) enfatiza que a responsabilidade principal não pode recair sobre os profissionais da Educação Física, mas sim sobre as instituições de preparação profissional que são responsáveis pela sua formação acadêmica. Dessa forma, afirma que, quando o foco de análise dirige-se para essas instituições, podem-se detectar três grandes falhas: a) uma abordagem sem meta definida; b) o desenvolvimento de habilidades motoras ao invés de habilidades pedagógicas; e, por fim, c) a falta de um corpo teórico que fundamente os procedimentos práticos e a filosofia de trabalho. Contudo, trabalhos como os de Carvalho (1992) e Antunes et al (1995) sinalizam que nem todos os cursos de formação em Educação Física seguem este perfil., colocando-se na tentativa de superar as falhas apontadas anteriormente. Mostram que estes cursos tornaram-se significativamente mais teóricos, embora pareça não terem superado o hiato entre teoria e prática.

Segundo Resende (1995), o desenvolvimento acadêmico pouco contribui para a melhoria da ação pedagógica do professor, acentuandose, nesse setor, a dissociação entre a produção acadêmica e as necessidades do cotidiano profissional. O autor acredita que a produção acadêmica, para ter um sentido crítico e emancipador, terá que se justificar com base na realidade concreta enfrentada pelo profissional de Educação Física para que, dialeticamente, produza intervenções superadoras e qualitativas no âmbito da prática pedagógica.

Os pesquisadores e autores que têm proclamado intenções renovadoras, pouco contribuíram no sentido de superar o hiato entre suas elaborações acadêmicas e as condições enfrentadas pelos profissionais de Educação Física atuantes, principalmente na escola.(...)É preciso fazer chegar ao conhecimento e ao domínio do professor os benefícios daquilo que tem sido produzido no âmbito acadêmico. (Resende, 1995, p. 72).

Professores de Educação Física, que trabalham em escolas há aproximadamente vinte anos, responderam à questão “Para que serve a Educação Física?”, formulada no estudo de Resende (1995, p. 85). Disseram que “serve para muita coisa (...) Mas, na verdade, tem servido para a meninada e a rapaziada se descontrair, jogar, sair daquele marasmo que são as outras aulas”. No entanto, afirmam também que se não for obrigatória, os alunos não fazem, não respeitam.

De acordo com o art.26, 3º parágrafo da LDB, a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos, ou seja, e componente curricular se a escola assim o quiser e o aluno participará desse eventual ensino, se desejar e quando desejar (Souza & Vago, 1997). No art.23 do mesmo documento, 2º parágrafo, consta que as aulas, quando integradas à proposta pedagógica da escola, podem durar o tempo que a escola ou o sistema de ensino decidirem. Pode ocorrer, portanto, que todas as horas destinadas ao ensino de Educação Física sejam ministradas de uma só vez, num determinado mês letivo apenas. Logo, se a afirmativa do professor consultado procede e o exemplo acima se concretiza, a Educação Física estará seriamente ameaçada.

Em 1991, Castellani Filho defendia que a Educação Física deveria fazer parte dos programas de ensino, não com caráter facultativo, mas obrigatório e Go Tani enfatizava que os professores de Educação Física vinham sendo considerados, muitas vezes, simples executores com baixo reconhecimento profissional, marginalizados pelos próprios colegas de outras disciplinas curriculares. De acordo com Lovisolo (1996), especialistas em Educação Física não contam com suficiente proteção legal para realizar suas atividades, sendo pouco reconhecidos socialmente, havendo pessoas leigas e também especialistas de outras áreas que realizam intervenções que seriam da competência exclusiva dos profissionais de Educação Física. Nos dias atuais, a preocupação com o corpo esbelto tem levado milhares de pessoas a freqüentar academias, a participar de eventos relacionados à atividade física. Isto não seria um indício de que a Educação Física está sendo valorizada?

De acordo com o Dicionário das Ciências Sociais (1982), valorizar é atribuir um valor determinado a um objeto; desvalorizar é a perda de valor desse objeto. O homem, conforme Aranha (1996) enfatiza, é um ser cultural, capaz de transformar a natureza de acordo com suas necessidades existenciais, por meio de uma ação intencional e planificada. Portanto, o homem precisa escolher os meios e os fins da ação a partir de valores, pois com eles sentimos atração ou repulsa, desejamos ou rejeitamos algo. Para Falcão (1997), o homem precisa preferir, isto é, previamente decidir-se, e decidir-se é fazer uso da liberdade, escolhendo. Escolher é valorar, estimar. Valor, em geral, designa que deve ser objeto de preferência ou de escolha, não é somente a preferência ou objeto da própria preferência, mas é o preferível, o desejável, o objeto de uma antecipação ou de uma espera normativa (Abbagnano, 1982).

Assim, o objetivo desse trabalho é identificar fatores relacionados à valorização da Educação Física, bem como às denúncias de desvalorização; além de compreender e discutir como ela se constitui em valor para o próprio profissional da área. Justifica-se, portanto, por contribuir para o esclarecimento da situação relativa ao problema da desvalorização da Educação Física na escola, tendo em vista a formulação de estratégias para sua superação na sociedade brasileira. Especificamente, procuraremos: a) discutir a questão da valorização da Educação Física do ponto de vista sociológico e psicológico das relações sujeito-objeto para a criação de valor; b) identificar os diversos fatores relacionados à valorização da Educação Física, bem como às denúncias de desvalorização apresentadas em publicações da área nos últimos cinco anos, que têm por objetivo defender a sua importância e compreender como a Educação Física se constitui em valor na escola e para o profissional da área, com base em depoimentos escritos em discussões sobre a defasagem entre a produção acadêmica e a prática pedagógica em Educação Física.

A BUSCA DA COMPREENSÃO DA VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Desenvolvendo essa pesquisa qualitativa de caráter exploratóriodescritivo, inicialmente, realizamos levantamento bibliográfico, selecionando textos produzidos nos últimos cinco anos na área de Educação Física, publicados na Revista Brasileira de Ciências do Esporte e na Revista Paulista de Educação Física, no período compreendido entre os anos de 1993 e 1998, que defendem a sua importância sob diversos aspectos. A partir de tal levantamento, procedemos à análise documental, com base em parâmetros axiológicos (valores), a partir do estudo sobre a conceituação de valor, de valores em Educação e Educação Física, de valorização e valoração.

No que se refere à pesquisa de campo, foram visitadas todas as escolas (35) da rede estadual de ensino público da cidade de Bauru para aplicação de questionário, referente à valorização da Educação Física, a todos os professores especialistas, diretor, dois alunos de cada série e 10% dos professores de outras disciplinas da unidade escolar, formando a amostra do estudo. Com Base em Antunes (1997), formulamos as questões considerando, segundo Thiollent (1980), a necessidade de contemplar a intensividade na relação pergunta–resposta, nesse caso, a fim de delinear a visão – o mais próximo do real – das comunidades escolares consultadas sobre a Educação Física. Consideramos também, as advertências de Jodelet (1984) sobre as representações sociais, que significam a presença de discursos de acordo com o que o entrevistado entende que o entrevistador “quer ouvir”, ou seja, o que seria considerado correto ou o “como deveria ser”. Da mesma forma, os dados coletados foram tratados através de análise descritiva das falas dos professores, das dos diretores, alunos e professores especialistas, visando objetivamente ao levantamento de aspectos recorrentes e peculiares revelados. A análise geral dos dados constituiu-se mediante referencial teórico mencionado, com base nos estudos sobre valores e importância da Educação Física.

Após autorização dada pela Delegacia Estadual de Ensino da cidade de Bauru, contactamos todas as escolas por meio de telefonemas, sem obter sucesso no agendamento para visitas, o que nos levou a apresentarmo-nos pessoalmente. Explicando a natureza do trabalho para a diretora ou para alguém por ela indicado, que, embora verbalizassem interesse pela pesquisa, pouco cooperaram na coleta dos dados, exceto em uma única escola. Apesar de permitirem que deixássemos os questionários na escola quando do retorno para recolhê-los, sempre faltavam alguns a serem respondidos e outros eram devolvidos em branco. Tanto na entrega dos questionários quanto no recebimento, os professores de Educação Física ou de outras disciplinas demonstraram desagrado em respondê-los, alegando pouca disponibilidade de tempo.

A ACADEMIA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

De acordo com Resende (1995), voltado a problemas de ordem didático-pedagógica enfrentados pelo professor de Educação Física escolar no seu cotidiano profissional, reside no imaginário dos professores especialistas a idéia de que os estudiosos e profissionais que defendem os pressupostos de uma Educação Física na perspectiva dialética pouco têm contribuído no sentido de subsidiar a prática educativa, correndo-se o risco dessas elaborações perderem o pretendido sentido crítico-superador. Diante de todos os acontecimentos e intervenções que a Educação Física recebeu nesses últimos anos, constata-se ainda a dissociação entre a produção acadêmica e as necessidades do cotidiano profissional.

Nos últimos cinco anos, de 88 artigos levantados, 39 enfocam a importância da Educação Física, evidenciando seu valor em diversos aspectos. Desses, 44% referem-se aos aspectos sócio-culturais do Esporte, ao processo de sociabilização e integração/adesão pela prática de atividades físicas; 23% relacionam-se ao processo pedagógico da disciplina nas escolas, enfatizando a questão da postura, preparação e metodologia utilizada pelo professor. O aspecto psicológico, com ênfase no grau de satisfação e nas emoções dos alunos nas aulas de Educação Física e na relação dos mesmos entre si e com seus professores, é destacado em 13%. Os 20% restantes dividem-se igualmente entre o destaque ao desenvolvimento motor de crianças e à saúde.

EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA. A VISÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

De todas as escolas, somente em dez houve retorno dos questionários e, mesmo assim, nem todos os segmentos responderam completamente, formando, assim, nossa amostra de estudo e o delineamento da visão dos segmentos que as dinamizam.

DA DIREÇÃO E DO CORPO DOCENTE

Analisando as respostas dos diretores, dos quais nove são mulheres, verificamos certo reconhecimento da presença da Educação Física na dinâmica do funcionamento da escola. A maioria relata que o trabalho desenvolvido pelos professores de Educação Física é feito com competência e responsabilidade, além de ser muito atraente para os alunos. Apenas dois descreveram que o trabalho poderia ser melhorado se não fosse a troca de professores e a falta de HTPC.

A grande preocupação revelada é no que diz respeito às aulas e aos materiais disponíveis na unidade escolar. Uma diretora relata que aprecia bastante as modalidades da Educação Física e que pratica yoga e esteira. Dois diretores, por sua vez, declaram não possuir praticamente nenhum contato com a disciplina, mas tomam conhecimento sobre seu andamento em atividades extra-classes. Para a maioria, a Educação Física é considerada como imprescindível ao ser humano; importante para a melhoria da qualidade de vida; sinônimo de saúde e útil para uma sociedade mais eficiente e produtiva; promovedora do trabalho coletivo e do respeito às regras de convivência.

Uma disciplina muito importante, que, além de proporcionar para o educando um desenvolvimento físico, um melhor condicionamento, desenvolve também o trabalho coletivo e um respeito às diferenças individuais e às regras de convivência.

Portanto, a maior preocupação recai em aspectos estruturais que afetam o funcionamento das unidades escolares. Em seus relatos transparece uma visão estrutural – funcionalista, voltada ao caráter reprodutivista da realidade social no âmbito da escola. Isto nos faz lembrar Bracht (1987), quando afirma que se espera que a criança que pratica esporte respeite as regras do jogo capitalista. Ou seja, referem-se à eficiência e produtividade, ao respeito às regras e à busca de resultados expressivos: todos denotam expectativas do jogo capitalista, como justificativas relevantes para a Educação Física em suas escolas.

O segundo ponto relevante refere-se à crença que têm de que a Educação Física promove saúde e afasta os alunos das drogas.

A Educação Física é de suma importância hoje para a sociedade sob o meu ponto de vista, pois aquele que demonstra interesse e participação nas atividades físicas, repele as drogas (D2).

Tal posicionamento pode ser discutido também, com base no que Lopes (1987) coloca em relação às distorções conceituais por força de falsas interpretações e questiona: se de um lado proclama-se que o esporte é educação, afirma-se também que esporte é saúde, sem a devida seriedade e preocupação que os temas requerem. Para a autora, é necessária uma séria reflexão antes de concluir que o esporte promove a saúde, a menos que a atividade traga com ela um compromisso político de busca da melhoria das condições da população. Freire (1991) apresenta enfoque semelhante no texto sugestivamente intitulado com a interrogação: “Esporte não é droga?”.

Quanto aos professores, 36 que ministram outras disciplinas que não a Educação Física responderam ao questionário, sendo 75% do sexo feminino e 25% do sexo masculino. Para eles, o trabalho desenvolvido pela Educação Física na unidade escolar é bom, considerando que o professor é bastante respeitado. Uma professora destaca o fato de que é importante porque tira o adolescente da televisão. Alguns reconhecem que é a disciplina que os alunos mais gostam e que engloba todas as outras, por isso, envolvem-se nas atividades da escola, promovidas pela Educação Física, seja na produção de cartazes, nas comemorações, nas apresentações de coreografias, nos desfiles, dentre outros. Participam principalmente como incentivadores e torcedores nos campeonatos, pois entendem que as atividades esportivas despertam o interesse e participação dos alunos, sendo a hora em que descarregam as energias contidas. Afirmam também que os campeonatos, festivais de dança, desfiles são o que mais promovem a integração dos alunos.

Tal visão reforça a colocação de Tolocka & De Marco (1995) de que, para muitos diretores de escola, professores e alunos, a Educação Física deve ensinar um esporte e preparar alguns alunos para representar a escola em torneios e desfiles. Discutindo essa questão, Soares (1986) defende que a promoção de festas e espetáculos, ensaios de bandas e fanfarras, organização de desfiles cívicos e responsabilidade por todas as comemorações que acontecem na escola devem ser assumidos pelo conjunto de professores da escola e não apenas pelo professor de Educa-ção Física, como se ela fosse uma disciplina vazia de conteúdo, vazia de saber.

Um grupo de professores de uma mesma escola relata que o trabalho desenvolvido pelo profissional de Educação Física com quem convivem é prejudicado, pouco desenvolvido, apático e desinteressante. Três destes consideram que a Educação Física Escolar está defasada, distante da realidade dos alunos e que há falta de infra-estrutura. Uma professora conta que as meninas reclamam que não há atividades para elas, somente jogos para os meninos. O grupo pertencente à outra escola diz que o professor de Educação Física deveria enfocar mais a parte teórica sobre as atividades físicas e conscientizar o aluno sobre a importância da Educação Física para o ser humano. Dois professores, por sua vez, informam que não têm contato com o professor de Educação Física e que a quadra de esportes fica isolada. Uma professora menciona o mesmo fato, porém de modo contextualizado:

Devido à fragmentação do nosso sistema educacional, conheço superficialmente o trabalho desenvolvido pelos professores de Educação Física nesta Unidade Escolar; porém, é incontestável o interesse dos alunos pelas aulas e atividades realizadas (p. 22).

De todos os professores ouvidos, apenas oito declaram que procuram fazer a interdisciplinaridade com a Educação Física e enfatizam que a troca de idéias enriquece bastante. Outros relatam que não têm nenhum envolvimento com a disciplina, apesar de um deles reconhecer que deveria existir, pois para ele, a Educação Física, pode auxiliar muito no desenvolvimento das atividades que envolvem interpretação e expressão.

Assim como os diretores, os professores referem-se à atividade física como essencial para a manutenção da saúde e muito importante para o homem por proporcionar uma maior descontração, mantendo corpo e mente sãos, diminuindo o stress. Uma professora destaca-se do grupo abordando o tema de forma profunda e aguçada:

Acho que a mídia explora muito o culto ao corpo; não sou contra fazer esportes, modelar o corpo através de ginástica, mas sou contra aqueles que vivem em função disto, que vivem em função de ginástica, aparelhos etc... Tudo tem que ter o bom senso (p. 18).

A aula de Educação Física, para quase todos, é o momento no qual os alunos extravasam as suas energias através da prática dos Esportes,auxiliando na formação de corpos sadios. É importante na formação e difusão de princípios positivos, além de colaborar nas manifestações expressivas e intelectuais. Acreditam que as aulas de Educação Física visam à integração do aluno como um todo. Contudo, dentre todos os professores que responderam o questionário, apenas duas praticam alguma atividade fora do âmbito escolar; uma faz natação e a outra ginástica localizada e caminhada. Em síntese, constata-se que a disciplina em questão é valorizada, apresentando um nível de importância para todos, que influencia na qualidade de vida da sociedade. Uma vez que somente uma professora comenta que a Educação Física está muito distante da realidade em que os alunos se encontram e estes, por sua vez, “nem” gostam de freqüentar as aulas; apesar dela valorizá-la, entendemos que prevalece nos relatos dos diretores e do corpo docente uma visão que valoriza a área em discussão.

DOS ALUNOS

Dos alunos que responderam ao questionário, um total de setenta e sete, 55,8% eram do sexo feminino e 44,2% do sexo masculino. Questionados a respeito das aulas de Educação Física na unidade de ensino em que estudam, dizem que gostam muito, que a disciplina, além de clarear a mente, deixa-os em forma e os torna saudáveis. Uma aluna, chega a relacionar o esporte com o seu futuro profissional: “Eu acho uma coisa boa, porque no futuro se você treinar algum esporte, você pode ser alguém na vida, pode ser até uma jogadora famosa” (A2). Esta visão da aluna corrobora com resultados obtidos por Daólio (1996), dentre os quais o de que um professor de Educação Física é valorizado na medida em que descobre talentos esportivos e os encaminha para clubes.

Alguns enfatizam que a disciplina não é muito boa devido à infraestrutura, à falta de professores e de material, à desorganização causada pelos alunos e ao cancelamento de aulas quando chove.

Eu acho que ainda tem que ser melhorada na questão (quadra), porque, muitas vezes, a Educação Física é para duas turmas, e elas (professoras) têm que usar uma quadra somente. E também se chove não tem Educação Física. Na minha opinião, isto deveria ser mudado. (A22)

As condições inadequadas sob as quais os professores da rede escolar ministram suas aulas são um grande problema, conforme apontam Tolocka & De Marco (1995), verificando que, geralmente, dispõe-se apenas de uma quadra de cimento ao ar livre, sujeita a todas as variações climáticas.

Outro ponto enfocado nos relatos, refere-se à obrigatoriedade da disciplina Educação Física:

É uma matéria a ser observada. Creio que deva ser obrigatória em todas as escolas que tenham período matutino e vespertino, pois a maioria dos alunos que estudam nestes períodos estão ali para estudar e isso deveria ser obrigatório. Já no período noturno, creio que deva ser facultativa, mas não banida do currículo escolar noturno. (A21)

Evidencia-se que a maioria que participa das aulas de Educação Física é do sexo masculino, pelo gosto de “jogar bola”, mencionando como esportes preferidos o basquete, o vôlei e, principalmente, o futebol. Consideram que aprendem a ser mais educados, respeitando os companheiros através da obdeiência às regras; gastam energia, saem da sala de aula e não ficam sentados o tempo todo, além de se esquecerem das provas.

Aprendemos diversas regras e tipos de esportes, a ser mais educada e respeitar os companheiros (...) Gosto de participar, não é uma matéria que você tem que ficar sentado e escrevendo a aula inteira. (A13) Esqueço da rotina de estudar (provas), é divertido. E faz bem para o meu corpo. (A6)

Além da prática esportiva, os alunos divertem-se, fazem exercícios (alongamento e relaxamento), pois entendem que são importantes também para o desenvolvimento físico. Uma aluna gostaria que houvesse mais aulas por semana.”A Educação Física devia ser duas vezes por semana com quatro aulas” (A6). Outra já não gosta de participar das aulas porque sua professora só trabalha o basquete – que ela não suporta –, questionando ainda o comportamento de seus colegas. “Entendo que deve ser uma coisa séria que é muito diferente do que os alunos pensam. Eles pensam que é uma aula vaga, para brincar” (A18). Nesse mesmo sentido, há registros também, de reclamações quanto ao horário e à presença de mais de uma turma na quadra. Sugerem que as aulas deveriam ser mais organizadas e que não deveriam ser praticadas apenas algumas modalidades esportivas como futebol, vôlei, basquete e sim aulas variadas, espontâneas e divertidas, com dança, aquecimento e alongamento, ou seja, uma aula completa.

DOS PROFESSORES ESPECIALISTAS:

Os onze professores de Educação Física considerados nesse estudo, oito do sexo feminino e três do sexo masculino, concluíram o curso de formação profissional entre 1970 e 1987, tendo no ano de 1976 a maior incidência. A maioria deles afirma que o curso que freqüentaram era muito bom, que os professores levavam a sério o trabalho, que as matérias trouxeram conhecimentos relevantes, que o curso respondeu às expectativas, de sair bem preparado, descrevendo-o como um fator de contribuição social, principalmente quando levado a sério, trabalhado com princípios pedagógicos. O currículo enfatizava o esporte e a ginástica. As aulas teóricas eram quase sempre expositivas; os trabalhos em grupos eram realizados com compromisso e responsabilidade. Há um relato que comenta que o sistema era mais rigoroso do que nos dias de hoje, pois se exigiam uniforme, freqüência, desempenho físico, embora não houvesse preocupação com o aspecto humanístico. Apenas dois consideraram seus cursos fracos, com professores desatualizados, na época. Enfatizaram que faltou prática e que as matérias eram dadas superficialmente.

Todos responderam que a opção pelo curso de Educação Física se deu em função do “gosto” pela prática de esportes, por terem sido esportistas, por terem tido professores e técnicos como ídolos, por relacionarem a Educação Física ao processo educativo (Educação) e, até mesmo por acaso, como aquele que optou pela Faculdade de Educação Física por ser próxima a sua cidade. Foram unânimes em responder que, durante o curso, não pensaram em desistir; os que se justificaram, disseram que tinham como ideal ser professor. Apenas um deles argumentou que descobriu o gosto pela Educação Física durante a Graduação. Tais depoimentos reforçam a afirmação de Oliveira (1984) de que os cursos de Educação Física geralmente são procurados por quem gosta da prática esportiva, o que é natural, saudável e altamente positivo.

Cinco deles formaram-se ainda em outras faculdades, tais como Pedagogia e Psicologia. Das especializações cursadas, destacam-se as habilitações como futebol, basquete, atletismo, vôlei, ginástica olímpica e recreação, sempre visando ao enriquecimento da carreira. Em geral, vêem que a Educação Física hoje em dia está fraca, pouco divulgada, cada vez mais rebaixada, além de estar desmoralizada, sem valor, sem motivação.

Na escola está desvalorizada pela própria política educacional. Eu penso que falta compromisso desses senhores políticos educacionais. (P18) Acabada, alguns profissionais (colegas) contribuíram para isso, jogam a bola e sentam na sombra, não se relacionam com os alunos. (P21) Desvalorizada e o professor fazendo muito pouco para melhorar, isto não me agrada. (P22)

Voltando-se ao trabalho que desenvolvem na unidade escolar em que lecionam, conceituam-no como bom, sério e compromissado. Alegam que os alunos gostam, que os diretores apóiam e alguns professores de outras disciplinas ignoram. Alguns revelam que o próprio profissional de Educação Física não se valoriza. Um professor argumenta que o trabalho ora desenvolvido não é pleno devido à diminuição das aulas da grade curricular e às classes que são muito numerosas.

A maioria dos professores levam a sério, mas sempre tem aqueles profissionais que não estão preocupados em valorizar nossa área. (...) Os alunos gostam e a direção apóia os bons trabalhos que são desenvolvidos pelos professores, porém, como nem todos os professores de Educação Física se preocupam em valorizar nossa área, muitas vezes somos criticados genericamente. (P20)

No que diz respeito às críticas ou elogios que recebem, os professores especialistas relataram que agem de acordo com a situação, ora defendem-se com unhas e dentes, ora ficam contentes e entusiasmados. “Procuro trabalhar cada vez melhor, dentro das possibilidades, pois acredito que só seremos respeitados quando desenvolvermos um bom trabalho” (P20).

Seis professores trabalham apenas na escola estadual, sendo que os demais trabalham em outras escolas, particulares e da prefeitura, e um ministra aulas particulares. Apesar de, exceto um, afirmarem que se pudessem voltar no tempo, fariam tudo de novo, de preferência com a visão que possuem hoje, e que acreditam na importância da disciplina e na sua valorização, os relatos revelam que estes se encontram desanimados e desmotivados, com uma visão pessimista, diferente da dos diretores, do corpo docente e alunos. O relato de um deles, formado há mais de vinte e cinco anos, traduz o pensamento da maioria:

A Educação Física sempre foi uma área discriminada; nosso trabalho nunca atingiu plenamente os seus objetivos primordiais que é o desenvolvimento integral do ser humano. Nas escolas onde trabalhei e trabalho até hoje, a Educação Física se tornou mero lazer (ou aula vaga) onde o aluno vai para a quadra “bater uma bola”. Acredito que a Educação Física um dia vai voltar a ter o seu valor. Hoje já temos muita academia, muitos profissionais tentando levar saúde às pessoas necessitadas de lazer, esporte e, principalmente, saúde. Acredito muito nos profissionais da área, pois a maioria é competente e dedicada, faltando apenas apoio e crédito, pois assim sendo a Educação Física ainda brilhará por muito tempo. (P2)

MAIS QUE VALORIZAÇÃO: UMA QUESTÃO DE VALORAÇÃO

Como vimos, a Educação Física atrai a atenção da sociedade, satisfaz necessidades, desperta interesses. É caracterizada como um bem, digna de ser estimada e válida para a vida de todo ser humano, logo, é valorizada, tem o seu valor. Os relatos que coletamos levam-nos a concordar com Lovisolo (1996), quando afirma que a desvalorização da Educação Física decorre da própria postura profissional do especialista, pois, através destes, pudemos constatar a presença do comodismo, a falta de atualização e de consciência profissional, uma vez que poucos mencionam – o que nos leva a crer que não reconhecem – a grandiosidade dos conteúdos sob sua responsabilidade e, principalmente, do valor das vidas que se colocam nas suas mãos.

O que é mais curioso, para não dizer lamentável, é que suas respostas divergem das prestadas pelos diretores, seus colegas de escola e alunos, os quais declaram a relevância da presença da Educação Física na escola, apesar de externarem uma visão de que ela não ocorre como deveria. No que não é dito, mas, por isso mesmo se revela, estes estão sugerindo que se faça o que Lovisolo (1996) propõe: revalorizar a imagem do profissional a partir do seu trabalho, mostrando que a Educação Física é capaz de contribuir com a dinâmica escolar, tornando a escola mais atraente, valorizando-a.

E somente nesse ponto iremos discordar do autor, pois do que podemos entender, em termos conceituais, em relação à Educação Física, colocá-la em seu devido lugar, tirá-la da marginalidade à qual tem sido condenada, quer dizer que é preciso transformá-la do que é para o que deve ser. Desse modo, não se trata de valorizar a Educação Física, mas sim valorá-la, a partir de ações próprias e locais, influenciando no geral. Pois, se valorizar é atribuir valor, todos os depoimentos, assim como a sociedade em geral, atribuem-lhe valor; é valorizada. A mídia parece já ter se dado conta disso e vem interferido em nossa área, sendo objeto, inclusive, de estudo e discussão no que tange à corporeidade, concepção de corpos ideais. São produtos que vendem e numa sociedade capitalista, se vendem têm valor.

Para Aranha (1996), os valores não impregnam as coisas, mas dependem do homem no seu esforço de valoração. O ato de valorar é uma tarefa humana e coletiva que nunca termina. Portanto, tomando-se

o conceito de valoração, a reflexão ora centrada em torno daquilo que a produção acadêmica na área de Educação Física vem propondo, em termos de resgates, principalmente, dos conteúdos, da prática, do mercado de trabalho, da carga horária nas escolas, da sua presença nos currículos, contrariando Teixeira (1993), terá seu eixo mudado para o indivíduo. Pois, valoração segundo Saviani (1996) é o próprio esforço do homem em transformar o que é naquilo que deve ser e, buscando-se o que deve ser, a questão dos valores nos coloca diante de objetivos. Com efeito, um objetivo é exatamente aquilo que ainda não foi alcançado, mas que deve ser alcançado. Nesse caso, sem desconsiderarmos os objetivos da Educação, a Educação Física depende do perfil do especialista da área.

A educação sempre se faz a partir de bases axiológicas fundamentadas em determinados valores e visando, por outro lado, à transmissão, reprodução ou criação de novos valores e, a escola, por sua vez, constitui um dos centros onde ocorre crise de valores devido a falta de conhecimento claro e explícito das convicções que o educador deve ter acerca dos propósitos e atividades que ele assume e desempenha (Silva,1988). Para Borsari (1980), os valores normalmente estão implícitos nos objetivos gerais das escolas e são desenvolvidos nas atividades didáticas, no dia-a-dia, nas reflexões e celebrações; no caso da Educação Física os valores são evidenciados como uma das particularidades mais importantes, tanto pela forma de aceitação e participação nas atividades como pelo comportamento e atitude dos alunos para com o professor e entre si. Segundo Oliveira (1984), um baixo nível de expectativa faz com que a sociedade reconheça o professor de Educação Física simplesmente como um agente de instrução física, porém, a Educação Física, apesar de ser uma atividade essencialmente prática, pode oferecer oportunidades para a formação do homem consciente, crítico e sensível à realidade que o envolve.

A importância dos valores para a práxis educativa é enfatizada por Aranha (1996), quando afirma que desde o nascimento nos encontramos envoltos por valores herdados, porque o mundo cultural é um sistema de significados estabelecidos por outros. Assim, a educação se tornará mais coerente e eficaz se formos capazes de desenvolver um trabalho reflexivo que esclareça essas bases axiológicas da educação.

Desse modo, voltamos a afirmar que a valorização da Educação Física já existe, cabe-nos, portanto, desencadear um processo de valoração. Para tal, são necessários parâmetros de atuação. Pedagogicamente, a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) assume esse papel, guardadas as proporções da crítica à possibilidade de interpretações dúbias do texto, bem como as dúvidas sobre a verdadeira consideração das realidades onde serão aplicados e suas finalidades. Ousamos, contudo, apontar algumas pistas para o caminho da valoração, como, por exemplo, reconhecer e demonstrar nosso valor e o da Educação Física, traduzidos no nosso desempenho dedicado, assíduo e, assim como Freire (1989) propõe para os alunos, de corpo inteiro; numa postura de educadores conscientes e competentes, através do aprimoramento da prática pedagógica, do aprofundamento dos conhecimentos específicos e acompanhamento da evolução dos processos educacionais e políticos, nos quais a práxis deve estar alicerçada, a profissão, a disciplina e a área científica da Educação Física se tornarão cada vez mais atraentes, cumprindo o papel, que já é do conhecimento geral. E, quem sabe, superar esse embate entre teóricos e práticos?

ABSTRACT

The aim of this paper is to identify the factors related to the value of the Physical Education, as well as the accusations of its devaluation. It also discusses its value at school and how the Physical Education professional evaluates it. We based on written declarations, on academic production and on pedagogical practice. Key Words: Physical Education, Value in Physical Education, School Physical Education.

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