Sociogênese possível dos saraus: uma história de rupturas na cultura brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/sec.v23i.62830

Resumo

A partir de um resgate histórico-cultural, este artigo discute uma sociogênese possível do termo e da prática dos saraus literários em São Paulo, instâncias que funcionam, hoje, como catalisadores de vivências artísticas nas periferias brasileiras. Partindo de duas “narrativas de origem” dos poetas Binho e Sérgio Vaz – pioneiros do movimento da literatura marginal no contexto paulistano –, retomo a ideia e parte da história desse tipo de atividade nos salões europeus, verificando como ocorreu a sua transposição para a rotina artística nacional, processo que esteve intermediado por mecenas e membros da elite cafeeira. Esses salões/saraus fomentaram um dos mais relevantes movimentos da história cultural do Brasil: o modernismo paulista. Meu argumento é que houve uma correlação entre o apogeu de salões artísticos na cidade de São Paulo, entre o fim do século XIX e o início do XX, a prosperidade de palacetes de uma burguesia agrário-industrial interessada nos benefícios da vida urbana, a eclosão de vanguardas no campo artístico nacional e o ciclo de industrialização por que passava o estado de São Paulo. Nesse contexto, os saraus acabaram constituindo espaços capazes de fundir a absorção de novas ideias oriundas da Europa com a defesa das artes nacionais, processo que ratificou desejos de mudanças no campo artístico e social da época.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Amaral de Oliveira, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil

Professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal da Bahia e Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo. 

Downloads

Publicado

2020-10-23

Como Citar

OLIVEIRA, L. A. de. Sociogênese possível dos saraus: uma história de rupturas na cultura brasileira . Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 23, 2020. DOI: 10.5216/sec.v23i.62830. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/62830. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Livres