Desigualdade racial e de gênero no Brasil: o trabalho em quadros superiores e de dirigentes

Autores

  • Jordão Horta Nunes
  • Neville Julio de Vilasboas e Santos

DOI:

https://doi.org/10.5216/sec.v22i1.57823

Resumo

As análises da desigualdade no interior dos quadros superiores e de dirigentes são pouco frequentes nos
estudos sobre gênero, raça e trabalho no Brasil. O objetivo específico deste artigo é mensurar os
diferenciais médios entre os rendimentos de trabalhadores/as negros e os rendimentos de trabalhadores/as
brancos/as no grande grupo ocupacional de “membros superiores do poder público, dirigentes de
organizações de interesse público e de empresas e gerentes”, para determinar o peso de fatores produtivos
e da discriminação racial e sexual sobre a renda média. Emprega-se uma análise quantitativa de
microdados extraídos da RAIS, utilizando os métodos de decomposição de Oaxaca-Blinder e de Jun,
Murphy e Pierce. Os resultados da decomposição dos rendimentos de trabalhadores nos quadros
superiores e de gerentes indicam que a remuneração entre brancos e negros se torna progressivamente
desigual, em favor dos brancos, quando se passa a comparar negros e brancos nos pontos mais altos da
escala de renda. Em relação a grupos de sexo, a diferença nos atributos apresentados pelos gerentes,
gestores e diretores não é suficiente para explicar toda a disparidade de rendimentos entre homens e
mulheres. Ao contrário, o incremento educacional das mulheres é suplantado pelo peso da discriminação,
que também aumenta ao longo da distribuição de renda, ainda que a amplitude desse aumento não seja tão
grande quanto o é para a relação entre brancos e negros.

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Publicado

2019-05-23

Como Citar

NUNES, J. H.; SANTOS, N. J. de V. e. Desigualdade racial e de gênero no Brasil: o trabalho em quadros superiores e de dirigentes. Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 22, n. 1, 2019. DOI: 10.5216/sec.v22i1.57823. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/57823. Acesso em: 23 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê