Sobre mulheres fortes e homens ausentes: pensando conjugalidades como processos em Cabo Verde
DOI:
https://doi.org/10.5216/sec.v19i2.48666Resumo
O artigo aborda as afetividades, as formas possíveis de conjugalidades e os dilemas enfrentados por homens e mulheres, mas, sobretudo, por mulheres, no processo de construção de relações conjugais. Os dados de pesquisa têm como lócus o arquipélago de Cabo Verde, especialmente a Ilha da Boa Vista. Em Cabo Verde, as relações familiares seriam marcadas por uma centralidade feminina combinada com um sistema patriarcal. O laço afetivo fundamental nesse contexto seria aquele estabelecido entre mãe e filho(a), e as relações de filiação teriam preponderância sobre aquelas baseadas na afinidade. Argumento nesta pesquisa que as relações afetivo-conjugais são vividas de formas distintas nos percursos de vida de homens e mulheres e têm reflexos sobre os ciclos de vida dos grupos domésticos. Destaco ainda as formas que a conjugalidade pode assumir ao longo da vida e as estratégias de construção de proximidades adotadas pelas mulheres no cotidiano de suas relações com os homens.
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