Rap e graffiti na Kova da Moura como mecanismos de reflexão identitária de jovens afrodescendentes

Autores

  • Ricardo Campos Universidade Aberta (Portugal)
  • Cláudia Vaz Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

DOI:

https://doi.org/10.5216/sec.v16i1.28216

Palavras-chave:

Cova da Moura, jovens afrodescendentes, rap, graffiti, identidades

Resumo

Neste artigo procuramos refletir sobre a condição de jovem negro no Portugal pós-colonial, tendo por principal referência um terreno de estudo onde ambos os investigadores têm desenvolvido trabalho de pesquisa de natureza etnográfica. O bairro do Alto da Cova da Moura é, desde há longos anos, apelidado de bairro problemático por parte dos media e de diversas instâncias públicas. Esse é um bairro majoritariamente constituído de imigrantes provenientes das ex-colônias portuguesas em África e seus descendentes. É, por isso, um bairro majoritariamente negro e principalmente cabo-verdiano. Os jovens que aqui vivem se deparam com uma condição complexa, como resultado do fato de viverem num bairro estigmatizado, de viverem situações de ostracização por razões de ordem socioeconômica, étnica etc. A essas situações acrescenta-se uma condição identitária complexa, fruto das ambivalências decorrentes de crescerem entre referências culturais distintas e, por vezes, antagônicas. O rap e o graffiti constituem-se, nesse contexto, como instrumentos expressivos fundamentais para essa geração. Com essas expressões, os jovens desenvolvem mecanismos de reflexividade e de contestação, que visam a debater quer o seu papel na sociedade portuguesa contemporânea,quer as suas identidades como jovens afrodescendentes. Argumentamos, por isso, que eles se constituem como recursos de empowerment juvenil, que se configuram em torno de políticas de identidade específicas.

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Publicado

2014-02-06

Como Citar

CAMPOS, R.; VAZ, C. Rap e graffiti na Kova da Moura como mecanismos de reflexão identitária de jovens afrodescendentes. Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 10.5216/sec.v16i1.28216, 2014. DOI: 10.5216/sec.v16i1.28216. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/28216. Acesso em: 8 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê