Visualidades

A vida como arte: Pierre Verger e a busca do sublime pelo instante qualquer em Andaluzia

Adriana Vidotte — 2025-02-11

Este artigo visa a demonstrar que Pierre Verger encontrou na vida uma forma de dar corporeidade e rosto à noção de humano. Isso é feito por meio de três hipóteses sobre a fotografia de Verger. A primeira, pela comparação histórica e pela análise da sua etnografia fotográfica, afirma que Verger buscou o instante qualquer. A segunda propõe que há uma busca de Verger pelo sublime. Concluindo, a terceira hipótese é que o fotógrafo tinha uma orientação neohumanista. Toda análise é feita com base na obra "Pierre Verger. Andalucía 1935. Resurección de la memoria", que reúne fotografias tomadas por Verger em sua passagem pela região.

Movendo Pedras

Talita Trizoli — 2024-12-06

As políticas de aborto no Brasil têm sido historicamente uma pedra no caminho da emancipação social das mulheres. Até hoje, existem poucas possibilidades de interrupção segura e legal da gravidez no país. Mesmo nos casos autorizados por lei, os agentes conservadores encontram formas de intervir e dificultar o exercício dos direitos reprodutivos pelas mulheres. O persistente status de tabu do aborto na sociedade brasileira fez com que o tema não fosse abordado com frequência no sistema de arte contemporânea do país. Portanto, o projeto “Milhas pela Vida das Mulheres” é único, pois combina o apoio de mulheres artistas, que também são ativistas e simpatizantes das causas feministas, para garantir o direito ao aborto ao permitir que esse projeto venda impressões artísticas de suas obras. Fundada em setembro de 2019, o “Milhas” é uma iniciativa de solidariedade mútua que apoia pessoas que pretendem interromper uma gravidez indesejada de forma segura e legal, eliminando barreiras financeiras, logísticas e a falta de informação sobre o procedimento. Na ausência de apoio do Estado, essas redes de práticas sociais ajudam a garantir a autonomia sobre o próprio corpo.

Nietzsche en Helio Oiticica:

Gabriela de Freitas — 2025-01-13

En este artículo se analizan aspectos estéticos, filosóficos y materiales de las Cosmococas de Hélio Oiticica y Neville D’Almeida para comprender el cuerpo em la experiencia de un artista trágico. A través de investigaciones en el archivo del Proyecto Hélio Oiticica, se buscó trazar una arqueología que nos revelara las capas de esta concepción, encontrando en Nietzsche la inspiración filosófica del artista y comprendiendo el uso de la cocaína como materia prima de creación. Así, se percibe cómo Oiticica veía la experimentación como propuesta estética que no desvinculaba el arte de la vida. Sus Cosmococas se mostraban como refugio dado a la experiencia trágica que buscaba trascender la individualidad en dirección a una colectividad.