CONTRASTES BARITADOS: A TOXICOLOGIA EXPERIMENTAL COMO FERRAMENTA NO ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL DE INTOXICAÇÃO MACIÇA POR BÁRIO

Autores/as

  • Luiz C. Cunha Núcleo de Estudos e Pesquisas Tóxico-Farmacológicas (NEPET–UFG). Faculdade de Farmácia, Universidade

DOI:

https://doi.org/10.5216/ref.v3i2.2078

Resumen

Em abril de 2003, a Vigilância Sanitária do Estado de Goiás (VISA-GO) começou a receber notificações acerca de possível intoxicação pelos contrastes radiológicos marcas A, B e C. Estes medicamentos são suspensões de sulfato de bário em água (BaSO4 1 g/ml), que não sofrem absorção no trato gastrintestinal, pois o sulfato de bário é insolúvel em água, apresentando baixíssima absorção. De um total de 223 casos investigados, 44 pacientes (20%) foram considerados suspeitos de intoxicação. Destes, 11 (26%) foram hospitalizados e 9 (21%) foram a óbito devido à utilização do medicamento Marca A em Goiás, até 24 h após a exposição. Os principais sinais e sintomas de intoxicação foram: náusea, dor abdominal, diarréia, vômito, cefaléia, dispnéia, arritmias cardíacas e agitação. Das três marcas de contraste à base de bário envolvidas, uma delas (Marca A), esteve associada a 89% das mortes de pacientes. No presente artigo, investigou-se a toxicidade aguda (screening hipocrático, letalidade) do produto Marca A, comparando-o a outros sais de bário solúveis (nitrato, Ba(NO3)2 e carbonato de bário, Ba(CO3)2) e insolúvel (sulfato de bário puro), pois o produto Marca A estava contaminado com 13,8% de carbonato de bário. Material e Métodos: utilizaram-se camundongos Swiss machos, pesando em média 25 g e ratos Wistar, machos (300-430 g) alojados em gaiolas de polipropileno com água e ração a vontade. Utilizaram-se 2 a 3 ratos/dose, via gavage. Utilizaram-se 7 grupos de 10 camundongos com doses p.o., além do controle. Todos os animais foram observados por até 14 dias; os sobreviventes foram sacrificados e avaliados anátomo-patologicamente. Animais controle receberam solução salina fisiológica e sem tratamento algum. Resultados: os ratos tratados com Ba(NO3)2, Ba(CO3)2 e Marca A apresentaram sinais de intoxicação, dose-dependentes: tremores, eriçamento de pelo, rinorréia, taquicardia, taquipnéia, diarréia, diminuição reflexo de endireitamento, flacidez e paralisia muscular, pênis e testículos proeminentes e inflamados, morte (50% dos animais tratados com Marca A). Os ratos tratados com sulfato de bário puro mantiveram-se normais. Letalidade observada: Ba(NO3)2 (800 mg/kg), Ba(CO3)2 (2000 mg/kg) e Marca A (2000 e 4000 mg/kg). Nenhuma morte por BaSO4 observada. Para os camundongos, as doses de 1000 e 2000 mg/kg foram letais para 10% dos animais e a dose de 4000 mg/kg levou à letalidade 50% dos animais. 10.5216/ref.v3i2.2078

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Publicado

2007-10-23

Cómo citar

CUNHA, L. C. CONTRASTES BARITADOS: A TOXICOLOGIA EXPERIMENTAL COMO FERRAMENTA NO ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL DE INTOXICAÇÃO MACIÇA POR BÁRIO. Revista Eletrônica de Farmácia, Goiânia, v. 3, n. 2, 2007. DOI: 10.5216/ref.v3i2.2078. Disponível em: https://revistas.ufg.br/REF/article/view/2078. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos Originais